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Universidades

Entenda a importância do Braille no ensino superior

por Juliana Gottardi em 08/01/22 340 visualizações

Nesta terça-feira (04), comemorou-se o Dia Mundial do Braille. A data é destinada à reflexão da importância de mecanismos que colaborem com o desenvolvimento das pessoas cegas ou com baixa visão. O sistema Braille foi oficializado em 1837 e seu idealizador foi o francês Louis Braille.

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O Braille e os outros elementos de acessibilidade são fundamentais para as pessoas com deficiência visual, pois permitem a inclusão. Na faculdade, é indispensável que o aluno cego ou com baixa visão encontre as ferramentas que precisa para ter autonomia. Você sabe como é a presença da acessibilidade na graduação? Entenda a importância do Braille no ensino superior.

Braille no ensino superior

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O que é o Braille?

O Braille consiste em um sistema baseado em pontos com relevo em papéis. A partir da combinação de seis pontos, formam-se até 63 caracteres diferentes. A pessoa com deficiência visual sente por meio do contato com a ponta dos dedos e, então, entende a mensagem.

Para entender melhor o funcionamento e a relevância do Braille e de outras ferramentas de acessibilidade conversamos com o professor extensionista da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Amilton da Costa Lamas, que tem como foco do seu trabalho as soluções de Engenharia Elétrica para promoção da autonomia de deficientes visuais e crianças com paralisia cerebral.

De acordo com o professor, "o Braille é fundamental para comunicação entre as pessoas com deficiência e as pessoas sem deficiência”. Isso porque “o Braille é um código de comunicação, assim como o alfabeto, só que é um código em cima de um código, então é extremamente importante para quem não consegue ver as letras”, disse Amilton.

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Pessoas com deficiência visual no ensino superior

No ensino superior, as pessoas com deficiência (PcD) ainda representam apenas 0,52% do total de matriculados em cursos de graduação do Ensino Superior, segundo o Censo Superior da Educação de 2018.

Kelly Martins, aluna de artes visuais na PUC-Campinas, é a única pessoa com deficiência visual na turma em que estuda. Ela teve dificuldades no ensino médio para pensar no que queria fazer e onde gostaria de ir. Junto a isso, a estudante relata o medo da discriminação: “eu tinha muito receio por conta do preconceito e da falta de independência que eu ainda tinha”.

Para ela, o que a motivou a seguir para uma graduação foi pouco antes do vestibular conhecer pessoas que estavam na mesma condição. Dessa forma, a estudante percebeu que não estava sozinha e podia dar mais esse passo.

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Inclusão digital

Quando se fala em elementos para promoção de acessibilidade atualmente, é preciso destacar a digitalização da informação. Essa é uma tendência muito forte que tem se mostrado muito eficiente para as pessoas com deficiência visual.

A aluna de artes visuais, Kelly Martins, faz parte das pessoas com deficiência visual que percebem os recursos digitais como uma ótima ajuda. Para ela “todas as formas e recursos são bem-vindos”.

A estudante lembra que cada deficiente visual tem sua preferência, mas os leitores de tela de computadores e celulares são cada vez mais usados, principalmente por conta da praticidade.

Kelly traz exemplos sobre seus estudos na graduação: “no notebook eu posso levar milhões e milhões de arquivos que o leitor de tela vai me permitir acessar. O Braille é uma coisa muito grande, para eu ter um livro em pdf em poucos gigas eu preciso de páginas e páginas de Braille”.

“A digitalização da informação é especialmente importante porque você pode pegar aquela informação estritamente visual e convertê-la para um outro tipo de manifestação, seja tátil ou não tátil”, fala o professor Amilton.

Vale lembrar que a tecnologia já possibilita diversas adaptações, algumas comentadas por Amilton e utilizadas pela PUC-Campinas são: pode-se deixar só os áudios de filmes; uma imagem pode virar uma tela tátil; uma cena pode ser construída em uma tela 3d; etc.

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Apoio da universidade aos alunos com deficiência visual

Na PUC-Campinas tem um setor específico voltado à pessoa com deficiência, responsável por atender as necessidades solicitadas pelo aluno com deficiência, como narrações em eventos acadêmicos e produção de qualquer material em Braille que seja pedido.

A maioria dos livros básicos já existem na versão em Braille, mas a audiodescrição também é uma ferramenta muito utilizada na faculdade.

Além disso, a universidade conta com podotáteis, placas em Braille por todo o campus e mapas táteis espalhadas pelo espaço.

A aluna de artes visuais, Kelly, relata sua experiência na instituição: “eu acabei me surpreendendo muito com as coisas que a universidade fornece, porque eu não sabia, e são coisas que fazem com que a gente possa ser totalmente independente na PUC”.

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Parcerias da Universidade em prol da acessibilidade

Além de dar suporte para os alunos com deficiência visual, as faculdades podem se dedicar a produzir conhecimento que auxilie na autonomia dos deficientes visuais.

A PUC-Campinas faz isso por meio da parceria entre o programa Inovação e Empreendedorismo, do qual o professor Amilton faz parte, e o Centro Cultural Louis Braille de Campinas.

Nessa relação, cada um tem uma responsabilidade. Mas, basicamente, o projeto de extensão que o Amilton trabalha visita a instituição que apoia os deficientes visuais e conversa com os assistidos, para entender suas necessidades; então, a PUC pensa em soluções para ajudá-los. As contribuições envolvem manuais descritivos, métodos, processos, relatórios, etc. 

“Os deficientes visuais participam ativamente de todas as fases do projeto, enquanto que nós da engenharia levamos o nosso conhecimento e retribuímos para sociedade os investimentos que ela fez na instituição”, afirma o professor Amilton.

Essa é uma iniciativa muito importante da faculdade, pois “coisas que para nós da engenharia são simples, muita vezes resolve um problema crítico para o deficiente visual”, diz Amilton.

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Existe uma disciplina de Braille?

Diferentemente das Libras, que está presente em diversas grades curriculares, o Braille não é uma disciplina muito comum nos cursos de graduação.

A aluna com deficiência visual, Kelly Martins, atribui isso ao fato do Braille ser um código complexo: “o aprendizado do Braille é muito individual, então, para ensinar em uma sala de aula é muito difícil, porque um aprende mais rápido e outro mais devagar”, afirma a estudante de artes visuais.

Apesar disso, ela julga que seria proveitoso se todas as universidades oferecessem aos seus alunos a possibilidade de cursar Braille, desde que fosse de forma individualizada, seguindo o tempo de aprendizado de cada um.

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Papel do cidadão para promover a inclusão

O dia 4 de janeiro é um lembrete da relevância do Braille e dos outros mecanismos que trazem autonomia e acessibilidade às pessoas com deficiência visual. Mas é preciso que isso não seja esquecido o resto do ano: “a gente podia fazer todos os outros 364 dias do ano, além do 4 de janeiro, como um dia de comemoração da inclusão do deficiente na sociedade”, diz Amilton. 

O professor ainda faz uma proposta: “não perder de vista a contribuição significativa que podemos fazer, colocar alguns esforços para diminuir as diferenças que os deficientes visuais têm para realizar suas tarefas diárias".

Faz parte da vida de todos agir dessa forma, como a aluna de artes visuais diz: “se você sobe uma escada e você vê um cadeirante com dificuldade de localizar uma rampa, não custa perguntar para pessoa se ela quer ajuda”. Para ela, isso é uma coisa que falta na sociedade em geral.

Além disso, outro ponto destacado por Kelly foi: “[nós, deficientes visuais] somos pessoas normais, com limitações, mas normais”. 

É preciso se atentar também ao que falta e ao que precisa ser melhorado. Sobre isso, a estudante da PUC-Campinas pensa que falta conhecimento das pessoas; partindo do conhecimento, o respeito; e o espaço para pessoa com deficiência. 

“Indo além do respeito, acho que o que falta na verdade é o conhecimento das pessoas, é o espaço que a faculdade precisa dar para os alunos com deficiência falarem, se expressarem”, declara Kelly.

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