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Esporófitos

Biologia - Manual do Enem
William Yugue Publicado por William Yugue
 -  Última atualização: 27/9/2022

Introdução

Esporófito é uma estrutura encontrada em organismos que apresentam ciclo de vida marcado por alternância de gerações, como as plantas e as algas. Nesses organismos, o ciclo de vida é marcado por uma fase haplóide (n) e por uma fase diplóide (2n), o esporófito marca a fase diplóide do organismo.

o termo esporófito vem do grego e pode ser traduzido como "Estrutura diplóide ou "estrutura formadora de esporos". O esporófito tem como função principal a produção de esporos, estruturas haplóides que são consideradas células reprodutivas e que, a partir delas, é possível formar o gametófito, outra estrutura presente nos indivíduos com alternância de gerações, que é responsável pela produção de gametas (estruturas haplóides).

Índice

Alternância de Gerações

Para entender melhor o conceito e a função do esporófito, é fundamental entender os processos passados por uma planta com ciclo de vida marcado por alternância de gerações, também chamado de metagênese ou de ciclo haplodiplobionte

Alguns organismos, como as plantas e as algas, possuem um ciclo de vida que alterna entre uma fase diplóide, na qual os cromossomos são encontrados aos pares dentro das células, sendo chamados de cromossomos homólogos e a célula representada por 2n; e uma fase haplóide, com as células contendo metade dos cromossomos encontrados nas células diplóides e sendo representadas apenas por n.

esporófito marca a fase diplóide (2n) do organismo e tem como função a produção de esporos, unidades reprodutivas que geram o gametófito (n), marcando o início da fase haplóide do indivíduo.

Resumidamente, a alternância de gerações se inicia com um esporófito multicelular diplóide (2n) adulto, capaz de produzir esporos, que, após se dividir por meiose, pode germinar e formar um indivíduo multicelular haplóide (n) chamado de gametófito. O gametófito, por sua vez, é capaz de produzir, por mitose, os gametas, estruturas reprodutivas haplóides que, em pares, podem se fundir por meio do processo de fecundação, gerando um zigoto diplóide (2n), que dará origem a um novo esporófito (2n), que irá amadurecer para iniciar o ciclo novamente. 

Esquema da alternância de gerações em um vegetal mostrando a fase haplóide (n) do gametófito (acima) e a fase diplóide (2n) do esporófito (abaixo). 

A formação do gametófito a partir do esporófito é também conhecida como fase assexuada do ciclo, enquanto a formação do novo esporófito a partir dos gametas produzidos pelo gametófito é conhecida como fase sexuada do ciclo, já que é necessária a fecundação para a formação do zigoto, processo que garante variabilidade genética.

Às vezes as fases (gametófito e esporófito) apresentam diferenças morfológicas, como ocorre na maioria das plantas. Neste caso, o ciclo de vida é chamado, também, de ciclo heteromórfico. Porém, na maioria das algas, esporófito e gametófito não apresentam diferenças morfológicas, sendo seu ciclo chamado de ciclo isomórfico.

Acredita-se que a alternância de gerações surgiu com as plantas pré históricas, quando o zigoto diplóide passou a se dividir por mitose, enquanto os esporos foram produzidos unicamente por meiose, marcando, assim, processos diferentes para a produção das unidades reprodutivas dos vegetais.

Relação entre o Esporófito e Gametófito

A relação entre o esporófito e o gametófito varia entre os diferentes grupos de plantas, principalmente, e está diretamente relacionada com a dependência de água para os processos reprodutivos e nutritivos do vegetal. Já nas algas, o esporófito e o gametófito são organismos independentes e separados, que podem ser semelhantes entre si ou não.

Briófitas

Nas plantas avasculares, como as briófitaso esporófito é menos desenvolvido quando comparado com o gametófito, além de depender do gametófito para seu estabelecimento no ciclo de vida de um musgo, por exemplo. 

Ciclo de vida de uma briófita, mostrando o esporófito como fase diplóide (a esquerda) e o gametófito como fase haplóide (a direita).

Nas briófitas, o esporófito diplóide cresce como uma haste acima do gametófito haplóide e, portanto, nesse grupo específico, o esporófito não representa a fase dominante do vegetal. 

Esporófito do musgo Tortula muralis. 

Pteridófitas

Nas plantas vasculares, por outro lado, o esporófito representa a parte dominante do vegetal, como observado a partir das primeiras pteridófitas, como as samambaias. Nas samambaias, o esporófito é a própria planta, e o gametófito é um pequeno organismo achatado e menos desenvolvido formado a partir da germinação do esporo, do qual o esporófito ainda é brevemente dependente para a sua nutrição. 

Ciclo de vida de uma samambaia resumido, no qual é possível ver o esporófito diplóide (2n) e o gametófito haplóide (n) formado a partir do esporo.

Gimnospermas

A partir das Gimnospermas, o Esporófito se desenvolve mais, enquanto o gametófito torna-se muito mais reduzido, geralmente sendo formado por poucas células que se desenvolvem inteiramente dentro do esporófito. Portanto, a partir das gimnospermas, como os pinheiros, o esporófito torna-se o próprio organismo, enquanto o gametófito passa a ser uma estrutura especializada na produção de gametas, dentro do próprio organismo.

Ciclo de vida das Gimnospermas mostrando o esporófito 2n monóico e seus gametófitos masculino (micrósporo) e feminino (megásporo).

Angiospermas

Nas plantas com flores e frutos, como as angiospermas, o gametófito reduzido ocupa uma pequena porção da flor presente em todo o esporófito do organismo, que é a planta como um todo. Portanto, nesse grupo, o esporófito é o próprio organismo, enquanto o gametófito, dividido em feminino e masculino, aparece apenas em estruturas especializadas na reprodução, que são as flores.

Ciclo de vida das Angiospermas, mostrando o esporófito, que é o vegetal como um todo, e o gametófito masculino e feminino presente em porções específicas dentro da flor. 

Referências

TAIZ et. al. Fisiologia e Desenvolvimento Vegetal. 6ª Edição. ArtMed.

SCHWAMBACH et. al. Fisiologia Vegetal. 1ª Edição. Érica.

Exercício de fixação
Passo 1 de 3
UFPR/2006

O esquema abaixo representa o ciclo reprodutivo de uma pteridófita (samambaia).


A no esporófito, para a formação dos esporos.
B no gametófito, para a formação de gametas.
C logo após a fecundação.
D durante o desenvolvimento do zigoto.
E durante a germinação dos esporos.
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