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Émile Durkheim: quem foi, qual sua teoria e um resumo

Sociologia - Manual do Enem
Natália Cruz Publicado por Natália Cruz
 -  Última atualização: 15/3/2024

Índice

Introdução

Émile Durkheim nasceu em 1858, na França. Viveu parte de sua vida na Alemanha e retornou a França, onde morreu em 1917. O sociólogo viveu em uma sociedade marcada pelas transformações estabelecidas pela Revolução Francesa e Revolução Industrial.

A sociedade francesa vivia um momento de grande expansão e consolidação das indústrias, organização e fortalecimento das associações de trabalhadores, intensas greves, lutas sociais e início da propagação das ideias socialistas.

Influenciado pela ideia positivista de Auguste Comte, de ordem social e racionalidade científica para estudar a sociedade, Durkheim passa a desenvolver sua própria teoria que insere a prática - e não somente a discussão - de teorias puras.

Assim, o sociólogo francês Émile Durkheim ficou conhecido como o "pai da sociologia". Ele inovou ao aplicar métodos científicos à sociologia, focando em como as instituições sociais afetam o comportamento individual. Exemplificou isso em obras como "As Regras do Método Sociológico" e "O Suicídio", onde analisa as razões sociais por trás do ato individual do suicídio, demonstrando a influência da sociedade sobre o indivíduo.

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Quem foi Emile Durkheim

Emile Durkheim foi um sociólogo francês nascido em 1858 em Epinal, na região da Lorena, e falecido em 1917 em Paris. Durante sua vida, ele teve uma carreira acadêmica e intelectual notável, tendo sido responsável por importantes avanços na sociologia moderna.

Alguns dos pontos principais de sua vida e carreira incluem:

  • Formação acadêmica: Durkheim estudou filosofia e sociologia na École Normale Supérieure, em Paris, e se tornou professor universitário em 1887.

  • Principais obras: Durkheim é conhecido por suas obras clássicas, como "As Regras do Método Sociológico" (1895), "O Suicídio" (1897) e "Formas Elementares da Vida Religiosa" (1912).

  • Contribuições à sociologia: Durkheim é considerado um dos pais fundadores da sociologia moderna e é lembrado por suas contribuições ao estudo da sociedade e da cultura. Ele foi um dos primeiros a tentar aplicar métodos científicos à análise da sociedade, buscando entender as estruturas sociais e as instituições humanas.

  • Teorias sociológicas: Durkheim desenvolveu várias teorias importantes sobre a sociedade, incluindo a ideia de que as pessoas são moldadas pelas estruturas sociais que as cercam, e que essas estruturas podem ser estudadas objetivamente pela sociologia.

  • Legado: A obra de Durkheim continua a ser estudada e debatida nos dias de hoje, sendo considerada uma contribuição importante para a compreensão da sociedade e do comportamento humano. Suas teorias também influenciaram o desenvolvimento de outras áreas da sociologia, como a sociologia da religião e a sociologia da educação.

As teorias e principais pensamentos de Durkheim

Emile Durkheim é conhecido por sua teoria funcionalista, que argumenta que a sociedade é um sistema complexo composto por diferentes partes que trabalham juntas para garantir a ordem social e a continuidade ao longo do tempo.

De acordo com Durkheim, as instituições sociais, como a religião, a educação e a família, são essenciais para garantir a coesão social e a solidariedade entre os indivíduos. Ele também acreditava que a sociedade é maior do que a soma de suas partes individuais e que o comportamento humano é moldado pelas normas e valores culturais compartilhados pela sociedade.

Durkheim também enfatizou a importância da pesquisa empírica na sociologia e argumentou que o objetivo da disciplina era entender os fatos sociais, ou seja, padrões de comportamento, crenças e estruturas sociais que existem independentemente das vontades individuais.

Entre suas principais obras, destacam-se:

  1. "Da Divisão do Trabalho Social" (1893): Nesta obra, Durkheim argumenta que a divisão do trabalho é essencial para o desenvolvimento da sociedade e da solidariedade social. Ele argumenta que a especialização do trabalho e a interdependência entre as pessoas são cruciais para garantir a coesão social.

  2. "As Regras do Método Sociológico" (1895): Neste livro, Durkheim defende a importância da pesquisa empírica na sociologia e estabelece as bases para a abordagem científica da disciplina. Ele argumenta que a sociologia deve estudar os fatos sociais como entidades independentes e analisar as relações entre esses fatos.

  3. "O Suicídio" (1897): Nesta obra, Durkheim examina as causas do suicídio e argumenta que ele não é simplesmente um ato individual, mas é influenciado por fatores sociais e culturais. Ele identifica quatro tipos de suicídio - egoísta, altruísta, anômico e fatalista - e argumenta que cada um é influenciado por diferentes níveis de integração e regulamentação social.

  4. "Formas Elementares da Vida Religiosa" (1912): Neste livro, Durkheim examina a natureza da religião e argumenta que ela é uma instituição social que desempenha um papel fundamental na manutenção da coesão social. Ele estuda as religiões primitivas e argumenta que elas são baseadas em crenças coletivas e representam a consciência coletiva da sociedade.

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O fato social para Durkheim

Durkheim define um modelo para as pesquisas sociais baseado no rigor metodológico, na investigação e racionalidade. O sociólogo introduz ainda o conceito de fato social.

Fato social pode ser definido como um conjunto geral de regras que se repetem na maioria das sociedades. Para Durkheim os fatos sociais devem ser estudados como coisas e não devem depender das consciências individuais ou coletivas.

Ao tratar os fatos sociais como coisas, o pesquisador mantém distância sentimental e de afinidade com o tema a ser pesquisado. Durkheim acredita que esse distanciamento colabora para que a pesquisa seja imparcial e descreva somente os fatos estudados, sem juízo de valor por parte do pesquisador.

Os fatos sociais são diferentes dos objetos de estudo de outras ciências, pois são originados na sociedade e não nos ímpetos e vontades de cada indivíduo.

O fato social é externo ao indivíduo. Ele é definido de acordo com as regras de cada sociedade, por exemplo a maneira como os indivíduos devem se vestir e se comportar em determinados eventos.

Algumas regras são mais gerais, como não matar, não roubar ou respeitar os mais velhos. E, independente das nossas vontades, a sociedade nos impõe uma série de regras gerais ou específicas.

O fato social apresenta três características:

Coerção Social

É a força que os fatos sociais exercem sobre os indivíduos para que eles respeitem as regras, leis e normas sociais, independente da vontade individual .

Generalidade

Os fatos sociais são gerais, atingem todos os membros da sociedade e não levam em consideração as vontades e desejos de cada indivíduo. São atos que se repetem, como a linguagem, as tradições culinárias e tradições locais.

Exteriorização

Os fatos sociais são exteriores, isso porque desde o momento do nascimento, o indivíduo já absorve as regras, valores e costumes sociais, independente de sua vontade. O conjunto de regras atua da sociedade para o indivíduo, por isso é exterior a ele.

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Fatos Sociais Normais e Patológicos

Seguindo as ideias positivistas, Durkheim enxerga a sociedade como uma estrutura que deve funcionar de forma organizada. A Sociologia Moderna serve para estudar os fatos que são normais e aqueles que são patológicos, a fim de propor soluções que garantam a normalidade e ordem no funcionamento social.

O fato social é considerado patológico (doente) quando foge dos padrões e regras impostos pela sociedade, quando altera a ordem social que deve sempre ser mantida.

O fato social patológico deve ser rapidamente identificado e controlado, para que a sociedade volte à ordem e normalidade, servindo como exemplo que não deve ser repetido.

Consciência Individual e Consciência Coletiva

A consciência coletiva é definida como sendo o conjunto de regras e crenças que deve ser seguido por toda a sociedade. Formam maneiras de agir comum a todos, por exemplo usar roupas.

A consciência individual são as  vontades e gostos que pertencem a cada indivíduo e que transformam cada ser em único e com sentimentos pessoais próprios. Já que a consciência coletiva nos impõe o uso de roupas, a consciência individual nos permite escolher o que usar e de que maneira combinar os trajes.

As solidariedades orgânica e mecânica

Na obra Da divisão social do trabalho, de 1893, Durkheim afirma que a existência da coesão social, assim como a da própria sociedade, está baseada no consenso existente entre os indivíduos.

Na sociedades pré capitalistas (arcaicas), prevalece a solidariedade mecânica, na qual os indivíduos compartilham das mesmas crenças e valores e, a partir disso, garantem a coesão. Nesse modelo social, não existe ainda acentuada divisão do trabalho. Todos trabalham na agricultura ou pecuária, por exemplo. Há apenas a divisão de tarefas.

Nas sociedades modernas, predomina a solidariedade orgânica. Os indivíduos não compartilham dos mesmos valores individuais, e as relações de trabalho e socialização são mais complexas. variedade de profissões, mas os indivíduos dependem bastante um do outro.

O quadro abaixo mostra as principais diferenças entre as solidariedades mecânica e orgânica.

Solidariedade Mecânica Solidariedade Orgânica
Sociedades pré capitalistas (simples) Sociedades Capitalistas (complexas)
Funções sociais semelhantes Funções sociais especializadas e interdependentes
Sem significativa divisão do trabalho Divisão do trabalho complexa
Coerção imediata, violenta e punitiva Coerção formal e mediada (Direito)
Direito Punitivo Direito Restitutivo
Economia simples e pouco diversificada Economias complexas e bastante diversificadas

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Exercício de fixação
Passo 1 de 3
UEG/2016

O objeto de estudo da sociologia, para Durkheim, é o fato social, que deve ser tratado como “coisa” e o sociólogo deve afastar suas prenoções e preconceitos. A construção durkheimiana do objeto de estudo da sociologia pode ser considerada 

A positivista, pois se fundamenta na busca de objetividade e neutralidade.
B dialética, pois reconhece a existência de uma realidade exterior ao pesquisador.
C kantiana, pois trata da “coisa em si” e realiza a coisificação da realidade.
D nietzschiana, pois coloca a “vontade de poder” como fundamento para a pesquisa.
E weberiana, pois aborda a ação social racional atribuída por um sujeito.
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