Na época em que o Brasil tinha o território dividido em arquipélagos econômicos e era uma nação agroexportadora, os fluxos populacionais eram limitados. Esse cenário se dava devido a:
- Dificuldades de locomoção no território brasileiro;
- Ausência de uma economia propriamente nacional;
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Baixa diferença entre nível de desenvolvimento econômico entre as diversas regiões do país.
Durante o século XVI, a maior concentração de pessoas no Brasil encontrava-se no Nordeste. Nesse período, essa região era a mais desenvolvida devido à plantação de cana-de-açúcar, principal atividade econômica na época.
Com a ascensão da mineração (em especial na região de Minas Gerais) no século XVIII, houve um grande fluxo migratório do Nordeste e das regiões de São Paulo e Rio de Janeiro com destino às terras mineiras. Uma vez que os recursos são finitos, com o tempo, a mineração foi se tornando uma atividade cada vez menos atrativa, diminuindo o fluxo migratório para essa região.
No início do século XIX, a cafeicultura começa a se destacar, estimulando movimentos migratórios em direção ao Rio de Janeiro e São Paulo.
Outro fluxo migratório ocorreu no século XIX, durante o ciclo da borracha. Milhares de nordestinos migraram em direção à Amazônia devido à grande seca da região e à expansão da produção de borracha natural.
A partir de meados do século XX, os fluxos migratórios inter-regionais intensificaram-se no Brasil. Os processos de industrialização e urbanização transformaram o modelo econômico do país, afastando-se do modelo agroexportador.
Migrações no Brasil nas décadas de 50 e 60
A partir dos anos 1950, o Brasil vivenciou um intenso fluxo migratório da região Nordeste para o Sudeste, uma vez que a segunda vivia o período da industrialização e, como consequência, atraía muita mão de obra.
O êxodo rural também se intensificou nesse período, quando grande parte população que morava no campo se mudou para as cidades em busca de melhores condições de vida. Dessa forma, houve grande concentração da população brasileira nos grandes centros urbanos.
Fluxo de migrações durante o período de 1950-1960
Migrações no Brasil na década de 70
Na década de 70, houve um grande fluxo de deslocamento do Sul do país para a Amazônia e para o Centro-Oeste. Isso de seu devido à política adotada pelo governo militar, que financiou grandes propriedades rurais, estimulando o uso intensivo de máquinas e produtos químicos, para atender às demandas do mercado nacional e das exportações.
Esse estímulo dado a grandes empresas e proprietários - vindos principalmente do Sul e Sudeste - fez com que fossem implantados latifúndios, geralmente para criação de gado, na região amazônica.
Pressionados pela expansão das monoculturas e mecanização nas grandes propriedades rurais, os trabalhadores já não eram tão requisitados. Por isso, muitas famílias abandonaram o campo em busca de oportunidades na cidade.
Fluxo migratório na década de 1970