Qual é a relação entre a camada de ozônio, o efeito estufa e o aquecimento global?
Saiba o que é a camada de ozônio, efeito estufa e aquecimento global, qual a diferença entre eles e como estão relacionados entre si
Atualizado em 19/01/2022
A camada de ozônio virou assunto recentemente quando o maior buraco da camada de ozônio se fechou no Polo Norte. Muitos pensaram se tratar de uma consequência da quarentena adotada por quase todo o mundo para conter o novo coronavírus.
Entretanto, os cientistas do Serviço de Monitoramento de Atmosfera Copernicus (CAMS) explicaram que o fenômeno não tem relação com a pandemia. Na verdade, foi consequência de um vórtice polar, ciclones gelados que tem força para abrir um buraco na camada de ozônio. O buraco – o maior já registrado na região do Ártico – foi detectado no final de março e se fechou um mês depois.
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O que é a camada de ozônio?
Mas, afinal, você sabe o que é a camada de ozônio e sua importância para a vida na Terra? A camada de ozônio, também chamada de ozonosfera, é uma das camadas gasosas que envolvem o planeta. Ela é composta pelo gás Ozônio (O3) e se localiza na estratosfera, entre 20 e 35 quilômetros de altitude.
A presença de ozônio perto da superfície pode agravar a poluição e provocar a chuva ácida. Mas, na estratosfera, a camada de ozônio tem a capacidade de filtrar boa parte dos raios ultravioleta mais perigosos emitidos pelo Sol.
Os raios violetas são danosos aos seres humanos. Eles podem causar câncer de pele, danos à visão e ao sistema imunológico e envelhecimento precoce. Além de provocar o desequilíbrios ambientais, pois pode prejudicar o desenvolvimentos de animais marinhos e reduzir a produtividade do fitoplâncton, a base da cadeia alimentar aquática.
O que destrói a camada de ozônio?
Na atualidade, os benefícios da camada de ozônio são ameaçados pelo ser humano. Isso porque, desde a Revolução Industrial, se intensificaram o número de atividades humanas que contribuem para a destruição da camada.
O primeiro buraco na camada de ozônio foi detectado por cientistas britânicos no final da década de 1970, na região da Antártica. Esses buracos nada mais são do que a rarefação ou diminuição gradativa da espessura da camada de ozônio, o que permite que uma quantidade maior de raios ultravioletas cheguem à Terra.
Mas, como a camada de ozônio é destruída? Algumas substâncias químicas, quando degradadas pelos raios ultravioletas, soltam átomos que reagem com as moléculas ozônio, as transformando em gás oxigênio (O2).
As principais substâncias que prejudicam a camada de ozônio são: óxido nítrico (NO), óxido nitroso (N2O), dióxido de carbono (CO2) e clorofluorcarbonos (CFCs). Essas substâncias são liberadas para atmosfera pelos gases emitidos pela queima de combustíveis fósseis, por indústrias e veículos, pelos propelentes em produtos aerossóis, equipamentos de refrigeração e na produção de plásticos no geral.
O processo de degradação da camada de ozônio acontece naturalmente na estratosfera pela radiação dos raios ultravioletas, mas de forma equilibrada, pois as moléculas formadas com a destruição do ozônio podem se recombinar, formando ozônio novamente.
Porém, com a intensificação de atividades humanas, como queima de combustíveis fósseis, processos industriais, uso de fertilizantes, desmatamento e aumento da criação de gado, a quantidade de substâncias nocivas à camada de ozônio liberadas na atmosfera é cada vez maior, desestabilizando o equilíbrio energético no planeta.
Efeito estufa: é bom ou ruim?
Outro benefício da camada de ozônio é a produção do efeito estufa: um processo natural no qual parte da radiação solar é absorvida por determinados gases – os chamados gases estufa. Esses gases formam uma camada que retém mais da metade dos raios solares na atmosfera terrestre.
Mas, não pense que o efeito estufa é ruim. Graças à absorção de calor pelos gases estufa e por continentes e oceanos, a superfície da Terra é aquecida. Se o efeito estufa não existisse, a Terra seria cerca de 30 °C mais fria do que é hoje, dificultando muito o desenvolvimento da vida por aqui.
Entretanto, com a emissão em excesso de gases estufa, como gás carbônico, o efeito estufa se intensifica pode se tornar um vilão, provocando o famoso aquecimento global – o aumento da temperatura da superfície terrestre e dos oceanos.
Consequências do aquecimento global
A emissão cada vez maior de gases poluentes agravam a poluição e desequilibram o planeta. Quanto maior a emissão de gases como o CO2, maior a degradação da camada de ozônio e a intensificação do efeito estufa.
O aquecimento global desequilibra o planeta e, consequentemente, acentua ainda mais o efeito estufa, criando um ciclo de devastação. Veja algumas consequências do aquecimento global que já atingem o meio ambiente:
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Aumento do clima do planeta;
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Derretimento das geleiras e de regiões cobertas por neve;
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Aumento do nível dos oceanos, causando a inundação de ilhas e região litorâneas;
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Aumento da temperatura dos oceanos, diminuindo a absorção de gás carbônico (o qual é, em grande, parte dissolvido nas águas ou consumido por algas marinhas);
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Mudanças nas correntes marinhas e na composição química da água;
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Interferência no ritmo das estações do ano e nos ciclos da água, do carbono, do nitrogênio e outros;
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Modificação dos ecossistemas;
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Redução da disponibilidade de água potável;
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Irregularidade no regime de chuvas e no padrão dos ventos;
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Migração de muitas espécies animais e vegetais de climas mais quentes para os polos e altitudes mais elevadas;
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Aumento da evaporação de oceanos, lagos e rios;
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Desertificação de áreas de floresta, diminuindo a capacidade da natureza de reciclar o gás carbônico.
Recuperação da camada de ozônio
É claro que as autoridades e cientistas de todo o mundo têm se preocupado com o aquecimento global. Desde a década de 1970, os líderes de diversos países se reúnem em conferências ambientais para discutir projetos de desenvolvimento sustentável e criar protocolos internacionais, acordos que organizam a utilização dos recursos do planeta.
Veja: Conheça as principais conferências ambientais do mundo
Confira os principais protocolos e acordos já firmados pelas nações para conter a emissão de gases estufas e o aquecimento global:
Protocolo de Montreal
O primeiro protocolo criado para diminuir a emissão de substâncias nocivas à camada de ozônio foi o Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio, em 1987. Ele contou com 150 países signatários e o dia da sua assinatura, 16 de setembro, foi declarado como o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio.
Protocolo de Kyoto
Em 1997, outro protocolo que visava reduzir as emissões de gases do efeito estufa foi assinado por 175 países participantes da Organização das Nações Unidas (ONU), o Protocolo de Kyoto.
Com a missão de diminuir 5,2% das emissões nas décadas seguintes, o protocolo criou projetos ambientais internacionais, a compra de crédito de carbono entre os países desenvolvidos e os países que poluem pouco, e o mercado de créditos de carbono.
Acordo de Paris
O Acordo de Paris é o mais recente visando a redução do efeito estufa. O objetivo do acordo é reduzir a emissão de gases estufa e manter o aumento da temperatura do planeta abaixo de 2ºC nos próximos anos.
O Acordo de Paris foi assinado por 195 países em 2015, inclusive o Brasil que se comprometeu em diminuir a poluição e recuperar 12 milhões florestas para conter aquecimento global.
De acordo com um estudo norte-americano publicado na revista Nature neste ano, as determinações do Protocolo de Montreal estão ajudando a diminuir a emissão de gases. Mesmo com o trabalho árduo dos governos e dos cidadãos para preservar a camada de ozônio, sua recuperação deve demorar décadas.
Principalmente porque os níveis de poluição nunca estiveram tão altos. Segundo os dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), em abril de 2020, mesmo com o mundo em quarentena, a concentração global de dióxido de carbono bateu o recorde de 416,21 partes por 1 milhão (ppm), o valor mais alto desde o início das medições em 1958.
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