Aracnídeos: veja características e diversidade desses invertebrados

Os aracnídeos são animais invertebrados que são fundamentais na manutenção do equilíbrio ecológico, controlando populações de insetos e, também, servindo como indicadores ambientais.

Composta por espécies como aranhas, escorpiões, carrapatos e ácaros, essa classe de invertebrados do filo dos artrópodes é marcada por sua diversidade e habilidades adaptativas. Mas o que torna os aracnídeos tão especiais e essenciais para a natureza?

Neste artigo, você vai entender melhor as características únicas desses animais!

Os aracnídeos são animais exclusivamente terrestres, com mais de 100 mil espécies identificadas. Eles se destacam pelo corpo dividido em duas partes principais: o cefalotórax (onde estão as pernas, quelíceras e olhos) e o abdômen (que abriga os órgãos internos).

Diferentemente de outros artrópodes, os aracnídeos têm oito patas articuladas, exoesqueleto rígido, e não possuem asas ou antenas.

Esses animais são amplamente conhecidos por sua eficiência como predadores, alimentando-se de insetos e outros pequenos invertebrados. 

Ao controlar populações de pragas, desempenham um papel ecológico vital, além de contribuírem para avanços científicos, especialmente em áreas como medicina e biotecnologia.

Características gerais dos aracnídeos

Os aracnídeos apresentam características distintas. Todos possuem oito patas articuladas, o que os diferencia de outros artrópodes, como os insetos, que têm seis patas. Não possuem asas nem antenas, o que reforça sua especialização no ambiente terrestre.

De forma geral, essas são as principais características:

Estruturas corporais únicas:

• Quelíceras: Usadas para capturar presas e, em algumas espécies, injetar veneno.

• Patas Articuladas: Oito no total, um diferencial em relação aos insetos.

• Pulmões Foliáceos ou Traqueias: Adaptação respiratória para o ambiente terrestre.

Dieta carnívora e estratégias de alimentação:

Aranhas utilizam teias sofisticadas ou técnicas de emboscada, enquanto escorpiões imobilizam suas presas com um ferrão venenoso. Já ácaros e opiliões possuem dietas variadas, incluindo matéria orgânica em decomposição.

Reprodução complexa:

O ciclo de vida inclui ovos, estágios juvenis e maturidade. Algumas espécies, como os escorpiões, são vivíparas, com filhotes que nascem vivos e dependem da mãe nos primeiros dias de vida.

Por que o nome aracnídeos?

O termo "aracnídeo" vem do grego arákhnē, que significa aranha. A nomenclatura está associada às aranhas, consideradas o grupo mais representativo dos aracnídeos. O uso do termo reflete a importância e a popularidade desses animais no estudo da biologia.

Os aracnídeos são divididos em diversas ordens, cada uma com características específicas que os adaptam aos mais variados habitats. Entre os tipos mais conhecidos estão as aranhas e os escorpiões, mas também existem outros grupos como ácaros, opiliões e pseudoscorpiões. A seguir, exploramos essas principais categorias.

Aranhas

As aranhas são, talvez, o grupo mais popular de aracnídeos. Caracterizam-se pela produção de seda, utilizada para construir teias, capturar presas ou criar refúgios. Elas possuem quelíceras adaptadas para injetar veneno, que imobiliza suas presas, geralmente insetos. 

Algumas espécies, como a viúva-negra (Latrodectus), possuem veneno potencialmente perigoso para os humanos, enquanto outras, como as tarântulas, apresentam comportamento mais defensivo.

Escorpiões

Os escorpiões são conhecidos pelo ferrão presente em sua cauda, utilizado tanto para defesa quanto para capturar presas. Alimentam-se principalmente de insetos, sendo predadores noturnos altamente eficientes. 

Seu corpo é dividido em cefalotórax, abdômen e pós-abdômen (onde está o ferrão). Apesar de sua aparência ameaçadora, poucas espécies possuem veneno perigoso para o homem.

Outros aracnídeos

Além de aranhas e escorpiões, outros grupos de aracnídeos também desempenham funções importantes.

• Ácaros: são pequenos e muitas vezes microscópicos, incluindo espécies parasitas (como os causadores de sarna) e outros que vivem em ambientes variados.
  
  

• Opiliões: também conhecidos como aranhas-de-pernas-longas, possuem corpo fundido e não produzem teia. São inofensivos e se alimentam de matéria orgânica.
  
  

• Pseudoscorpiões: pequenos aracnídeos que lembram escorpiões, mas sem cauda e ferrão. Alimentam-se de pequenos insetos e ácaros e frequentemente vivem em locais como livros ou debaixo de cascas de árvores.
  
  

Esses grupos ilustram a diversidade de formas e funções dentro dos aracnídeos.

Os aracnídeos são animais predominantemente terrestres e adaptados a diversos habitats. Eles podem ser encontrados em florestas tropicais, desertos, cavernas, campos abertos e até em ambientes urbanos, como dentro de residências. 

Mas, alguns, como os ácaros, podem viver em locais específicos, como o solo, plantas ou até mesmo no corpo de outros animais, enquanto aranhas e escorpiões preferem esconderijos em fendas, folhas ou debaixo de pedras.

A alimentação dos aracnídeos é predominantemente carnívora, com exceção de algumas espécies específicas. Eles se alimentam de insetos, outros artrópodes e pequenos vertebrados. 

A captura da presa varia conforme o grupo: as aranhas utilizam teias ou emboscadas, enquanto os escorpiões empregam seu ferrão para imobilizar suas vítimas. Muitos aracnídeos têm a capacidade de digerir parcialmente o alimento antes de ingeri-lo, por meio de enzimas liberadas pelas quelíceras.

Além disso, alguns ácaros podem ser parasitas, alimentando-se de fluidos de plantas ou animais. Já os opiliões, embora também consumam pequenos invertebrados, são conhecidos por sua dieta variada, que inclui matéria orgânica em decomposição. 

A reprodução dos aracnídeos varia entre as diferentes ordens, mas, em geral, é sexuada. A maioria dos aracnídeos apresenta dimorfismo sexual, com machos e fêmeas de tamanhos ou características distintas. O acasalamento ocorre por meio de transferência direta de esperma ou através de estruturas especializadas, como espermatóforos.

Após a fecundação, a fêmea geralmente deposita ovos em locais protegidos, como casulos de seda ou buracos no solo. Em algumas espécies, como as aranhas, a mãe guarda e protege os ovos até que eclodam. Já em escorpiões, os filhotes nascem vivos em um processo chamado viviparidade. Após o nascimento, eles sobem nas costas da mãe, onde permanecem até a primeira muda.

O ciclo de vida dos aracnídeos inclui estágios de ovo, desenvolvimento juvenil e maturidade. Durante o crescimento, passam por diversas mudas, nas quais trocam o exoesqueleto para permitir o aumento de tamanho. 

O tempo de vida varia amplamente: enquanto algumas aranhas vivem apenas alguns meses, escorpiões podem sobreviver por vários anos. Essa diversidade nos padrões reprodutivos e de ciclo de vida reflete a ampla adaptabilidade dos aracnídeos aos diferentes habitats e condições ambientais.

Os aracnídeos são protagonistas de diversos fatos curiosos. Algumas aranhas, como a tecelã-dourada, produzem uma seda incrivelmente resistente, capaz de ser comparada à força do aço. 

Já os escorpiões podem sobreviver em condições extremas, como desertos, e algumas espécies brilham sob luz ultravioleta devido à presença de substâncias fluorescentes em seu exoesqueleto.

No âmbito ecológico, os aracnídeos são importantes no equilíbrio dos ecossistemas. Como predadores, controlam populações de insetos, evitando surtos de pragas agrícolas e de doenças transmitidas por vetores. Eles também servem de alimento para outros animais, como aves e répteis, contribuindo para a biodiversidade.

Além disso, estudos com aracnídeos têm implicações científicas importantes, desde avanços na produção de biotecnologia baseada em seda até o desenvolvimento de medicamentos a partir de seus venenos. 

Se você quer saber mais sobre a biologia dos aracnídeos, explore mais de nossos conteúdos, aqui no Manual do Enem!