Representação de Pirro de Élis, por Thomas Stanley, The history of philosophy, 1655
Essa doutrina foi fundada pelo filósofo grego Pirro de Élis, que não deixou nenhum registro escrito sobre suas convicções, mas teve suas ideias propagadas pelos discípulos que o procederam, como Tímon de Fliunte e Sexto Empírico.
Para Pirro, a verdade absoluta é inatingível, e portanto, a busca por conclusões definitivas e inquestionáveis é apenas perda de tempo e fonte de inquietação e frustração.
O filósofo supõe que, somente atingindo esse estado neutro sobre as questões pertinentes à existência humana, chamado de afasia, é que se alcançaria a paz interior capaz de gerar felicidade. Essa ausência de perturbações e inquietações da mente é denominada ataraxia e representa a serena felicidade, conquistada a partir do domínio ou da extinção de paixões, desejos e inclinações sensórias.
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Quem foi Pirro de Élis?
Como já citado, o filósofo considerado o "pai" do ceticismo, também denominado pirronismo, foi Pirro de Élis, um pintor que começou a ter contato com a filosofia por meio das obras de Demócrito.
Pirro acompanhou o rei Alexandre Magno em suas expedições pelo Oriente, nas quais teve contato com diferentes culturas, costumes, doutrinas e o misticismo de pensadores das regiões da Índia e Pérsia, o que fez o filósofo começar a questionar suas próprias convicções.
Nesse contexto, Pirro percebeu que as noções de bom e ruim, justo e injusto, certo e errado, eram diferentes para cada civilização, e com isso, desenvolveu uma postura questionadora perante a vida, que resultou em sua teoria de que não existe verdade absoluta.
Outros pensadores do ceticismo
Representação de Sexto Empírico (Domínio Público)
Como Pirro de Élis não deixou registros escritos de seu trabalho, seus pensamentos foram divulgados por meio das obras de seus discípulos, principalmente os escritos de Tímon de Fliunte. Outros pensadores também difundiram o ceticismo, como Carnéades e Sexto Empírico, considerado a maior autoridade do ceticismo grego.
Outros nomes do ceticismo antigo que se destacam são Enesidemo, Agripa e Antíoco de Laodicéia, filósofos que retomaram os conceitos céticos depois de Pirro. Já na Idade Moderna, no período do Renascimento e da Revolução Francesa, a doutrina foi recuperada pelos filósofos Montaigne e David Hume, se expandindo com a “Nova Academia”.