Logo da Quero Bolsa
Como funciona
  1. Busque sua bolsa

    Escolha um curso e encontre a melhor opção pra você.


  2. Garanta sua bolsa

    Faça a sua adesão e siga os passos para o processo seletivo.


  3. Estude pagando menos

    Aí é só realizar a matrícula e mandar ver nos estudos.


Ceticismo: o que é, ceticismo na filosofia e um resumo sobre

Filosofia - Manual do Enem
Clara Tadayozzi Publicado por Clara Tadayozzi
 -  Última atualização: 11/3/2024

Índice

Introdução

O ceticismo é uma corrente filosófica que questiona a possibilidade do conhecimento absoluto, defendendo que as percepções e razões humanas são frequentemente enganosas. Por exemplo, céticos como Pirro de Elis argumentam que devemos suspender o julgamento para alcançar a tranquilidade.

Quais são as principais ideias do ceticismo?

O ceticismo propõe um constante estado de dúvida, defendendo a hipótese de que não é possível chegar a uma conclusão definitiva sobre a verdade ou um conhecimento específico. Sendo assim, é uma corrente filosófica que se opõe a crenças, opiniões e pensamentos assumidos pelo senso comum como verdades, bem como rejeita dogmas, fenômenos religiosos ou metafísicos.

Essa doutrina foi fundada pelo filósofo grego Pirro de Élis, que não deixou nenhum registro escrito sobre suas convicções, mas teve suas ideias propagadas pelos discípulos que o procederam, como Tímon de Fliunte e Sexto Empírico.

Representação de Pirro de Élis, por Thomas Stanley, The history of philosophy, 1655

Segundo os pressupostos céticos, a ideia de felicidade está atrelada a aceitar os contextos como eles são, sem a tentativa de julgar os acontecimentos e emitir opiniões sobre eles. Para Pirro, a verdade absoluta é inatingível, e portanto, a busca por conclusões definitivas e inquestionáveis é apenas perda de tempo e fonte de inquietação e frustração.

O filósofo supõe que, somente atingindo esse estado neutro sobre as questões pertinentes à existência humana, chamado de afasia, é que se alcançaria a paz interior capaz de gerar felicidade. Essa ausência de perturbações e inquietações da mente é denominada ataraxia e representa a serena felicidade, conquistada a partir do domínio ou da extinção de paixões, desejos e inclinações sensórias.

O movimento defendido pelos céticos de suspender o julgamento sobre as coisas é chamado de epoché, que significa "colocar entre parênteses" e representa a atitude de não aceitar nem negar uma determinada proposição ou juízo.

Dessa forma, o ceticismo se opõe diretamente ao dogmatismo, que, por sua vez, admite que o conhecimento humano é apto à obtenção de verdades de caráter incontestável. Os adeptos do ceticismo refutam essa premissa, sujeitando todas as supostas verdades ao questionamento e à abstenção de julgamentos.

Assim, o termo "cético" é atualmente utilizado para se referir a pessoas que apresentam uma postura incrédula, duvidando das circunstâncias diversas que se associam às questões e conhecimentos humanos.  
📚 Você vai prestar o Enem? Estude de graça com o Plano de Estudo Enem De Boa 📚 

Quem são os filósofos céticos?

Como já citado, o filósofo considerado o "pai" do ceticismo, também denominado pirronismo, foi Pirro de Élis, um pintor que começou a ter contato com a filosofia por meio das obras de Demócrito.

Pirro acompanhou o rei Alexandre Magno em suas expedições pelo Oriente, nas quais teve contato com diferentes culturas, costumes, doutrinas e o misticismo de pensadores das regiões da Índia e Pérsia, o que fez o filósofo começar a questionar suas próprias convicções.

Nesse contexto, Pirro percebeu que as noções de bom e ruim, justo e injusto, certo e errado, eram diferentes para cada civilização, e com isso, desenvolveu uma postura questionadora perante a vida, que resultou em sua teoria de que não existe verdade absoluta.

Como ele não deixou registros escritos de seu trabalho, seus pensamentos foram divulgados por meio das obras de seus discípulos, principalmente os escritos de Tímon de Fliunte. Outros pensadores também difundiram o ceticismo, como Carnéades e Sexto Empírico, considerado a maior autoridade do ceticismo grego.

Representação de Sexto Empírico (Domínio Público)

Outros nomes do ceticismo antigo que se destacam são Enesidemo, Agripa e Antíoco de Laodicéia, filósofos que retomaram os conceitos céticos depois de Pirro. Já na Idade Moderna, no período do Renascimento e da Revolução Francesa, a doutrina foi recuperada pelos filósofos Montaigne e David Hume, se expandindo com a “Nova Academia”.

O que os céticos defendem

Os adeptos do ceticismo defendem que não existe a verdade absoluta sobre nada, sendo a renúncia de qualquer certeza a condição para a felicidade. Entre os pressupostos do ceticismo, estão:

  • Não existe verdade inquestionável e definitiva;
  • A felicidade consiste em não julgar coisa alguma;
  • O ser humano deve manter uma posição neutra sobre as questões que o envolvem para alcançar a paz interior;
  • Não existem dogmas, fenômenos religiosos ou metafísicos;
  • A busca por verdades definitivas é inconclusiva e fonte de inquietação e frustração;
  • O que parece ser verdade é apenas ilusão passageira;
  • Não se deve buscar a verdade absoluta, mas o entendimento de como as coisas estão dispostas no momento em que as conhecemos;
  • Oposição ao dogmatismo e às crenças estabelecidas pelo senso comum.

🎓 Você ainda não sabe qual curso fazer? Tire suas dúvidas com o Teste Vocacional Grátis do Quero Bolsa 🎓

Exercício de fixação
Passo 1 de 3
Enem 2016

Pirro afirmava que nada é nobre nem vergonhoso, justo ou injusto, e que, da mesma maneira, nada existe do ponto de vista da verdade, que os homens agem apenas segundo a lei e o costume, nada sendo mais isto do que aquilo. Ele levou uma vida de acordo com esta doutrina, nada procurando evitar e não se desviando do que quer que fosse, suportando tudo, carroças, por exemplo, precipícios, cães, nada deixando ao arbítrio dos sentidos.

LAÉRCIO, D. Vidas e sentenças dos filósofos ilustres. Brasília: Editora UnB, 1988.

O ceticismo, conforme sugerido no texto, caracteriza-se por:

A Desprezar quaisquer convenções e obrigações da sociedade.
B Atingir o verdadeiro prazer como o princípio e o fim da vida feliz.
C Defender a indiferença e a impossibilidade de obter alguma certeza.
D Aceitar o determinismo e ocupar-se com a esperança transcendente.
E Agir de forma virtuosa e sábia a fim de enaltecer o homem bom e belo.
Prepare-se para o Enem com a Quero Bolsa! Receba conteúdos e notícias sobre o exame diretamente no seu e-mail