O conflito na Caxemira é um dos mais importantes embates da atualidade. Consiste em uma disputa territorial entre Índia, Paquistão e China, com constante tensão sócio-religiosa e política, envolvendo diferenças étnicas e divisão de fronteiras nacionais.
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A Caxemira é uma região localizada no sul da Ásia, ao extremo noroeste da península denominada subcontinente indiano. Geograficamente, a região é separada da Ásia Central e da China pela cordilheira do Himalaia, que também serve como uma barreira cultural.
Subcontinente indiano, separado da Ásia Central pela cordilheira do Himalaia ao Norte. No extremo noroeste da península, situa-se a região da Caxemira.
O conflito na Caxemira ocorre devido a busca da população de origem islâmica pela integração com o Paquistão, em insubmissão ao governo da Índia, que controla politicamente a maior parte da região.
Atualmente, a Caxemira tem sua região dividida entre Índia, Paquistão e China. A Índia, cuja religião tradicional é o hinduísmo, detém o controle da maior parte da Caxemira, onde a maioria da população é islâmica e busca a independência ou a integração ao Paquistão, adepto ao islamismo.
Além das diferenças étnicas, o conflito marca a disputa entre os três países pelo controle da região e divisão das fronteiras.
A Caxemira tem uma importância vital tanto para Índia quanto Paquistão em relação à soberania hídrica, pois nessa região estão localizadas as nascentes dos rios Ganges e Indo, os principais rios dos dois países, respectivamente.
Grande parte da região está localizada nas montanhas do Himalaia e a maioria do solo é seca durante boa parte do ano. Poucas são as áreas da Caxemira que podem ser cultivadas - cerca de 20%.
Contudo, a área localizada no vale dos rios tem produzido uma grande variedade de vegetais, com boas colheitas de arroz, frutas e legumes. Os agricultores representam a grande maioria da população da Caxemira.
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Antes de compreender o conflito entre Índia e Paquistão, é importante entender como se formaram esses dois países, tão diversos étnica e culturalmente.
O subcontinente indiano sempre foi um atrativo para diferentes povos, por suas riquezas naturais e fertilidade do solo, mas também pela Rota da Seda, que ligava o Império Chinês a diversos outros países.
A Rota da Seda ligava a China ao resto do mundo e ajudou a desenvolver diversas nações.
A Rota da Seda ligava a China ao resto do mundo e ajudou a desenvolver diversas nações.
Durante séculos, conviveram ali milhares de etnias, separadas por diferentes idiomas e religiões, sobretudo relacionadas ao hinduísmo. Mas a partir da chegada do Império Mongol e, depois, dos europeus, a história do subcontinente mudaria.
A partir de 1526, o Império Mogol, adepto ao islamismo, ocupou quase todo o subcontinente indiano, incluindo os atuais territórios da Índia e do Paquistão.
Em seu auge, o Império foi possivelmente a nação mais rica, poderosa e sofisticada do planeta. Mas, devido a guerras de sucessão, revoltas locais, crises agrárias e conflitos religiosos, o poder mongol começou a entrar em declínio dois séculos depois de instaurado.
No sul do continente, formou-se o Império Marata, um Estado hindu que esteve em constante conflito com o Império Mongol, muçulmano, enquanto avançava para o norte.
O Império Mongol foi extinto com a tomada de quase todo o território pela Inglaterra, no contexto do neocolonialismo europeu.
A expansão marítima europeia consiste na busca pelo Caminho das Índias, em rota alternativa pelo oceano. Liderada por Portugal, o seu objetivo era reduzir custos nas trocas comerciais com o oriente e monopolizar o comércio de especiarias.
Em 1498, a frota portuguesa, sob comando de Vasco da Gama, chega a Índia e estabelece assim a rota comercial pelo Oceano Índico. A partir de 1600, a Inglaterra demonstra interesse no comércio com o oriente, e alguns anos depois derrota os portugueses numa batalha naval e ganha a simpatia do rei mongol.
A partir de 1670, a Inglaterra inicia o processo de conquista territorial e colonização do subcontinente indiano e, em 1877, a Rainha Vitória é proclamada Imperatriz das Índias.
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Após os movimentos de independência, nos quais Gandhi tornou-se conhecido por seu ativismo de não violência, em plena Segunda Guerra Mundial a ruptura com os ingleses tornou-se inevitável. E a Inglaterra resolveu estabelecer uma emancipação negociada.
Duas correntes se formaram durante o processo de independência da Índia:
A Inglaterra apoiou a segunda corrente e, assim, em 1947, originaram-se dois países: Índia e Paquistão.
Uma onda de migração ocorreu pela península, movendo-se os muçulmanos ao Norte, para o Paquistão, e os hindus para o Sul, gerando diversos conflitos entre as populações.
Na divisão entre os dois países, a partir da independência, a região fronteiriça da Caxemira foi dividida entre Índia e Paquistão. Mas, contestando suas fronteiras com a Índia, a China também entrou na disputa por territórios da Caxemira.
Após a independência, Índia e Paquistão foram à guerra em três ocasiões. E a China também entrou em conflito territorial.
Os limites territoriais foram definidos em 1972, por meio do Acordo de Simla, com o aval da ONU.
A Índia ganhou o controle de Jammu, Caxemira e Ladakh, numa área de 141.338 km². Já o Paquistão tomou o controle de Gilgit, Baltisan, e a parte ocidental da Caxemira, que correspondem a 85.846 km². A China possui a menor parte, uma área com 37.555 km².
O termo Caxemira costuma ser empregado para se referir a toda a região, incluindo as três áreas.
Divisão política da Caxemira: maior parte do território é de domínio da Índia.
Na parte indiana da Caxemira, os muçulmanos correspondem a 95% da população e estão distribuídos nas regiões de Ladakh e Jammu. Por serem a maioria, desejam desligar-se do controle indiano se integrarem ao Paquistão. E muitos paquistaneses gostariam de ter essa área anexada ao seu país.
Desde 1989, a área indiana tem sofrido tanto com atentados terroristas quanto com políticas opressivas de segurança por parte do exército indiano. Além disso, a Caxemira sofre com uma economia instável, com altos níveis de desemprego, o que contribui para a vulnerabilidade e as crises sociais.
Enquanto o governo do Paquistão afirma que as rebeliões são causadas por nativos da Caxemira devido às políticas repressivas da Índia, com tortura, estrupo e assassinato, além da corrupção do sistema indiano, a Índia acusa o Paquistão de criar campos de treinamento terrorista, de incentivar o tráfico de armas em direção à Índia e de auxiliar grupos extremistas.
Determinado a ganhar controle da região e sabendo que a maioria muçulmana deseja integração ao seu território, o Paquistão acusa a Índia de suprimir o direito do povo da Caxemira de determinar o seu próprio futuro através de um plebiscito, por exemplo.
E mantendo um histórico conflito com os chineses, a Índia também acusa a China de oferecer suporte aos soldados paquistaneses, sendo muito comum os treinamentos de guerra de soldados chineses junto à fronteira entre os três países.
A ameaça de uma guerra sempre esteve iminente, pois os países envolvidos são bastante militarizados. Além disso, tanto Índia quanto Paquistão realizam testes nucleares como formas de ameaça e demonstração de poder bélico. Ao contrário da China, os dois países não são signatários do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), em vigor desde 1970.
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O conflito na Caxemira é uma disputa territorial entre Índia e Paquistão, que remonta à partição do subcontinente indiano em 1947, quando as duas nações se tornaram independentes do Reino Unido. A região da Caxemira, de maioria muçulmana, ficou dividida entre os dois países, com ambos reivindicando seu controle total. A Índia administra Jammu e Caxemira, enquanto o Paquistão controla Azad Caxemira e Gilgit-Baltistão.
Esse conflito tem raízes em questões religiosas, pois a Caxemira possui uma população majoritariamente muçulmana, mas foi anexada pela Índia, que é predominantemente hindu. Desde então, tensões militares e políticas marcaram a história da região, resultando em várias guerras, insurgências e intervenções internacionais. A China também possui parte do território em disputa.
Além das batalhas diretas, o conflito tem impacto na população civil, gerando deslocamentos forçados, violações de direitos humanos e instabilidade. A questão da Caxemira permanece um dos conflitos mais antigos do mundo, sem uma solução definitiva à vista, e continua a ser uma fonte de tensão entre Índia e Paquistão, ambos potências nucleares.
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Índia e Paquistão disputam a região da Caxemira desde 1947. Os intensos conflitos armados entre esses países os levaram a uma acirrada corrida armamentista que culminou com a sua entrada no grupo de países detentores de armas nucleares. As causas dos conflitos na região da Caxemira estão relacionadas