Antes de compreender o conflito entre Índia e Paquistão, é importante entender como se formaram esses dois países, tão diversos étnica e culturalmente.
O Caminho para as Índias
O subcontinente indiano sempre foi um atrativo para diferentes povos, por suas riquezas naturais e fertilidade do solo, mas também pela Rota da Seda, que ligava o Império Chinês a diversos outros países.
A Rota da Seda ligava a China ao resto do mundo e ajudou a desenvolver diversas nações.
A Rota da Seda ligava a China ao resto do mundo e ajudou a desenvolver diversas nações.
Durante séculos, conviveram ali milhares de etnias, separadas por diferentes idiomas e religiões, sobretudo relacionadas ao hinduísmo. Mas a partir da chegada do Império Mongol e, depois, dos europeus, a história do subcontinente mudaria.
O Império Mogol
A partir de 1526, o Império Mogol, adepto ao islamismo, ocupou quase todo o subcontinente indiano, incluindo os atuais territórios da Índia e do Paquistão.
Em seu auge, o Império foi possivelmente a nação mais rica, poderosa e sofisticada do planeta. Mas, devido a guerras de sucessão, revoltas locais, crises agrárias e conflitos religiosos, o poder mongol começou a entrar em declínio dois séculos depois de instaurado.
No sul do continente, formou-se o Império Marata, um Estado hindu que esteve em constante conflito com o Império Mongol, muçulmano, enquanto avançava para o norte.
O Império Mongol foi extinto com a tomada de quase todo o território pela Inglaterra, no contexto do neocolonialismo europeu.
A chegada dos europeus
A expansão marítima europeia consiste na busca pelo Caminho das Índias, em rota alternativa pelo oceano. Liderada por Portugal, o seu objetivo era reduzir custos nas trocas comerciais com o oriente e monopolizar o comércio de especiarias.
Em 1498, a frota portuguesa, sob comando de Vasco da Gama, chega a Índia e estabelece assim a rota comercial pelo Oceano Índico. A partir de 1600, a Inglaterra demonstra interesse no comércio com o oriente, e alguns anos depois derrota os portugueses numa batalha naval e ganha a simpatia do rei mongol.
A partir de 1670, a Inglaterra inicia o processo de conquista territorial e colonização do subcontinente indiano e, em 1877, a Rainha Vitória é proclamada Imperatriz das Índias.
Segunda Guerra Mundial e independência da Índia
Após os movimentos de independência, nos quais Gandhi tornou-se conhecido por seu ativismo de não violência, em plena Segunda Guerra Mundial a ruptura com os ingleses tornou-se inevitável. E a Inglaterra resolveu estabelecer uma emancipação negociada.
Duas correntes se formaram durante o processo de independência da Índia:
- Uma Índia unificada, defendida por Gandhi.
- A criação de um estado independente ao Norte, reivindicado pelos muçulmanos.
A Inglaterra apoiou a segunda corrente e, assim, em 1947, originaram-se dois países: Índia e Paquistão.
Uma onda de migração ocorreu pela península, movendo-se os muçulmanos ao Norte, para o Paquistão, e os hindus para o Sul, gerando diversos conflitos entre as populações.