A conceituação do fenômeno da globalização data da década de 1980 e remete ao processo de expansão do sistema capitalista e do aprofundamento e multiplicação das redes - econômicas, políticas, culturais, sociais, de informação, de mercado, etc. - entre as nações do mundo.
A globalização se caracteriza, portanto, como resultado da expansão do capitalismo no mundo, ampliando, assim, os trânsitos comerciais, os fluxos de pessoas, de dados e de mercadorias.
Essas conexões resultantes do processo de globalização acabaram por conectar e “diminuir as distâncias” entre pontos distintos do globo. Claro que, com "diminuir as distâncias", não estamos falando sobre as distâncias físicas reais, mas sobre a sensação de estarmos conectados com várias partes do mundo devido à facilidade do acesso a informações, do contato com pessoas e, até mesmo, da possibilidade de ter experiências territoriais virtuais a partir do contato com lugares distantes.
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É difícil afirmar em que momento histórico o processo de globalização se iniciou. Alguns estudiosos afirmam que seu marco inicial foram as Expansões Marítimas, momento em que começou a expansão do sistema capitalista. Outros, contudo, afirmam que foi o fim da Guerra Fria e a queda do Muro de Berlim que propulsionaram a globalização.
É certo dizer, por isso, que a globalização é um fenômeno processual, com várias nuances e marcos propulsores no decorrer dos últimos séculos.
A colonização de territórios africanos e asiáticos marcaram o começo dos fluxos de força de trabalho, de matéria-prima, de influências culturais e de mercadorias. As Revoluções Industriais também foram de suma importância para a expansão do capitalismo e para a intensificação da globalização, uma vez que aumentaram as ordens de consumo e “encurtaram distâncias”, ao terem possibilitado que mais produtos chegassem a lugares distantes a partir dos navios a vapor e das ferrovias.
Mas foi após a Guerra Fria, com a derrota da União Soviética - e do bloco socialista - que uma nova ordem mundial ganhou força e impulsionou a globalização. Neste momento, a ampliação de novos mercados consumidores, o avanço da tecnologia e afins deram origem às medidas neoliberais que caracterizam muitas das políticas econômicas até os dias de hoje.
A partir da metade do século XX, a chamada Terceira Revolução Industrial - ou Revolução Técnico-Científica-Informacional - modificou formas de produção e mercados consumidores a partir do advento de inúmeros tecnologias. Além disso, a internet se tornou um dos meios de comunicação mais comuns e os limites da circulação de ideias, mercadorias e informações foram atualizados, assim como as formas de trabalho, modificadas em decorrência desses novos cenários.
Em suma, pode-se afirmar que o processo da globalização tem sua origem remota nos tempos de expansão marítima de cinco séculos atrás, mas foi durante os últimos 60 anos que esse fenômeno se intensificou de forma exponencial.
A Globalização é um processo complexo que tem, entre suas características e efeitos, inúmeras nuances e fatores que configuram, principalmente, o último século da história mundial.
A mundialização introduz o aumento da produtividade do trabalho sem acumulação de capital, justamente pelo caráter divisível da forma técnica molecular-digital do que resulta a permanência da má distribuição da renda: exemplificando mais uma vez, os vendedores de refrigerantes às portas dos estádios viram sua produtividade aumentada graças ao just in time dos fabricantes e distribuidores de bebidas, mas para realizar o valor de tais mercadorias, a forma do trabalho dos vendedores é a mais primitiva. Combinam-se, pois, acumulação molecular-digital com o puro uso da força de trabalho. (OLIVEIRA, F Crítica à razão dualista e o ornitorrinco. Campinas: Boitempo, 2003.)
Os aspectos destacados no texto afetam diretamente questões como emprego e renda, sendo possível explicar essas transformações pelo(a):