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Idade Média: o que foi a Era Medieval e como foi o fim

História Geral - Manual do Enem
Otávio Spinace Publicado por Otávio Spinace
 -  Última atualização: 7/11/2023

Índice

Introdução

A Idade Média é um período de aproximadamente mil anos da história ocidental, que se inicia no século V, com a queda do Império Romano do Ocidente, em 476, e termina no século XV, com a tomada de Constantinopla pelo Império Otomano, em 1453. Nos séculos seguintes, a Idade Média foi alvo de uma série de interpretações pelas sociedades que a sucederam, recebendo algumas denominações pejorativas, como a de “Idade das Trevas”. Essas interpretações, por sua vez, tinham mais como objetivo enaltecer as sociedades do período moderno que as cunharam do que representar, de fato, o que foi este período da história da humanidade, e particularmente da Europa. Uma análise mais cautelosa nos mostra que a época medieval é muito mais complexa do que comumente é retratada.

Para simplificar a compreensão sobre a Idade Média, os historiadores costumam dividi-la em dois períodos principais: a Alta Idade Média, que vai do século V ao século X; e Baixa Idade Média, que vai do século X ao século XV.

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As divisões da Idade Média

De maneira geral, a Alta Idade Média é caracterizada pelas invasões bárbaras ao Império Romano, que provocaram sua fragmentação política e territorial. Os constantes conflitos provocaram o declínio das cidades e o crescente povoamento de áreas rurais que dariam origem, alguns séculos depois, aos feudos. Esse processo resultou em novos modelos de sociedade, no fim de uma estrutura política centralizada, e no fortalecimento da Igreja Católica, que era uma grande proprietária de terras.

A Baixa Idade Média, por sua vez, se estendeu dos séculos XI ao XV, e representou o período de decadência da sociedade feudal na Europa Ocidental. Nesse momento, há um renascimento urbano, ou seja, das cidades, baseado principalmente no crescimento comercial e marcado pela ascensão da burguesia, camada social ligada ao comércio. É também um período de centralização política, consolidado pelo enfraquecimento dos feudos e pela formação dos Estados nacionais.

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As invasões bárbaras

As mudanças na Europa se iniciam, principalmente, à partir da crise do Império Romano e das invasões bárbaras. O termo bárbaro era utilizado genericamente para denominar povos, em geral de características tribais e quase nômades, que não compartilhavam a cultura greco-romana. Essa denominação incluía, por exemplo, povos germânicos como os godos, vândalos, francos, entre outros. Alguns desses bárbaros estabeleceram acordos com o Império e chegaram a lutar pelo exército romano como mercenários, ou seja, mediante pagamento, estabelecendo um contato relativamente pacífico. A presença dos bárbaros em regiões do Império proporcionou, inclusive, um intercâmbio cultural nas áreas de contato entre os povos, fazendo com que bárbaros e romanos incorporassem elementos culturais uns dos outros.

A convivência entre bárbaros e romanos, contudo, também apresentou conflitos. Em algumas regiões, as tribos que se estabeleceram não eram aceitas por oficiais do Império. O avanço dos hunos, vindos da Ásia, sobre a Europa, ao mesmo tempo em que levou germânicos e romanos a lutarem juntos em certas oportunidades, também acirrou conflitos entre eles, e até internamente entre as tribos bárbaras. Gradualmente essas tribos se estabeleceram no território antes dominado pelo Império que, já em crise, não conseguiu reagir e manter sua unidade.

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O feudalismo

Os sucessivos confrontos e invasões provocaram crises econômicas e amedrontaram a população das cidades, que buscou refúgio e meios de subsistência no campo. Esse êxodo urbano foi um dos responsáveis para o estabelecimento - à partir do século IX - do feudalismo, sistema político, econômico e social que vigorou em diversas regiões da Europa durante a Idade Média. Esse sistema se caracterizava pela descentralização política, pela concentração da vida social e econômica em áreas rurais, os feudos, por uma sociedade estamental, e pelo declínio das cidades e do comércio.

O feudalismo viveu seu auge durante a Alta Idade Média, entre os séculos IX e XI e, como possuía como característica a descentralização política, se manifestou com especificidades em cada região que surgiu. As relações feudais eram baseadas na doação de terras de um suserano (grande proprietário de terras) a outros membros da nobreza. Os que recebiam as terras se tornavam vassalos, e estabeleciam uma relação de fidelidade e dependência com o suserano. Essas terras, por sua vez, baseavam sua produção no trabalho servil.

Veja mais: O que é aristocracia?

Os francos

Durante a Alta Idade Média, os francos foram um dos principais povos a se consolidarem na Europa Ocidental, na região da Gália (onde hoje está localizada parte do território a França). A dinastia Merovíngia consolidou sua ocupação na região a partir de Clóvis, durante os séculos V e VI. Além do poder militar, sua conversão ao cristianismo garantiu a Clóvis o apoio da Igreja e dos camponeses. O período merovíngio durou até o século VIII, abalado por sucessivos conflitos e disputas pelo poder.

Carlos Martel, que ocupou o cargo de “Prefeito do Palácio” durante o período merovíngio, um dos mais importantes dentre a nobreza franca, liderou a vitória sobre os árabes na Batalha de Poitiers, em 732, e ganhou influência sobre os francos e apoio da Igreja. Seu filho, Pepino, o Breve, aproveitando-se da reputação do pai e do apoio que havia conquistado, toma o poder e consolida a dinastia Carolíngia, que governaria os francos até 843. O principal líder carolíngio foi Carlos Magno, filho de Pepino, o Breve, declarado imperador dos romanos pelo Papa Leão III, ainda que seu império não fosse o mesmo da Antiguidade. Durante seu reinado, Carlos Magno tentou expandir o cristianismo pela Europa, mas as disputas entre seus netos provocaram a fragmentação do Império Carolíngio e impediram a unificação do continente.

Dentro desse quadro geral, podemos sintetizar as principais transformações iniciadas pelas invasões bárbaras ao Império Romano em alguns pontos principais:

  • A queda do Império Romano do Ocidente, que resultou na descentralização política da Europa, com o surgimento de diversos reinos bárbaros;
  • O surgimento das relações feudais e da produção baseada na servidão;
  • A ascensão da Igreja Católica como força política e social daquele período.

Cabe ressaltar que essas transformações foram um processo, ou seja, possuem pontos de ruptura e continuidade. Algumas tradições romanas se perpetuaram, ao passo que outras foram substituídas por costumes bárbaros.

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A Baixa Idade Média

O período da Baixa Idade Média, que se estendeu dos séculos XI ao XV, marcou o renascimento urbano e o declínio da sociedade feudal na Europa Ocidental. Esse modelo começou a entrar em crise, entre outros motivos, pela dinamização do comércio nas cidades. Com o crescimento populacional do período, as condições de vida no feudo se tornaram mais difíceis, e aliadas a exploração promovida pelos senhores feudais, provocaram uma série de revoltas camponesas.

Nesse período ocorreram as Cruzadas, entre os séculos XI e XIII, expedições de caráter religioso e militar que, entre outros objetivos, visavam recuperar o domínio cristão sobre Jerusalém. As cruzadas também tiveram efeitos econômicos, abrindo novas rotas comerciais e recuperando o domínio sobre antigos territórios, contribuindo com a recuperação comercial vivida pela Europa na Baixa Idade Média.

Cabe destacar que durante a Idade Média as cidades continuaram existindo, assim como o comércio, porém perderam espaço para a sociedade feudal, baseada na produção agrícola para subsistência. Com o declínio do feudalismo, a centralização política e a formação dos Estados nacionais se consolidaram no Antigo Regime.

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Exercício de fixação
Passo 1 de 3
ENEM/2011

“Se a mania de fechar, verdadeiro habitus da mentalidade medieval nascido talvez de um profundo sentimento de insegurança, estava difundida no mundo rural, estava do mesmo modo no meio urbano, pois que uma das características da cidade era de ser limitada por portas e por uma muralha.”

    DUBY, G. et al. “Séculos XIV-XV”. In: ARIÈS, P.; DUBY, G. História da vida privada da Europa Feudal à Renascença. São Paulo: Cia. das Letras, 1990 (adaptado).

As práticas e os usos das muralhas sofreram importantes mudanças no final da Idade Média, quando elas assumiram a função de pontos de passagem ou pórticos. Este processo está diretamente relacionado com:

A o crescimento das atividades comerciais e urbanas.
B a migração de camponeses e artesãos.
C a expansão dos parques industriais e fabris.
D o aumento do número de castelos e feudos.
E a contenção das epidemias e doenças.
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