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Curiosidades

A geração do tetra está na faculdade; veja os cursos de Taffarel, Raí, Romário, Senna…

Os "Raí" mostram mais interesse em Administração, assim como os "Klinsmann", "Maradona" e outros rivais. Veja a pesquisa inédita, com dados do Quero Bolsa e do IBGE

Há 24 anos, o Brasil também se preparava para acompanhar uma Copa do Mundo. O que ninguém sabia, no entanto, é que a edição de 1994 seria uma das mais especiais de todos os tempos.

Realizado nos Estados Unidos, o torneio reuniu diferentes gerações de craques, de várias nacionalidades. Entre os muitos acontecimentos registrados, aquela foi a última edição disputada por apenas 24 seleções, teve Maradona expulso por doping e causou o assassinato do autor do único gol contra da competição.

E olha que a abertura e os primeiros jogos daquela Copa quase passaram despercebidos para os norte-americanos! Isto porque o dia 17 de junho de 1994 é um dos mais conturbados da história esportiva dos Estados Unidos, com direito a perseguição de carro a um astro da NFL transmitida ao vivo pela televisão.

Foto: Divulgação / CBF
A geração do tetra está na faculdade; veja os cursos de Taffarel, Raí, Romário, Senna... - Revista Quero
Após 24 anos de jejum, o Brasil finalmente venceu a Copa do Mundo novamente

Para não deixar a introdução muito longa, as curiosidades todas estão no final do texto. Tem até seleção que fez umas comprinhas a mais e fez o famoso “voo da muamba” – não vou dizer qual Brasil foi, mas você já imagina, né? 😜

É tetra! É tetraaa!

Para os brasileiros, não é preciso nem explicar a importância da Copa do Mundo de 1994. Nas palavras de Galvão Bueno – que abraçava Pelé, com sua belíssima gravata da bandeira dos Estados Unidos:

É tetra! É tetraaa! Pra acabar… pra exorcizar o último fantasma que faltava!

A seleção canarinho chegou desacreditada, jogou um futebol burocrático, não deu espetáculo… mas voltou pra casa com a taça! Brasil campeão do mundo pela quarta vez, 24 anos depois do título de 70 olha aí, os números não mentem, o hexa tá no forno.

Foto: Reprodução
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“É tetraaa! É tetraaaaa!”

Nomes para a história

Taffarel, Jorginho, Ricardo Rocha, Ronaldão, Mauro Silva, Branco, Bebeto, Dunga, Zinho, Raí, Romário, Zetti, Aldair, Cafu, Márcio Santos, Leonardo, Mazinho, Paulo Sérgio, Müller, Ronaldo, Viola e Gilmar.

A seleção do tetra reuniu nomes importantes do futebol brasileiro das décadas de 1980 e 1990. E alguns destes nomes acabaram fazendo a cabeça de pais e mães, que registraram seus bebês em homenagem aos jogadores.

Foto: Divulgação / CBF
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Time que iniciou a final contra a Itália, em 17 de julho de 1994

Hoje, muitos destes adultos com nome de craque estão definindo seu futuro profissional e buscam por um curso universitário.

Quais os cursos preferidos dos “bebês do tetra”? Esta foi a pergunta que a Revista Quero tentou responder, com base nos dados do Quero Bolsa e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Como alguns nomes são muito comuns, como Jorge, Ricardo, Mauro e Leonardo, o levantamento se concentrou em nomes que realmente possam ter relação com os personagens da conquista histórica.

Sai que é sua, Taffarel!

O goleiro é um dos nomes mais marcantes daquela geração. Ídolo no Brasil, na Itália e na Turquia, Cláudio Taffarel ficou marcado como um grande pegador de pênaltis. Pior para o italiano Massaro na decisão da Copa do Mundo…

Revelado pelo Internacional em 1985, o camisa 1 sofreu apenas três gols na conquista do tetra – sendo dois deles no histórico jogo contra a Holanda, nas quartas de final – e influencia pais desde a década de 80:

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Número de crianças registradas com o primeiro nome “Taffarel” ou “Tafarel”, por década

Entre os universitários, os “Taffarel” (ou “Tafarel”) preferem o curso de Educação Física, seguido por Fisioterapia e outros cinco cursos.

O Terror do Morumbi

Raí era um dos destaques da seleção brasileira de 1994. Ou poderia ter sido. O meia começou o mundial com “a 10 e a faixa” e fez um dos gols da vitória na estreia, contra a Rússia. Mas seu rendimento não foi o esperado e ele acabou indo para a reserva e passando a braçadeira de capitão para Dunga.

Um dos maiores ídolos da história do Paris Saint-Germain (França) e do São Paulo, onde foi campeão paulista, brasileiro, da Libertadores e do Mundial Interclubes, Raí também ajudou seu nome a crescer mais de 1.700% entre as décadas de 1980 e 2000:

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Número de crianças registradas com o primeiro nome “Raí”, por década


Os cursos mais buscados nas universidades pelos “Raí” são Administração, Educação Física e Direito. Engenharia Civil, Gestão Pública, Letras e Serviço Social também se destacam.

Curiosidade: Raí é irmão de Sócrates (ídolo do Corinthians e da lendária seleção de 1982), Sófocles e Sóstenes, que receberam nomes de filósofos gregos por influência do pai, e foi salvo pela mãe de ser batizado como Xenofonte.

O Baixinho é o dono da área

Do alto de 1,67m, Romário é um dos menores maiores artilheiros da história do futebol. Durante sua carreira, brilhou na Holanda e na Espanha, mas sempre manteve uma relação muito próxima com os grandes times do Rio de Janeiro, onde só não jogou pelo Botafogo.

Em 1994, o Baixinho só não fez chover nos gramados dos Estados Unidos e foi o principal responsável pelo título. Foi vice-artilheiro do Mundial, marcando gols em cinco dos sete jogos disputados, e recebeu o prêmio de melhor jogador do torneio.

Com o incrível desempenho e a personalidade forte, sempre criando polêmicas dentro e fora das quatro linhas, Romário é o artilheiro também na pesquisa: é o nome de um único jogador com mais resultados tanto nos números do IBGE quanto nos do Quero Bolsa.

A geração do tetra está na faculdade; veja os cursos de Taffarel, Raí, Romário, Senna... - Revista Quero
Número de crianças registradas com o primeiro nome “Romário”, por década

Quando o assunto são cursos universitários, o interesse dos “Romário” é muito parecido com o dos “Raí”: Administração, Educação Física, Direito e Engenharia Civil lideram a lista de preferência.

Senna, o Tetra é nosso!

Ele não marcou nenhum gol na Copa. Ele sequer jogava futebol profissionalmente. E, mesmo assim, foi um dos nomes mais celebrados pelos jogadores durante a comemoração do título, ainda no gramado.

Ayrton Senna é um ídolo do esporte mundial. Tricampeão mundial de Fórmula 1, o brasileiro é considerado um dos melhores pilotos de todos os tempos – em muitas pesquisas, o melhor. Amado pelos fãs e temido pelos rivais por sua velocidade e ousadia nas pistas – principalmente em provas com chuva.

Senna morreu cerca de 50 dias antes do início da Copa, durante o Grande Prêmio de San Marino, em Ímola, na Itália, enquanto também disputava o tetracampeonato mundial. A comoção em todo o país foi enorme. Ao garantirem o quarto título mundial do Brasil no futebol, os jogadores da Seleção exibiram a faixa “Senna… aceleramos juntos, o tetra é nosso”.

A idolatria pelo piloto se refletiu nos nomes escolhidos pelos pais para seus bebês:

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Número de crianças registradas com o primeiro nome “Ayrton” ou “Airton”, por década. Embora “Airton” fosse um nome comum, a influência pode ser observada pois sua utilização estava em queda desde a década de 1960, mas volta a crescer nos anos 90

Na hora de escolher um curso universitário, os “Ayrton”, “Airton”, “Sena” e “Senna” (e suas combinações) preferem a área do Direito. Administração, Educação Física e Engenharia Civil também estão entre os principais interesses:

Ronaldo “dibrou” até a pesquisa

O nome Ronaldo pode ser considerado comum e, por isso, nem entraria neste levantamento. Entre os aqui relacionados, era de longe o mais popular no Brasil durante os anos 80.

Com o surgimento de jogadores importantes – como o goleiro Ronaldo, ídolo do Corinthians, e o armário zagueiro Ronaldão, bicampeão mundial pelo São Paulo e que estava na seleção de 1994 – era de se esperar o aumento no número de bebês registrados com este mesmo nome na década de 90.

Imagine, então, após o surgimento de duas lendas do futebol mundial: Ronaldo Fenômeno (que também foi tetracampeão, como reserva) e Ronaldinho Gaúcho. Você pode somar, ainda, outro astro com mesmo nome, mas nascido em Portugal, Cristiano Ronaldo.

Com certeza houve uma “explosão de Ronaldos” pelo país, não é? Pois é… você vacilou e o Ronaldo te “dibrou”!

Apesar de todas estas referências, o número de crianças registradas como Ronaldo está em queda livre nas últimas décadas:

  • Crianças com o nome “Ronaldo” em 1980: 70.450;
  • Crianças com o nome “Ronaldo” em 1990: 40.855 (-42%);
  • Crianças com o nome “Ronaldo” em 2000: 13.575 (-80% em relação a 1980).

No quesito curso universitário, Educação Física (9,4%) é o curso mais buscado pelos “Ronaldo”, que também demonstraram muito interesse por Administração (8%), Engenharia Civil (7,3%), Logística (6%) e Direito (5,3%).

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Nem com essa dupla em campo o nome “Ronaldo” ganhou popularidade entre os pais

Craques estrangeiros

A Copa do Mundo de 94 também foi marcada por nomes importantes de jogadores de outros países. E estas lendas também foram homenageadas pelos pais brasileiros.

Em nossa pesquisa no Quero Bolsa, foram encontrados os nomes dos seguintes jogadores entre os jovens interessados em um curso universitário:

  • Baggio: sobrenome de dois jogadores da seleção italiana, Dino e Roberto – aquele, que errou o último pênalti;
  • Batistuta: segundo maior artilheiro da história da seleção argentina;
  • Bergkamp: atacante holandês e ídolo do Arsenal;
  • Hagi: muito habilidoso, é o jogador romeno mais famoso da história;
  • Klinsmann: considerado o melhor atacante alemão de todos os tempos;
  • Maldini: zagueiro italiano, referência na posição até os dias atuais;
  • Maradona: El Pibe de Oro, considerado pelos argentinos o melhor da história;
  • Pagliuca: goleiro da seleção italiana em três edições da Copa do Mundo;
  • Rincón: meio-campista colombiano, fez muito sucesso no futebol brasileiro;
  • Valderrama: meia colombiano, bom de bola e conhecido por sua cabeleira.

Entre estes nomes, Klinsmann é de longe o mais popular, padrão que se repete nos dados do IBGE para os anos 90:

1980 1990 2000
Klinsmann 131 24
Maradona 74 52
Rincón 33

Nas duas bases de dados, o nome do atacante alemão perde apenas para o de Zidane, lenda do futebol nos anos 90 (e 2000) – e o resultado é tão expressivo, que iremos abrir uma exceção, já que a França não se classificou para a Copa de 94.

  • Crianças com o nome “Zidane” em 1990: 304;
  • Crianças com o nome “Zidane” em 2000: 514;
  • No Quero Bolsa, o nome “Zidane” corresponde a 30% dos nomes dos outros craques não-brasileiros somados.

Entre os “estrangeiros” da pesquisa, os cursos preferidos são: Administração (18%), Enfermagem (11%) e Direito (9%).

Curiosidades da Copa do Mundo de 1994

1. Pela primeira vez, o mundial de futebol foi realizado nos Estados Unidos, país que, até então, não tinha representatividade nenhuma no esporte – o tal do soccer. Mesmo assim, os norte-americanos registram a maior média de público de todos os tempos, com quase 69 mil pessoas por jogo.

2. Atualmente, o torneio é disputado por 32 seleções. A edição de 94 foi a última com apenas 24 times, divididos em seis grupos – avançavam os dois melhores de cada grupo e os quatro melhores terceiros colocados. E isto foi fundamental para o desfecho da competição, já que a Itália ficou atrás de México e Irlanda no Grupo E.

3. Após longo período afastado da seleção argentina (durante o qual cumpriu suspensão por doping), Maradona se recuperou e voltou oficialmente ao time na repescagem para a Copa de 94. No mundial, no entanto, disputou apenas dois jogos e foi novamente flagrado no exame antidoping, o que obrigou os argentinos a retirarem o nome do atleta do elenco.

4. A final entre Brasil e Itália foi a primeira da história decidida nas cobranças de pênaltis – o que voltou a acontecer em 2006. Até hoje, Pagliuca e Taffarel são os únicos goleiros a defenderem pênaltis em uma final da Copa do Mundo.

5. A Colômbia contava com bons jogadores – aquela ainda é considerada a melhor geração da história do país -, mas acabou eliminada na primeira fase. O lance marcante da campanha foi o gol contra de Andrés Escobar no jogo contra os Estados Unidos – o único gol contra de todo o torneio. Poucos dias após a eliminação, já na Colômbia, o zagueiro foi assassinado em frente a uma discoteca – supostamente, a mando de apostadores que perderam dinheiro com os resultados da seleção.

6. Todo brasileiro que vai aos Estados Unidos faz umas comprinhas, certo? Bom, mas em 1994 rolou um certo exagero. O avião que trouxe a delegação campeã de volta ao Brasil estava com 14,4 toneladas – só um pouco a mais que as 3,4 toneladas da viagem de ida. O episódio, que causou problemas com a receita federal e foi até tema de discussão em CPI, ficou conhecido como “voo da muamba”.

7. O dia 17 de junho de 1994 está marcado na história dos esportes dos Estados Unidos. Naquela sexta-feira:

  • No futebol, foram realizadas a abertura e as duas primeiras partidas da Copa do Mundo;
  • No golfe, Arnold Palmer, um dos principais golfistas da história, disputou seu último torneio profissional;
  • No basquete, New York Knicks e Houston Rockets disputaram o quinto jogo das finais da NBA;
  • No hóquei, o New York Rangers comemorava na Broadway o título da Stanley Cup conquistado após uma seca de 54 anos;
  • No beisebol, Ken Griffey Jr. empatava um recorde histórico de rebatidas.

E, em meio a tudo isso, as redes de televisão transmitiam, ao vivo, a perseguição policial ao ex-jogador de futebol americano O.J. Simpson, acusado de matar a ex-mulher e um amigo.

Um dia tranquilo para ser jornalista nos Estados Unidos…

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O levantamento sobre os nomes realizado nos dados do Censo 2010, do IBGE, permitiu pesquisar apenas o primeiro nome. Já no Quero Bolsa, para evitar distorção com sobrenomes, limitamos a pesquisa apenas às duas primeiras palavras dos nomes.

E você? Conhece algum Romário, Raí, Taffarel, Ayrton ou outros desta lista de 1994? Ou já viu algum pequeno Neymar, Philippe ou Gabriel Jesus correndo por aí? Conta pra gente! 😉

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