Como a dengue cai no Enem e outros vestibulares?
Até fevereiro, o Conselho Nacional de Saúde já tinha levantado 690 mil casos prováveis de dengue. Entenda como o assunto pode cair no Enem.
O ano de 2024 começou com uma preocupação: o aumento nos casos de dengue. Até o dia 21 de fevereiro, o Conselho Nacional de Saúde já tinha levantado 690 mil casos prováveis, 456 óbitos em investigação e 122 confirmados.
O Ministério da Saúde associa a maior incidência da doença ao aumento das chuvas, às altas temperaturas e às mudanças climáticas ocasionadas pelo El Niño. Além disso, o órgão também atribui a situação ao reaparecimento de tipos de dengue DENV-3 e DENV-4.
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Dada a importância do assunto, existem muitas chances de que a dengue seja cobrada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e também em outros grandes vestibulares.
“Os vestibulares e o Enem exploram questões que abordam assuntos relacionados à saúde pública. Grandes epidemias, endemias e também outras doenças que sejam prevalentes na população brasileira são frequentemente exploradas nas provas. A dengue é uma virose importante, logo faz parte dessa lista”, comenta o professor de Biologia do Colégio Oficina do Estudante, Sérgio Ricardo Cerione.
O que é a dengue?
A dengue é uma infecção viral transmitida aos seres humanos pela picada de um mosquito Aedes infectado, particularmente Aedes aegypti e Aedes albopictus. Esses mosquitos são mais ativos durante o início da manhã e antes do anoitecer.
Os sintomas da dengue geralmente podem incluir febre alta, dor de cabeça, vômito, dores musculares e articulares e uma erupção cutânea característica. Não há tratamento específico para a dengue. O cuidado de suporte, incluindo hidratação e manejo da dor, é importante.
A prevenção e o controle dependem da redução dos habitats dos mosquitos, o que envolve cobrir recipientes de armazenamento de água, eliminar fontes de água parada e usar medidas de proteção pessoal contra picadas de mosquitos, como repelente de insetos e uso de roupas de manga comprida.
O professor de Biologia do Sistema Anglo de Ensino, Gabriel Antonini, dá algumas dicas para prevenção: “é necessário colocar areia nos pratos de vasos de plantas, não deixar pneus e garrafas ao ar livre, limpar as calhas para que a sujeira não impeça o fluxo de água e aplicar larvicidas em locais de difícil acesso ou em que a água se acumula”.
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Como a dengue pode cair no Enem?
A dengue é um assunto muito provável de cair no Enem e em outros grandes vestibulares, como Unicamp, Fuvest e Unesp.
Para o professor Cerione, alguns pontos importantes para a Biologia são: o agente causador, as formas de transmissão e a prevenção da doença. Também é necessário saber os sintomas e tratamentos relacionados a ela.
Antonini ainda destaca outra forma que o conteúdo pode ser cobrado: “há também questões que exigem que o estudante se lembre das outras doenças virais que comumente são também transmitidas pela picada do mosquito Aedes aegypti contaminado, que são a zika e a chikungunya”.
Na parte de Geografia, a dengue também pode render algumas questões. Isso porque o aumento de casos da doença tem a ver com as condições e os fenômenos climáticos, como exemplo o El Ninõ.
“Nesse contexto, é importante que os estudantes reflitam como a urbanização, a densidade populacional e as desigualdades sociais impactam na distribuição e no combate à dengue. É também possível associar o aumento da temperatura e alteração da pluviosidade ocasionados pelas mudanças climáticas podem aumentar os casos de dengue no Brasil”, comenta o professor de biologia Gabriel Antonini.
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Como estudar a dengue?
Para estar preparado para questões que envolvam a dengue no Enem e em outros vestibulares é preciso, em primeiro lugar, entender quais conceitos podem ser cobrados. Juntamente a isso, o professor Cerione aconselha:
-
Ler o conteúdo teórico apresentado durante as aulas pelos professores;
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Resolver exercícios para fixação dos principais conceitos e verificação da compreensão sobre o tema;
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Acompanhar a evolução dos casos, as ações de controle ou outras questões de interesse coletivo e relacionadas ao tema através do noticiário e de outras fontes de informação confiáveis, como o site do Ministério das Saúde.
Questões de vestibulares sobre dengue
A dengue caiu em questões de diversas provas nos últimos anos. Confira alguns exemplos:
Medicina Santa Casa – 2023
Uma indústria farmacêutica está produzindo o molnupiravir, droga que age potencialmente em vários vírus cujo material genético é formado por RNA. É o caso dos arbovírus responsáveis pela dengue, Chikungunya e zika. Segundo a médica Marina Della Negra, o mecanismo de ação dessa droga consiste no seguinte: “ocorre uma inibição da replicação de qualquer RNA viral. Basicamente, tal mecanismo introduz no organismo partículas análogas aos nucleosídeos que formam o ‘código genético’ do vírus. Isso gera uma mutação e provoca o que chamamos de erro de catástrofe viral, ou seja, o RNA fica inviável e o vírus não se replica”.
(Tiago Jokura. Pesquisa Fapesp, janeiro de 2022. Adaptado.)
a) Que base nitrogenada é exclusiva das moléculas de RNA? Qual a forma mais recorrente de transmissão natural das doenças citadas no texto para os seres humanos?
b) Por que a inibição provocada pelo medicamento torna o vírus incapaz de se replicar? Quais moléculas compõem um nucleosídeo?
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Unicamp – 2022
Na cidade de Yogyakarta (Indonésia), foi aplicado um método que usa bactérias Wolbachia em mosquitos. Com isso, reduziram em 77% os casos de dengue. Estudos preliminares com o mesmo método, realizados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), demonstraram resultados promissores com “redução de até 77% dos casos de dengue
[…] nas áreas que receberam os Aedes aegypti com Wolbachia, quando comparado com áreas que não receberam”. Os resultados sugerem que a bactéria Wolbachia compete por recursos e dificulta a replicação do vírus da dengue, sendo, então, menos provável que o mosquito cause a infecção quando pica alguém.(Fonte: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2021/06/11/infeccao-por-dengue-cai-77percent-em-teste-com-ba cteria-em-mosquito-aedes-aegypti.ghtml Acessado em 13/09/2021)
a) Considerando as informações apresentadas no enunciado, qual é o nome do método de controle de vetores utilizado em Yogyakarta para redução dos casos de dengue? Cite duas vantagens desse método.
b) A malária é transmitida pela picada do mosquito do gênero Anopheles e sabe-se que 99% dos casos são registrados na região amazônica*. Explique um fator ambiental que favoreça a manutenção do ciclo de transmissão nessa região. Assim como muitos outros insetos, os mosquitos dos gêneros Anopheles e Aedes possuem uma característica morfológica que lhes permitiu a colonização e a ampla distribuição geográfica. Qual é essa característica morfológica? Justifique a sua resposta.
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FAMEMA – 2022
O impacto das mudanças climáticas sobre a saúde requer uma análise interdisciplinar que permita avaliar as relações entre os sistemas sociais, econômicos, biológicos, ecológicos e físicos e as alterações climáticas. (…)
As mudanças climáticas podem produzir impactos sobre a saúde humana de forma direta, como no caso das ondas de calor ou nas mortes causadas por eventos extremos como furacões e inundações, e de forma indireta, quando mediado por alterações no ambiente, como as mudanças nos ecossistemas e nos ciclos biogeoquímicos, que podem aumentar a incidência de doenças infecciosas.
BARCELLOS, Christovam et alii. Mudanças climáticas e ambientais e as doenças infecciosas: cenários e incertezas para o Brasil. Epidemiologia. Serv. Saúde v.18 n.3. Brasília, 2009 (Adaptado)
Sobre a dinâmica da atmosfera e os problemas de saúde, assinale a afirmativa incorreta.
a) O aquecimento global pode ter consequências diretas sobre a morbidade e a mortalidade, por meio da produção de desastres como enchentes, ondas de calor, secas e queimadas.
b) As flutuações climáticas interferem na dinâmica das doenças vetoriais, como a maior incidência da dengue no verão, e da malária, na Amazônia, durante o período de estiagem.
c) Os eventos extremos geram flutuações que podem afetar a dinâmica das doenças de veiculação hídrica, como a leptospirose, as hepatites virais e as doenças diarreicas.
d) As queimadas e os efeitos das inversões térmicas impactam a qualidade do ar, principalmente nas áreas urbanas, o que aumenta a incidência das doenças infectocontagiosas.
e) As geadas, os vendavais, as secas ou cheias abruptas podem provocar perdas na agricultura, principalmente na de subsistência, o que agrava as situações de desnutrição.
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Enem 2022
Os resultados de um ensaio clínico randomizado na Indonésia apontaram uma redução de 77% dos casos de dengue nas áreas que receberam o mosquito Aedes aegypti infectado com a bactéria Wolbachia. Trata-se da mesma técnica utilizada no Brasil pelo Método Wolbachia, iniciativa conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz — Fiocruz. Essa bactéria induz a redução da carga viral no mosquito e, consequentemente, o número de casos de dengue na área, sendo repassada por meio do cruzamento entre os insetos. Como essa bactéria é um organismo intracelular e o vírus também precisa entrar nas células para se reproduzir, ambos necessitarão de recursos comuns.
COSTA, G. Agência Fiocruz de Notícias. Estudo confirma eficácia do Método Wolbachia para dengue.
Disponível em: https://portal.fiocruz.br. Acesso em: 3 jun. 2022 (adaptado).
Essa tecnologia utilizada no combate à dengue consiste na
a) predação do vírus pela bactéria.
b) esterilização de mosquitos infectados.
c) alteração no genótipo do mosquito pela bactéria.
d) competição do vírus e da bactéria no hospedeiro.
e) inserção de material genético do vírus na bactéria.
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Enem 2021
A curcumina, uma das substâncias que confere a cor alaranjada ao açafrão, pode auxiliar no combate à dengue quando adicionada à água de criadouros do mosquito transmissor. Essa substância acumula-se no intestino do inseto após ser ingerida com a água do criadouro e, quando ativada pela luz, induz a produção de espécies reativas de oxigênio que danificam de forma fatal o tecido do tubo digestório.
TOLEDO, K. Corante extraído do açafrão pode ser útil no combate à dengue. Disponível em: http://agencia.fapesp.br. Acesso em: 25 abr. 2015 (adaptado).
A forma de combate relatada tem como atividade o(a)
a) morte do indivíduo adulto.
b) redução da eclosão dos ovos.
c) comprometimento da metamorfose.
d) impedimento do desenvolvimento da larva.
e) repelência da forma transmissora da doença.
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PUCCAMP Medicina 2021
As principais doenças infecciosas e parasitárias no Brasil são dengue, doença de Chagas, esquistossomose, hanseníase, hepatite A, leishmaniose, leptospirose, malária e tuberculose.
Considere as afirmações a seguir sobre essas doenças:
I. Duas são causadas por vírus.
II. Quatro são causadas por bactérias e uma por platelminto
III. As três doenças causadas por protozoários são transmitidas por artrópodes
Está correto o que consta em
a) I e III, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III
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Unicamp 2021
Arbovírus são assim designados porque parte de seu ciclo de replicação ocorre nos insetos; esses vírus podem ser transmitidos aos seres humanos. O Ministério da Saúde alertou para o controle das arboviroses e o risco de epidemias sazonais no Brasil em 2020.
Assinale a alternativa correta.
a) O vírus da febre amarela e o zika vírus podem ser transmitidos pela picada do mosquito Culex. Para ambos os casos não existe vacina, sendo considerada profilática a erradicação do inseto vetor e de suas larvas.
b) O vírus da dengue e o zika vírus podem ser transmitidos pela picada do mosquito Aedes aegypti. A eliminação do inseto vetor e a eliminação dos focos de criação das larvas são medidas profiláticas.
c) O vírus da febre amarela e o da chikungunya podem ser transmitidos pela picada do mosquito Aedes aegypti. Para ambos os casos, foram desenvolvidas vacinas e o controle do inseto vetor não é considerado uma medida profilática.
d) O vírus da chikungunya e o da dengue podem ser transmitidos pela picada do mosquito Culex. A erradicação do inseto vetor e a eliminação das larvas são consideradas medidas profiláticas.
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