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Juliana Gottardi | 14/04/25Confira os prazos para pedir isenção e saiba quem pode fazer o Enem sem pagar nada
No final do mês de novembro, foi publicada no Diário Oficial da União uma portaria que suspende os processos de autorização de diversos cursos superiores na modalidade a distância (EaD) por 90 dias.
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Segundo o Ministério da Educação (MEC), os processos foram suspensos com o objetivo de aguardar a conclusão da elaboração de proposta de regulamentação de oferta de cursos de graduação na modalidade de educação a distância, o EaD, conforme previsto na Portaria nº 1.838, de 14 de setembro de 2023.
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A maioria dos cursos que tiveram os processos de autorização na modalidade EaD suspendidos são da área da Saúde, no entanto, também há graduações de outras áreas, como Direito, Geologia e Oceanografia. Confira todos os cursos a seguir:
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Ainda segundo a portaria, além dos cursos, também ficam suspensos os pedidos de credenciamento, na modalidade a distância, das instituições de ensino superior que obtiverem Conceito Institucional para EaD (CI-EaD) inferior a 4.
Em nota, a Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) contestou a medida, afirmando que a portaria foi publicada sem que o MEC “tenha avaliado os resultados da Consulta Pública, muito menos apresentado essa avaliação à sociedade e discutido esses resultados”.
Além disso, segundo a ABED, a suspensão entra em conflito com princípios fundamentais da Educação e do Direito, afetando negativamente mais de 2 milhões de estudantes brasileiros.
“Essa medida, além de desconsiderar a equivalência entre educação convencional e a distância garantida pela Constituição Federal do Brasil, propondo que diferentes Conceitos Institucionais (CIs) sejam utilizados como critério de avaliação para as diferentes modalidades, viola tratados internacionais que asseguram o direito à educação sem distinção de sua modalidade, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos (artigo 26) e a Convenção Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (artigo 13)”, declara a nota.
Conforme explica a ABED, os benefícios da educação a distância são visíveis no Brasil e em todo o mundo, sendo esta fundamental na democratização do acesso ao ensino superior especialmente em regiões menos favorecidas e para estudantes que precisam de flexibilidade, permitindo a inclusão daqueles que, por diversos motivos, não conseguem frequentar cursos presenciais.
Assim, a ABED solicita uma reavaliação imediata da portaria e reforça que esta compromete a continuidade de avanços educacionais significativos e necessários, representando um retrocesso em conquistas da educação brasileira nas últimas décadas.
A presidente da Associação Nacional de Universidades Particulares (ANUP), Elizabeth Guedes, também comentou a portaria. Para ela, a medida indica uma “desconexão entre as decisões do MEC e a vontade da sociedade“.
“Ao analisarmos os resultados da consulta, vemos que a sociedade demonstrou apoio à EAD de qualidade como meio de garantir o acesso ao ensino superior. O MEC, ao contrário disso, demonstra a intenção de proibir não apenas os 16 cursos em questão, mas potencialmente todos os cursos de EAD em nível superior”, afirma a nota da ANUP.
Em contrapartida, o ministro da educação, Camilo Santana, alega que a formação de profissionais de determinados cursos é comprometida pela modalidade a distância. “Não podemos aceitar que a grande maioria dos cursos de licenciatura no Brasil seja a distância”, disse o ministro na divulgação do Censo da Educação Superior 2022.
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Ao analisar os dados do Censo da Educação Superior 2022, a edição mais recente publicada, é possível perceber que as questões em torno do ensino a distância têm fundamento e relevância: o número de cursos EaD passou de 1.148 em 2012 para 9.186 em 2022.
Além disso, conforme revela o Censo, o número de estudantes matriculados em cursos a distância (EaD) quase quadruplicou, tendo ultrapassado a marca histórica de 3 milhões em 2022, enquanto nos cursos presenciais houve uma redução de 14%.
Já nas licenciaturas, o número de ingressantes na modalidade EaD correspondia a 81% do total. Todos esses dados acendem um alerta para o MEC, que desde o início de 2023 vem discutindo novas regulamentações para os cursos a distância.
“Estou bastante preocupado, primeiramente com a qualidade desses cursos. Claro que facilita muito a vida do trabalhador, que tem que trabalhar, se deslocar. Temos de avaliar qual tipo de curso ofertado para boa formação do profissional pode ser a distância”, afirmou o ministro da Educação, Camilo Santana, em coletiva de imprensa da divulgação do Censo Superior 2022;
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Diante de tantas discussões, muitas vezes fica difícil entender o que está funcionando na prática, não é mesmo?
Por enquanto, os cursos dessas áreas que existem no EaD podem continuar funcionando, e os alunos desses cursos não serão prejudicados. A decisão do MEC afeta somente os processos de autorização de novos cursos EaD das áreas mencionadas.
Isso porque o MEC suspendeu por 90 dias os processos de credenciamento para novos cursos de EaD, ou seja, se a instituição vier a abrir um novo curso dessas áreas na modalidade a distância dentro desse período, a aprovação não será concedida porque está suspensa.
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A legislação que ampara a existência do EaD é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – nº 9394/1996. Além disso, o Decreto Nº. 5.622/2005 regulamenta o art. 80 da LDB e estabelece normas para a oferta de cursos e programas na modalidade de educação a distância.
Além disso, existem normativas específicas do Ministério da Educação (MEC), como a Portaria nº 2.117/2019, que dispõe sobre a oferta de cursos superiores na modalidade a distância.
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Confira a seguir uma lista de instituições reconhecidas pelo MEC que possuem diversos cursos:
Colaborou na apuração dos dados, Juliana Gottardi, jornalista da Revista Quero.