A maioria dos cursos que tiveram os processos de autorização na modalidade EaD suspendidos são da área da Saúde, no entanto, também há graduações de outras áreas, como Direito, Geologia e Oceanografia. Confira todos os cursos a seguir:
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Ainda segundo a portaria, além dos cursos, também ficam suspensos os pedidos de credenciamento, na modalidade a distância, das instituições de ensino superior que obtiverem Conceito Institucional para EaD (CI-EaD) inferior a 4.
Em nota, a Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) contestou a medida, afirmando que a portaria foi publicada sem que o MEC “tenha avaliado os resultados da Consulta Pública, muito menos apresentado essa avaliação à sociedade e discutido esses resultados”.
Além disso, segundo a ABED, a suspensão entra em conflito com princípios fundamentais da Educação e do Direito, afetando negativamente mais de 2 milhões de estudantes brasileiros.
“Essa medida, além de desconsiderar a equivalência entre educação convencional e a distância garantida pela Constituição Federal do Brasil, propondo que diferentes Conceitos Institucionais (CIs) sejam utilizados como critério de avaliação para as diferentes modalidades, viola tratados internacionais que asseguram o direito à educação sem distinção de sua modalidade, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos (artigo 26) e a Convenção Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (artigo 13)”, declara a nota.
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Conforme explica a ABED, os benefícios da educação a distância são visíveis no Brasil e em todo o mundo, sendo esta fundamental na democratização do acesso ao ensino superior especialmente em regiões menos favorecidas e para estudantes que precisam de flexibilidade, permitindo a inclusão daqueles que, por diversos motivos, não conseguem frequentar cursos presenciais.
Assim, a ABED solicita uma reavaliação imediata da portaria e reforça que esta compromete a continuidade de avanços educacionais significativos e necessários, representando um retrocesso em conquistas da educação brasileira nas últimas décadas.
A presidente da Associação Nacional de Universidades Particulares (ANUP), Elizabeth Guedes, também comentou a portaria. Para ela, a medida indica uma “desconexão entre as decisões do MEC e a vontade da sociedade“.
“Ao analisarmos os resultados da consulta, vemos que a sociedade demonstrou apoio à EAD de qualidade como meio de garantir o acesso ao ensino superior. O MEC, ao contrário disso, demonstra a intenção de proibir não apenas os 16 cursos em questão, mas potencialmente todos os cursos de EAD em nível superior”, afirma a nota da ANUP.
Em contrapartida, o ministro da educação, Camilo Santana, alega que a formação de profissionais de determinados cursos é comprometida pela modalidade a distância. “Não podemos aceitar que a grande maioria dos cursos de licenciatura no Brasil seja a distância”, disse o ministro na divulgação do Censo da Educação Superior 2022.