Múltiplas jornadas de trabalho
Além disso, a professora Diana explica que as múltiplas jornadas de trabalho também atrapalham a vivência de uma pós-graduação. Isso porque as tarefas domésticas ainda recaem sobre as mulheres; e lidar com as demandas de uma carreira científica enquanto cuida da casa e da família é muito difícil.
Preconceito contra mulheres
A jornalista e doutoranda em Ciência da Comunicação na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Camilla Machuy, vê que ainda existe preconceito contra as mulheres na ciência, mas percebe que o corpo de resistência é cada vez maior. “A academia só se beneficia do olhar e da atitude das mulheres no campo científico. Eu espero que as oportunidades se abram cada vez mais para a diversidade na pesquisa brasileira”, analisa a jornalista.
Bolsas para pós-graduação
Falta de valorização
Ainda segundo Camilla, outro problema é a falta de valorização da pós-graduação, que tem bolsas de pesquisa com valores defasados, numa realidade sem férias e sem licença-maternidade. Juntamente a isso, muitas empresas não aliviam as jornadas, não dão compensação financeira por ter estudado mais, nem flexibilizam os horários.
“Então, para a parcela da população que já é mais vulnerável graças à nossa sociedade patriarcal, fica ainda mais inalcançável”, afirma Camilla.
Saiba também:
+ Dia Internacional das Mulheres: como a luta pela igualdade de gênero cai no Enem?
+ As profissões com maior diferença salarial entre homens e mulheres
Mulheres conquistam espaço na pós-graduação
A luta de séculos feita pelas mulheres fez com que muitas outras conquistassem espaços.
Diana Azevedo, por exemplo, fez parte da consolidação de um dos melhores cursos de graduação em Engenharia Química do Nordeste do país e da criação do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química com conceito de excelência. Além disso, varias de suas pesquisas foram reconhecidas internacionalmente.
Já Camilla viu a pós-graduação como o próximo passo da própria carreira. Buscando aprimorar seus conhecimentos, a jornalista deixou um emprego numa empresa para voltar ao meio acadêmico, atuando como professora em uma faculdade e fazendo um doutorado.
Muitas pessoas estranharam a decisão de trocar o jornalismo corporativo por uma carreira de professora, mas Camilla entende a situação como mais uma etapa de sua vida profissional.
Confira: Violência contra as mulheres na universidade: o que deve ser feito?
+ 8 de março: entenda porque é comemorado o Dia Internacional das Mulheres