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8 formas de fazer a introdução da redação do Enem

Não sabe como fazer a introdução da redação? Confira 8 formas de escrever uma boa introdução para a redação do Enem e outros vestibulares

Começar uma redação pode ser um pesadelo. Afinal, qual é a melhor forma de fazer uma introdução? Por isso, neste texto, você aprenderá nove formas de escrever a introdução da sua redação!

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formas de fazer introdução da redação

 

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Mas, espere: é importante lembrar que escrever a introdução não é o primeiro passo na hora de fazer a redação. Primeiro você precisa ler com cuidado a proposta de redação e construir o esqueleto do seu texto, definindo a sua tese e os argumentos que serão trabalhados nos parágrafos argumentativos.

Guia de redação do Enem

Com o esqueleto pronto, aí sim você examina o seu repertório e decide qual é a melhor forma de fazer a introdução da redação.

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Veja 8 formas de começar uma introdução

A forma como se inicia um texto não só captura a atenção dos avaliadores, mas também estabelece a direção e o foco do texto. 

Das interrogações instigantes às citações, das analogias relevantes às estatísticas surpreendentes, a capacidade de variar as estratégias de introdução pode ser a chave para se destacar e conquistar a tão sonhada nota alta na redação. 

Confira a seguir 8 formas diferentes e eficientes de iniciar uma introdução de redação, seja do Enem ou de outros vestibulares: 

1. Resgate histórico

O resgate histórico é uma das melhores formas de fazer a introdução, pois dá conta de contextualizar o assunto e ainda te ajuda a demonstrar repertório.

 

Para fazer uma introdução assim, destaque pontos da história em que houve a situação abordada no tema. Tome cuidado, sempre, para não fugir do tema. Cuidado, também, para não usar mais do que 3 ou 4 linhas para o resgate histórico, pois você ainda terá que apresentar a sua tese na introdução. 

Veja abaixo uma introdução que usa do resgate histórico para apresentar o tema da violência contra a mulher. 

Ao longo do processo de formação do Estado brasileiro, do século XVI ao XXI, o pensamento machista consolidou-se e permaneceu forte. A mulher era vista, na transição entre a Idade Moderna e a Contemporânea, como inferior ao homem, tendo seu direito ao voto conquistado apenas na década de 1930, na Era Vargas. Mas o voto e as conquistas das últimas décadas não eliminaram o problema da violência de gênero. As raízes profundas do machismo, junto da insuficiência das leis e da lenta mudança de mentalidade, fazem com que o problema ainda precise ser seriamente enfrentado pelo poder público e pela sociedade.

Note como a autora conseguiu destacar, brevemente, alguns momentos históricos para, em seguida, mostrar como o problema ainda está presente na nossa sociedade e lançar a sua tese (de que as raízes do machismo, a insuficiência das leis e a lenta mudança de mentalidade fazem com que o problema persista e precise ser enfrentado).

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2. Narração não-ficcional

 

 

Sabe quando você lê a proposta da redação e pensa logo em um caso famoso que tem a ver com aquele assunto? Pois é. Narrar esse caso pode ser uma boa opção para a introdução.

Você pode trazer uma notícia que leu nos jornais, um episódio da política ou até uma descoberta da Ciência. É importante garantir que a história seja verificável, pois o corretor precisa saber que o fato aconteceu ou, ao menos, encontrar facilmente na internet. Portanto, evite situações que aconteceram no seu bairro ou na sua família.

Ao fazer uma narração não-ficcional, você também mostrará o seu repertório de atualidades e ganhará pontos nesse item. O exemplo é de uma redação sobre a intolerância religiosa:

Em 2014, no Guarujá, litoral paulista, uma mulher foi amarrada, espancada e morta na rua por dezenas de pessoas que, após lerem boatos na internet, a acusavam de utilizar crianças em rituais de magia negra. Essa história, assim como inúmeras outras semelhantes, são resultado da persistência da intolerância religiosa na sociedade brasileira.

Nesse caso, a autora trouxe uma notícia de bastante repercussão para mostrar que a intolerância religiosa persiste no país.

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3. Narração ficcional

Aqui o seu repertório da Netflix pode entrar em ação! Escolha uma situação de um livro, filme ou série que esteja relacionada ao tema apresentado na proposta e, a partir daí, mostre como a vida imita a arte e vice-versa

Ou seja, você precisa trazer a situação ficcional para a realidade. Veja como a autora faz isso na introdução abaixo (selecionada de uma redação que aborda o tema do sistema prisional brasileiro):

No seriado “Orange is the New Black”, as detentas da prisão Lichfield organizaram uma rebelião para melhorar as condições de educação, alimentação e outros serviços prestados na instituição e obtiveram relativo sucesso em suas demandas. Já na realidade brasileira, rebeliões em presídios não costumam acabar bem. No conhecido episódio do Carandiru, em 1992, a rebelião resultou em um massacre que vitimou 111 presos. Em 2017, durante as várias rebeliões ocorridas por todo o Brasil, o número de mortos foi ainda maior.

Veja como o trecho “Já na realidade brasileira” serve para conectar a parte ficcional à parte sobre realidade brasileira. Esse ponto é importante, pois a proposta da redação trata da realidade brasileira e você não pode fugir do tema. É preciso deixar bem clara a relação entre o ficcional e o real.

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Para garantir coerência à sua redação, é interessante resgatar, lá na conclusão, alguma referência à ficção mencionada na introdução. Veja abaixo a conclusão da mesma redação:

Para que a lei seja cumprida e a qualidade dos serviços básicos seja garantida como na ficção da Netflix, é preciso que a sociedade e o Estado brasileiro passem a entender o sistema prisional como uma instituição voltada para a recuperação dos indivíduos que ali cumprem pena. Só com essa visão será possível promover mudanças capazes de impactar a vida das pessoas.

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4. Citação

Uma das formas mais conhecidas (e talvez a mais clichê) de fazer a introdução é utilizando uma citação. Por isso, muito cuidado! 

Tente fugir das frases mais conhecidas e garanta que a citação escolhida tenha relação direta com o tema proposto. É importante que a ideia da citação esteja alinhada ao raciocínio que você vai desenvolver e à tese que você vai defender.

Uma boa citação não é, necessariamente, a frase de um filósofo. Pode ser a fala de um político, de um artista ou até um trecho de música. Veja a introdução abaixo, retirada de uma redação sobre o problema da saúde pública no Brasil:

“Plano de saúde de pobre, fi, é não ficar doente”. O trecho da música “Boca de Lobo”, do rapper Criolo, mostra o drama da saúde pública no Brasil. Enquanto os ministros, senadores e membros do alto escalão do governo usufruem, junto da elite, de hospitais particulares reconhecidos internacionalmente, a população fica à mercê de um sistema de saúde lento e sobrecarregado. Enquanto a classe política não precisar usar os serviços do SUS, ela continuará a negligenciá-lo.

Começar o texto com uma citação também é uma forma de mostrar repertório. Mais do que isso: se usar a frase de alguém bastante reconhecido, você terá o que chamamos de “argumento de autoridade”. Ou seja, você não está sozinho afirmando determinada coisa; alguém reconhecido concorda com você.

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Mas tome cuidado para que a citação não seja muito longa, ofuscando o seu próprio texto. Afinal, os corretores também valorizam o que chamamos de “autonomia”, que é a capacidade de mostrar ideias próprias.

Um detalhe: ao fazer a citação, você pode utilizar o discurso direto (quando você escreve a frase exata, entre aspas, assim como a frase do Criolo no exemplo acima) ou o discurso indireto (quando você escreve com as suas palavras e não usa aspas). Se você não se lembrar da frase exata, cite de forma indireta, mas nunca se esqueça de indicar o autor.

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5. Comparação

A comparação pode ser com outro país, época ou civilização. Ou seja, vamos recorrer mais uma vez às aulas de História e Geografia! Você pode, por exemplo, mostrar como o Brasil poderia se inspirar no modelo de outro país para caminhar com alguma questão aqui. 

Mas vale tomar algumas cuidados. Primeiro, lembre-se que o que funciona em outro lugar pode não funcionar aqui, pois há características sociais distintas;

Além disso, cuidado com a síndrome do vira-lata. Certo país pode ter encontrado uma forma interessante de lidar com um problema, mas isso não significa que tal país é mais adiantado” do que nós. Vamos abandonar a concepção de países desenvolvidos e subdesenvolvidos para passar a falar de ideias, experiências, propostas.

Outro ponto importante: respeite a Constituição Brasileira e a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Uma comparação com povos da antiguidade que lidavam de forma diferente com a justiça (que permitiam a justiça com as próprias mãos, por exemplo) pode ser descabida e tirar pontos da sua redação.

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Vamos ao exemplo (desta vez sobre o tema da economia):

Enquanto países como Israel, Finlândia, Suécia e Japão investem entre 3 e 4 por cento do PIB em pesquisa e desenvolvimento, esse número no Brasil é de 1,3 por cento. Não à toa, enquanto esses países exportam tecnologia e produtos de alto valor agregado, o Brasil continua em sua posição de exportador de commodities.

Perceba como a autora trouxe dados para embasar a sua comparação. Isso torna a análise mais concreta, isenta de preconceitos ou visões pessoais.

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6. Contextualização

É uma das formas mais comuns de fazer a introdução, mas nem por isso é uma forma ruim. Dê um panorama sobre a temática no Brasil atual, mostre que o problema é importante e que ele precisa ser enfrentado.

Procure trazer dados estatísticos ou informações de fontes confiáveis que possam enriquecer a sua contextualização. Você pode usar, inclusive, os dados apresentados pela proposta de redação

Claro, você não deve simplesmente copiá-los, mas sim usá-los de forma que faça sentido para o texto que você vai construir. Veja um exemplo, novamente sobre o tema da violência contra a mulher:

Os índices de violência contra a mulher na sociedade brasileira são estarrecedores. Segundo o Mapa da Violência, mais de 43 mil mulheres foram assassinadas no Brasil só na última década. Os dados revelam não só os níveis de violência em si, mas também o quanto existe de preconceito, segregação e machismo no Brasil. 

Nesse caso, o autor usou adequadamente um dado que estava na proposta de redação do Enem. Se você se lembrar de outros dados que sejam relevantes para o tema, você ganha ainda mais pontos no quesito repertório.

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7. Questionamento

Já reparou que muitos youtubers começam os seus vídeos fazendo perguntas e especulações sobre um tema? A intenção é despertar a curiosidade e fazer com que o público veja o vídeo até o final.

A ideia aqui é parecida: levantar questões que gerem discussão e interesse sobre o tema que será desenvolvido na redação.

Mas você precisa tomar muito cuidado com uma coisa. Qual seria a sua reação se o youtuber fizer várias perguntas no início do vídeo e depois ficar 20 minutos enrolando, sem responder tudo o que foi questionado? Provavelmente ele vai ganhar um deslike.

Pois é, para não ganhar um deslike do corretor, você precisará responder, ao longo do texto, todas as perguntas que fizer no início da sua redação! Portanto, procure focar em problemas mais específicos, não seja muito amplo ao fazer o questionamento. Veja um exemplo de introdução desse tipo:

Será que o Brasil está caminhando para melhorar a qualidade de vida de sua população? Dados da Receita Federal mostram que apenas 1% da população concentra 30% de toda a riqueza declarada em bens e ativos financeiros no país, o que mostra que ainda há uma grande desigualdade social, mesmo que tenham sido implantados, nas últimas décadas, uma série de programas assistenciais e de geração de renda. É evidente, portanto, que o país ainda tem um longo caminho a percorrer.

Aqui o autor optou por trazer apenas um questionamento e, na sequência, fazer uma contextualização com dados que corroboram a sua tese. É um bom caminho. Mas, se você preferir, também pode construir uma introdução com mais questionamentos. Nesse caso, deixe para apresentar os dados nos parágrafos argumentativos.

 

8. Conceituação

Uma introdução com conceituação é aquela em que o estudante explica um conceito que seja central para o tema proposto. Nesse caso, além de apresentar o conceito, procure mostrar porque ele é importante para o tema que será abordado. Veja este exemplo em que a aluna explica o conceito de isonomia:

Isonomia é a noção, em lei, de que todos são iguais. Ruy Barbosa, uma vez, definiu o conceito da seguinte forma: “tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades”. As leis, portanto, devem seguir essa diretriz e ser aplicadas de acordo com as transgressões. Mas será possível aos desiguais se tornarem iguais?

Nesta redação, cujo tema é a desigualdade social, temos uma junção de conceituação com citação e questionamento. Note que é possível utilizar separadamente cada forma de fazer a introdução que mostramos aqui, mas também é comum os estudantes juntarem duas ou mais formas.

Ou seja, inspire-se, mas fique livre para fazer as suas combinações! Além disso, saiba que estas nove formas não são as únicas. São apenas modelos que poderão lhe ajudar.

 

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Guia de redação do Enem

Texto publicado originalmente em 11/07/2019.

Texto: Ana Paula Dibbern

 

 

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