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Cinética enzimática: as enzimas nas reações químicas biológicas

Química - Manual do Enem
Natalia Jorge Publicado por Natalia Jorge
 -  Última atualização: 6/12/2024

Introdução

Uma das áreas mais importantes da bioquímica é a cinética enzimática que explora como as enzimas, moléculas biológicas altamente especializadas, catalisam reações químicas em sistemas vivos. 

É a partir disso que é possível compreender processos metabólicos, criar medicamentos e até mesmo otimizar produtos alimentícios. 

Entenda mais o conceito de cinética enzimática, os fatores que influenciam a atividade das enzimas e suas principais aplicações.

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Índice

O que é cinética enzimática?

A cinética enzimática estuda as taxas das reações químicas catalisadas por enzimas. Essas moléculas, que funcionam como biocatalisadores, aceleram processos vitais, permitindo que ocorram em condições adequadas para a vida.

Como as enzimas funcionam?

Cada enzima possui um sítio ativo, uma região específica onde se liga ao substrato — a molécula sobre a qual ela atuará. Essa interação é altamente seletiva, funcionando com base no conceito de especificidade.

Por exemplo, a amilase, presente na saliva, transforma carboidratos como o amido em açúcares simples, facilitando sua absorção pelo corpo. Esse processo é possível porque a estrutura da amilase se ajusta perfeitamente à do amido.

Por que estudar cinética enzimática?

A análise da cinética enzimática permite entender como variáveis como temperatura, pH e concentração de substrato impactam a atividade enzimática. Esse conhecimento tem aplicações práticas em áreas como:

  • Diagnósticos médicos: Identificação de problemas metabólicos ou cardíacos.

  • Indústria: Desenvolvimento de medicamentos e alimentos.

Compreender esses princípios ajuda a explicar fenômenos biológicos e a criar soluções inovadoras para a saúde e a tecnologia.

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Principais modelos de interação enzima-substrato

Dois modelos teóricos explicam como as enzimas interagem com seus substratos:

Modelo chave-fechadura: Propõe que o sítio ativo da enzima tem um formato fixo que se encaixa perfeitamente no substrato, como uma chave na fechadura. Um exemplo disso é a enzima urease, que atua exclusivamente sobre a ureia devido à compatibilidade estrutural entre as moléculas.

Modelo de ajuste induzido: Mais flexível, esse modelo sugere que a enzima adapta sua estrutura ao substrato durante a interação, garantindo um encaixe mais eficiente. Uma forma de entender é a partir da hexoquinase, que atua na glicólise, ajustando ao substrato glicose, permitindo uma interação precisa.

Embora ambos os modelos sejam úteis, o ajuste induzido reflete melhor a dinâmica das reações químicas no organismo.

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Fatores que influenciam a atividade enzimática

A eficiência das enzimas depende de condições específicas. Alterações nessas condições podem acelerar, reduzir ou até inativar sua função. Alguns desses fatores são:

1. Temperatura:

Cada enzima tem uma temperatura ideal de funcionamento. As enzimas digestivas humanas, por exemplo, são mais ativas a 37°C. Em temperaturas muito altas, ocorre a desnaturação, que altera sua estrutura e interrompe sua função.

2. pH:

O pH ideal varia de acordo com a enzima. Uma forma de ver isso é através da pepsina, que atua no estômago e funciona em pH ácido (cerca de 2). Já a tripsina, no intestino, opera melhor em pH alcalino (cerca de 8).

3. Concentração de substrato:

A atividade enzimática aumenta com a concentração de substrato até um ponto de saturação, onde todas as enzimas disponíveis estão ocupadas.

4. Inibidores:

Substâncias que reduzem a atividade enzimática podem ser:

  • Competitivos: Competem com o substrato pelo sítio ativo;

  • Não competitivos: Alteram a estrutura da enzima, diminuindo sua eficiência. O cianeto é um inibidor não competitivo que bloqueia enzimas cruciais para a respiração celular.

Aplicações práticas da cinética enzimática

A capacidade de controlar e acelerar reações biológicas com precisão torna as enzimas ferramentas indispensáveis em diagnósticos médicos, na produção de alimentos e na síntese de medicamentos. Veja algumas aplicações práticas que destacam a importância da cinética enzimática em diferentes setores.

1. Diagnósticos médicos:

A cinética enzimática é amplamente usada para detectar e monitorar doenças. Após um infarto, por exemplo, as enzimas como a creatina quinase (CK-MB) e a troponina são liberadas no sangue. Seus níveis ajudam os médicos a avaliar danos ao coração.

Outros exames utilizam enzimas para diagnosticar doenças hepáticas (transaminases) ou pancreáticas (amilase e lipase).

2. Indústria alimentícia

As enzimas otimizam processos de fabricação de alimentos, por exemplo:

  • Lactase: Produção de produtos lácteos sem lactose;

  • Amilase: Conversão de amido em açúcar para pães e cervejas.

3. Indústria farmacêutica:

Na fabricação de medicamentos, as enzimas garantem reações precisas e eficientes, como a produção de antibióticos e hormônios sintéticos.

Relevância de entender a cinética enzimática

No Enem, a cinética enzimática é um tema recorrente em questões sobre metabolismo, fatores ambientais e saúde. A compreensão desse tópico não só ajuda a responder questões com mais confiança, como também oferece uma visão integrada de como as reações químicas sustentam a vida.

Além disso, as aplicações práticas em diagnósticos e na indústria mostram a relevância desse conhecimento para áreas como medicina, biotecnologia e engenharia química.

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