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Surgimento da Sociologia: aprenda quando surgiu e sua origem

Sociologia - Manual do Enem
Natália Cruz Publicado por Natália Cruz
 -  Última atualização: 14/3/2023

Introdução

sociologia é uma das ciências sociais nascidas no século XIX que tenta explicar as mudanças na vida social que ocorreram com mais força no decorrer desse século. 

A criação da sociologia foi influenciada primeiramente pela filosofia iluminista, que tinha como um de seus interesses compreender a sociedade, suas mudanças e dinâmicas, principalmente a partir da Revolução Industrial.

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Índice

Qual a influência da "dupla revolução" para o surgimento da sociologia?

O historiador britânico Eric Hobsbawm define as Revoluções Francesa e Industrial como “a dupla revolução”. O contexto pós-revolucionário foi marcado por mudanças nos meios de produção, mudanças sociais, abandono de antigos costumes e estilos de vida. 

Assim, a necessidade de explicar o novo modelo de organização da sociedade colaborou para a criação de um modelo científico que fosse capaz de explicar esse novo e transformado mundo.

Após a Revolução Francesa, a estrutura de governo absolutista passou a ser questionada e, pouco a pouco, foi perdendo força em toda a EuropaMovimentos de independência e questionamento de poder dos reis e da igreja espalharam-se por todo o mundo.

A Revolução Industrial alterou profundamente o sistema de produção. A Inglaterra foi a pioneira no processo de industrialização ao longo de todo o século XVIII.

Estados Unidos, Ásia e alguns países da Europa iniciaram no decorrer do século XIX seus próprios processos industriais, o que alterou também as relações produtivascomerciais e econômicas dessas regiões.

Revolução Francesa - liberdade conduzindo o povo   

Mudanças sociais no contexto pós-revolucionário

Após a Revolução Francesa, acontece o fortalecimento da burguesia e a transformação das relações sociais. A divisão da sociedade francesa em três estados passa por uma série de questionamentos.

O período posterior à Revolução Industrial também foi marcado por uma série de profundas mudanças, principalmente as ligadas ao mundo do trabalho e às relações sociais. Em todos os lugares que passaram pelo processo de industrialização, houve a saída dos indivíduos do campo com destino às cidades, o chamado êxodo rural.

A partir desse movimento, as teias de relações passaram a se construir com mais intensidade nos meios urbanos. O desenvolvimento tecnológico, as alterações na forma de comportamento, as novas teorias científicas e correntes artísticas também alteraram a forma como os indivíduos passaram a se relacionar.

Ainda no contexto pós-Revolução Industrial, as relações capitalistas ganharam cada vez mais força. A distinção entre burguesia e proletariado intensificou as desigualdade sociais, e a classe proletária passou a enfrentar longas e extenuantes jornadas de trabalho em condições precárias. Enquanto isso, o lucro do capitalista só aumentava.

Com a inserção das máquinas nos processos produtivos e a consequente divisão de trabalho para aumentar o rendimento, o trabalhador passa a se especializar em apenas uma etapa da produção. Por conta disso, houve um aumento das lesões ocasionadas pelo esforço repetitivo, bem como dos acidentes de trabalho devido às condições insalubres das fábricas.

Os operários eram submetidos a condições desumanas de trabalho, em troca de salários muito baixos, que pagavam apenas uma parte do seu tempo de trabalho, sendo o restante apropriado pelos patrões.

Êxodo rural - saída do homem do campo para a cidade   

Ao longo dos séculos XX e XXI, as relações de trabalho alcançaram algumas modificações positivas. As jornadas de trabalho diminuíram, e os sindicatos e organizações de trabalhadores lutaram por melhores condições para a realização das atividades e pelo aumento salarial. No entanto, o sistema de produção atual ainda é feito a partir das características do sistema de produção capitalista, baseado na exploração da força de trabalho com o objetivo de lucrar.

Contribuição de Auguste Comte para a sociologia

O francês Auguste Comte é considerado o "pai" da sociologia. Criador da teoria filosófica do positivismo, Comte partiu das observações da sociedade europeia no contexto pós-Revolução Francesa e passou a pensar em uma ciência que pudesse entender as transformações de uma sociedade que, em constante mudança, caminhava para alterações econômicas importantes, implementadas a partir da Revolução Industrial.

Comte propunha a análise social por meio da observação, experimentação, comparação e classificação a partir de métodos, defendendo que era preciso conhecer a realidade social, para então prever suas transformações e apresentar soluções racionais de manutenção da ordem. O positivismo postula que o conhecimento científico é o único verdadeiro, e portanto, as superstições, crenças religiosas e demais ensinos teológicos devem ser ignorados, pois não colaboram para o progresso da humanidade.

Émile Durkheim e o método sociológico

No século XIX, as observações positivistas de Comte acerca da sociedade e das transformações foram institucionalizadas pelo também francês Émile Durkheim. Durkheim defendia a constituição e afirmação da sociologia enquanto saber científico, valorizando o rigor metodológico, a investigação e a racionalidade.

A sociedade era vista como um corpo que precisava ter todas as partes funcionando para que pudesse manter a coesão e organização. O funcionamento incorreto de alguma das partes recebeu o nome de anomia social, caracterizada pela falta de coesão e solidariedade entre os indivíduos.

Durkheim foi também o primeiro pensador a estabelecer um método estruturado para a análise da sociedade, o método sociológico

Esse método tem como principal característica a concepção do fato social como uma coisa, que deve estar distante do observador. A partir da distância de seu objeto, é possível que o pesquisador pense as relações sociais distanciadas de suas próprias concepções e verdades.

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Exercício de fixação
Passo 1 de 3
IFSP/2011

Assinale a alternativa que descreve o objeto próprio da Sociologia, segundo Émile Durkheim.

A A cultura, resultado das relações de produção e da divisão social do trabalho.
B O fato social, exterior e coercitivo em relação à vontade dos indivíduos.
C O conflito de classes, base da divisão social e transformação do modo de produção.
D A sociedade, produto da vontade e da ação de indivíduos que agem independentes uns dos outros.
E A ação social que define as inter-relações compartilhadas de sentido entre os indivíduos.
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