
Encceja: saiba como solicitar o nome social
isabela | 17/04/25Saiba como pedir o uso do nome social no Encceja e garantir o direito durante a prova
Algo que causa muita tensão entre os participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é a redação.
Afinal, essa parte específica da prova equivale a 20% da nota final, algo que pode fazer uma grande diferença para aqueles que pretendem utilizar o resultado em um dos programas do governo ou como nota parcial de outro vestibular.
A Revista Quero já publicou o Guia de Redação do Enem, com tudo o que você precisa saber para garantir uma boa nota (clique e acesse ao guia gratuito).
Porém, em 2020, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio de Teixeira (Inep) publicou um novo material de estudo: cartilhas com os critérios de correção da redação do Enem. O documento, que é inédito, é uma cópia do manual de correção enviado anualmente aos corretores oficiais da prova.
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O material possui todas as informações sobre como as redações devem ser corrigidas, respeitando as cinco competências avaliadas na produção textual. Para te ajudar nos estudos, a Revista Quero fará uma série de cinco matérias com o resumo do conteúdo divulgado em cada uma das cartilhas.
Quer melhorar o seu desempenho na redação do Enem? Então, confira o que você precisa saber para conseguir a nota máxima na competência 1:
A primeira competência avaliada na redação do Enem é a proficiência dos estudantes quanto à modalidade escrita formal da Língua Portuguesa, ou seja, quão bem o candidato sabe se expressar seguindo a norma padrão.
Para isso, são avaliados os seguintes aspectos:
Para formar a nota máxima dessa competência, que equivale a 200 pontos, o candidato deve garantir “estrutura sintática excelente”, que admite apenas uma falha, e, no máximo, dois desvios. Caso contrário, a nota sofrerá desconto de acordo com número de erros cometidos.
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De acordo com a cartilha divulgada pelo Inep, “uma estrutura sintática convencional pressupõe a existência de determinados elementos oracionais que se organizam na frase e garantem a fluidez da leitura e a apresentação clara das ideias do participante, organizadas em períodos bem estruturados e completos.”
O documento ainda aponta quais são os erros mais comuns que podem levar à falha na estrutura sintática:
“Quando se separam orações principais de subordinadas, duas orações coordenadas ou simplesmente se isolam em períodos ou frases partes de uma oração que deveriam constituir um único período”, ou seja, isso ocorre quando orações são separadas indevidamente.
Nos exemplos abaixo, a oração é interrompida pelo ponto, sendo que a frase seguinte pertence à oração anterior:
“Períodos e/ou orações que deveriam constituir períodos independentes, mas foram justapostos formando períodos únicos”, aponta a cartilha. A justaposição ocorre quando orações que deveriam ser divididas em períodos distintos, permanencem em apenas um.
Veja o exemplo abaixo, em que o período inteiro poderia ter dividido em três períodos distintos:
“Quando se verifica excesso ou ausência de elementos sintáticos, não relacionados a problemas de regência ou de paralelismo, deve-se considerar uma falha de estrutura sintática”. Isso ocorre quando há repetição ou falta de elementos que compõem a oração.
No exemplo abaixo, há a repetição do artigo “as” em “pelas as redes, visto que já existe um artigo na contração de pelas (por+as):
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Além da estrutura sintática, outro aspecto avaliado na primeira competência são os desvios. Segundo a cartilha existem quatro tipos de desvios diferentes: desvios de convenções escritas, desvios gramaticais, desvios de escolha de registro e desvio de escolha vocabular.
Veja o que é avaliado em cada tipo de desvio:
DESVIOS | |
de convenções de escrita |
– acentuação – ortografia – hífen – maiuscúlas/minúsculas – separação silábica (translineação) |
gramaticais |
– regência – concordância – pontuação – paralelismo sintático – emprego de pronomes – crase |
de escolha de registro | – informalidade/marca de oralidade |
de escolha vocabular | – escolha lexicais imprecisas |
De acordo com Thiago Braga, coordenador de Redação e Língua Portuguesa do Colégio pH, entre os desvios avaliados, o estudante deve prestar atenção, principalmente, em três deles: erros ortográficos, de regência e concordância.
“Lembrando que, nesses dois últimos tópicos, há uma diferença significativa entre a fala e a escrita. O aluno pode dizer no cotidiano, por exemplo: ‘O país chegou no limite’. Mas se ele vai escrever, a forma correta é ‘O país chegou ao limite’. Essa diferenciação da linguagem falada e da escrita é o que mais costuma trazer problemas para os alunos”, aponta.
Esse tipo desvio está relacionado diretamente ao modo como se escrevem as palavras. Confira abaixo alguns dos desvios de escrita mais comuns:
Esse tópico avalia quaisquer tipos de erros de acentuação. Quer aprender tudo sobre acentuação gráfica? Clique aqui.
Veja o exemplo utilizado na cartilha:
– A maior rede de manipulação, que influência principalmente o comportamento humano…
[nesse caso, influencia não deve ter acento cincunflexo].– Hoje no mundo em que nós vivemos tudo envolve internet, tanto na politica, quanto em relacionamentos amorosos…
[aqui, falta o acento agudo em política].Aqui, são avaliados os erros de ortografia, ou seja, como as palavras são escritas. Clique e veja tudo sobre ortografia.
Segundo a cartilha, uma exceção são palavras estrangeiras grafadas incorretamente. Por exemplo, caso o estudante escreva “feique nius” (fake news) ou “notibuqui” (notebook), não será considerado desvio.
Serão penalizadas as palavras em que há o excesso ou falta de hífen. Com o Novo Acordo Ortográfico, o hífen deverá ser utilizado da seguinte forma:
– Para palavras cujo prefixo termina em vogal diferente daquela que introduz o segundo termo: não há emprego do hífen. Exemplo: socioeconômico, extraescolar, infraestrutura, semianalfabeto;
– Para palavras em que o segundo termo começa com h: emprega-se o hífen. Exemplo: super-homem, anti-higiênico;
– Para palavras cujo prefixo termina em vogal e o segundo termo começa com r ou s: não se emprega o hífen e a consoante em questão é duplicada. Exemplo: autorretrato, antissocial, neorrealismo;
– Para palavras cujo prefixo termina em -e e a segunda palavra se inicia, também, em -e: o hífen não é empregado. Exemplo: reedição, reeducação, reescrita;
– Para palavras cujo prefixo termina com a mesma letra que se inicia o segundo termo: o hífen é empregado e separa as letras idênticas. Exemplo: micro-ondas, anti-inflamatória;
– Para palavras com o prefixo -co: o hífen não é empregado. Se o segundo termo se iniciar pela letra h, ela deve ser suprimida. Exemplo: coabitante, coautor.
De acordo com a cartilha divulgada pelo Inep, serão considerados desvios as seguintes situações:
– Períodos iniciados com a letra minúscula;
– Nome de pessoas grafados com a letra inicial minúscula;
– Nome de países, continentes e outras áreas geográficas grafados com a letra inicial minúscula;
– Nomes de eventos e acontecimentos históricos grafados com letras iniciais
minúsculas (“Segunda Guerra Mundial”, “Proclamação da República”, “Guerra
de Canudos”, “Reforma Protestante”, “Idade Média” etc.);
– “Constituição” ou “Constituição da República Federativa do Brasil” grafados com letras iniciais minúsculas;
– “Estado”, como sinônimo de conjunto das instituições que controlam uma nação, grafado com letra inicial minúscula;
– Uso indevido de inicial maiúscula em substantivos comuns, verbos ou pronomes.
Esse tópico avalia a separação silábica é feita de forma correta, respeitando as regras ortograficas, e se há a indicação de translineação (mudança de uma linha para outra) por meio do hífen.
Esse tipo de erro ocorre quando a construção textual foge àquilo que prevê a gramática normativa.
O desvio de regência ocorre quando há a ausência ou o emprego indevido de uma preposição que rege um nome ou um verbo.
– Aprenda o que é regência verbal
– Aprenda o que é regência nominal
A concordância nominal ocorre em gênero e número entre substantivo e o adjetivo, o artigo e o pronome. Já a concordância verbal ocorre em nome e um verbo.
Segundo a cartilha, será considerado desvio o uso da vírgula quando:
– Seperar sujeito e predicado;
– Separar verbo e objeto;
– Separar conjunção subordinativa e oração subordinada;
– Separar locução conjuntiva e a oração subordinada que introduz.
Saiba mais: 5 erros comuns do uso da vírgula
Como usar ponto e vírgula?
A ausência da vírgula será contada como desvio quando não for utilizada para:
– Isolamento de apostos, adjuntos adverbiais longos e orações intercaladas;
– Enumerações;
– Separações incomuns e indevidas (por exemplo, separando nome/complemento, adjetivo/substantivo, advérbio/adjetivo, determinante/determinado e outros).
O coordenador de Redação e Língua Portuguesa do Colégio pH explica que “paralelismo sintático” é a manutenção de uma estrutura sintática similar em frases diferentes dentro do mesmo período ou dentro do mesmo parágrafo.
“Se eu digo ‘Eu fui ao cinema e ao teatro’ eu estou mantendo o paralelismo sintático. Já se eu digo ‘Eu fui ai cinema e o teatro’, eu estou criando um problema de paralelismo sintático”, explifica.
Essa função é garantida quando o estudante consegue manter os artigos e as preposições em duas ou mais estruturas que estão próximas e possuem relação ao mesmo contexto dentro do texto.
Os pronomes são as palavras que substituem o substantivo ou o acompanham a fim de qualificá-lo. O emprego inadequado de um pronome pode acarretar em um desvio.
Veja quais são os pronomes mais comuns:
– Pronomes de tratamento
– Pronomes pessoais
– Pronomes demonstrativos
– Pronomes indefinidos
– Pronomes oblíquos
– Pronomes relativos
– Pronomes possessivos
– Pronomes interrogativos
– Colocação pronominal
A crase é um recurso utilizado para indicar a contração da preposição “a” com um artigo definifido “a/as”. O uso incorreto da crase será considerado um desvio.
No exemplo abaixo, o uso da crase está errado, pois apenas a preposição “a” seria necessária:
– Ao longo dos anos, a internet começou à receber aprimoramentos…
Saiba mais: 6 dicas para não errar mais a crase
Apesar do termo pouco conhecido, os desvios de escolha de registro são cometidos quando há marcas de oralidade, ou seja, linguagem informal e coloquialidades. Veja o exemplo de desvio de escolha de registro:
Ainda segundo a cartilha, outros exemplos desse tipo de desvio são:
“Os desvios de escolha vocabular dizem respeito à escolha lexical imprecisa de uma palavra no contexto em que ela se encontra. Essa incorreção é gerada, muitas vezes, devido a alguma semelhança entre a palavra adequada àquele contexto e a palavra de fato usada, cujo sentido não se encaixa no contexto apresentado”, explica a cartilha.
Alguns dos exemplos citados são:
Lembrando que há diferenças entre desvios de escolha vocabular e de grafia, enquanto a primeira é evidenciada pelo uso de uma determinada palavra cujo sentido o participante desconhece, já a outra é o desconhecimento da grafia de uma palavra.
Para Thiago Braga, leitura e prática são as melhores formas de aperfeiçoar o conhecimento na Língua Portuguesa.
“O aumento da proficiência vem de dois pontos: leitura e prática. Então é preciso, além de ler redações exemplares que estão disponíveis na internet, ler também textos jornalísticos, literários. Manter uma carga de leitura é muito importante, assim como a produção de textos propostos pelo Enem, com a correção de alguém que aponte os erros que estão sendo cometidos”, reforça o coordenador de Redação e Língua Portuguesa no Colégio pH.
Ficou curioso e quer conferir a cartilha do Inep na íntegra? Clique aqui!
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Ainda não sabe escrever uma redação para o Enem? Neste guia, você aprende como deve ser o formato da redação, quais são os critérios de avaliação e vê exemplos de redações de sucesso e dicas de quem tirou nota 1.000 e é especialista no assunto.
Consultoria: Thiago Braga, Coordenador de Redação e Língua Portuguesa do Colégio pH