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10 autores brasileiros que mais caem no Enem

Veja quais são os 10 autores brasileiros que mais caem nas provas do Enem e que você precisa conhecer antes de fazer o exame!

Um dos principais pontos de atenção que os alunos devem ter ao realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é quanto ao seu acervo cultural relacionado à literatura nacional.

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Mesmo não contando com uma lista de leitura obrigatória como outros vestibulares, o Enem utiliza muitas referências da literatura brasileira para compôr suas questões. E não somente as de português e linguagens, viu? Muitos textos que trabalham temas diversificados ou sobre a história do Brasil podem aparecer em questões de geografia, história e até mesmo em questões lógicas.

Hoje, você confere 10 dos autores que mais caem no Enem, e vai descobrir um pouco mais sobre seus períodos litérarios, suas principais obras e até exemplos de questões nas quais cada um foi citado no exame. Vamos lá!

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9 escritoras brasileiras que todo estudante precisa conhecer

Autores que mais aparecem no Enem

Machado de Assis


Machado de Assis (1839-1908) foi um dos mais importantes escritores da literatura brasileira e é amplamente reconhecido como o maior autor do Realismo no Brasil, apesar de também ter obras que fazem parte do Romantismo.

Período Literário:
Machado de Assis fez parte do movimento literário conhecido como Realismo, que se destacou no Brasil na segunda metade do século XIX. O Realismo caracterizou-se por retratar a sociedade de forma objetiva, explorando temas como a psicologia dos personagens, a crítica social e a análise da realidade brasileira.

Principais Obras:

  1. “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881): Esta é uma de suas obras mais famosas e inovadoras. O romance é narrado por um defunto-autor, Brás Cubas, que reflete de forma irônica sobre sua própria vida e a sociedade brasileira.

  2. “Dom Casmurro” (1899): Outra obra-prima de Machado de Assis, este romance narra a história de Bento Santiago, conhecido como Bentinho, que suspeita que sua esposa, Capitu, o tenha traído. A obra é um estudo complexo sobre ciúmes e dúvida.

  3. “Quincas Borba” (1891): Este romance é uma continuação de “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e explora o pensamento filosófico de Quincas Borba, um personagem que desenvolve uma filosofia chamada “humanitismo”.

Até o ano de 2022, Machado de Assis já fora citado 7 vezes no Enem. Veja um exemplo de citação que ocorreu no exame no ano de 2014:

Questão 109 – Caderno azul  – 2º dia do Enem 2014

Talvez pareça excessivo o escrúpulo do Cotrim, a quem não souber que ele possuía um caráter ferozmente honrado. Eu mesmo fui injusto com ele durante os anos que se seguiram ao inventário de meu pai. Reconheço que era um modelo. Arguíam-no de avareza, e cuido que tinham razão; mas a avareza é apenas a exageração de uma virtude, e as virtudes devem ser como os orçamentos: melhor é o saldo que o déficit. Como era muito seco de maneiras, tinha inimigos que chegavam a acusá-lo de bárbaro. 

O único fato alegado neste particular era o de mandar com frequência escravos ao calabouço, donde eles desciam a escorrer sangue; mas, além de que ele só mandava os perversos e os fujões, ocorre que, tendo longamente contrabandeado em escravos, habituara-se de certo modo ao trato um pouco mais duro que esse gênero de negócio requeria, e não se pode honestamente atribuir à índole original de um homem o que é puro efeito de relações sociais. 

A prova de que o Cotrim tinha sentimentos pios encontrava-se no seu amor aos filhos, e na dor que padeceu quando morreu Sara, dali a alguns meses; prova irrefutável, acho eu, e não única. Era tesoureiro de uma confraria, e irmão de várias irmandades, e até irmão remido de uma destas, o que não se coaduna muito com a reputação da avareza; verdade é que o benefício não caíra no chão: a irmandade (de que ele fora juiz) mandara-lhe tirar o retrato a óleo.

ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992.

Obra que inaugura o Realismo na literatura brasileira, Memórias póstumas de Brás Cubas condensa numa expressividade que caracterizaria o estilo machadiano: a ironia.

Descrevendo a moral de seu cunhado, Cotrim, o narrador-personagem Brás Cubas refina a percepção irônica ao

  1. acusar o cunhado de ser avarento para confessar-se injustiçado na divisão da herança paterna.
  2. atribuir a “efeito de relações sociais” a naturalidade com que Cotrim prendia e torturava os escravos.
  3. considerar os “sentimentos pios” demonstrados pelo personagem quando da perda da filha Sara.
  4. menosprezar Cotrim por ser tesoureiro de uma confraria e membro remido de várias irmandades.
  5. insinuar que o cunhado era um homem vaidoso e egocêntrico, contemplado com um retrato a óleo.
Leia mais: + 178° Aniversário de Machado de Assis: 8 obras que serão cobradas em vestibulares


Carlos Drummond de Andrade




O autor e poeta Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), já foi citado 12 vezes no Enem. Até aqui, o campeão de presença na prova.

Período Literário:
Carlos Drummond de Andrade fez parte do Modernismo no Brasil, um movimento literário e cultural que surgiu na década de 1920. Ele se destacou principalmente na segunda fase do Modernismo, conhecida como Modernismo de 1930, caracterizada por uma busca por uma linguagem mais acessível, temas urbanos e uma reflexão crítica sobre a sociedade brasileira.

Principais Obras:

  1. “Alguma Poesia” (1930): Este é o livro de estreia de Drummond e marca sua entrada notável no cenário literário. O livro inclui uma série de poemas que exploram temas cotidianos, sentimentos pessoais e observações da vida urbana.

  2. “Sentimento do Mundo” (1940): Nesta obra, Drummond reflete sobre as questões sociais, políticas e existenciais de sua época, demonstrando um engajamento mais direto com a realidade brasileira.

  3. “A Rosa do Povo” (1945): Este é um dos livros mais importantes de Drummond e é uma expressão poética profunda sobre a Segunda Guerra Mundial e suas implicações na sociedade brasileira.

  4. “Claro Enigma” (1951): Neste livro, Drummond explora temas como a existência humana, a linguagem e a busca por significado na vida.

Frases Marcantes:
Carlos Drummond de Andrade é conhecido por sua habilidade em expressar sentimentos e pensamentos complexos de forma concisa e impactante. Algumas frases marcantes incluem:

  1. “No meio do caminho tinha uma pedra.”
  2. “Mundo mundo vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo, seria uma rima, não seria uma solução.”
  3. “E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José?”

Exemplo de questão do Enem que cita Carlos Drummond:

Questão 134 – Caderno azul – 2º dia do Enem 2012

Aquele bêbado

— Juro nunca mais beber — e fez o sinal da cruz com os indicadores. Acrescentou: — Álcool.

O mais ele achou que podia beber. Bebia paisagens, músicas de Tom Jobim, versos de Mário Quintana. Tomou um pileque de Segall. Nos fins de semana, embebedava-se de Índia Reclinada, de Celso Antônio.

— Curou-se 100% do vício — comentavam os amigos.

Só ele sabia que andava mais bêbado que um gambá. Morreu de etilismo abstrato, no meio de uma carraspana de pôr do sol no Leblon, e seu féretro ostentava inúmeras coroas de ex-alcoólatras anônimos.

ANDRADE, C. D. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: Record, 1991.

A causa mortis do personagem, expressa no último parágrafo, adquire um efeito irônico no texto porque, ao longo da narrativa, ocorre uma

a) metaforização do sentido literal do verbo “beber”.

b) aproximação exagerada da estética abstracionista.

c) apresentação gradativa da coloquialidade da linguagem.

d) exploração hiperbólica da expressão “inúmeras coroas”.

e) citação aleatória de nomes de diferentes artistas.


José de Alencar




José de Alencar (1829-1877) foi um influente escritor brasileiro do século XIX, conhecido por suas obras que exploraram temas nacionais e culturais. Aqui está um breve resumo de sua vida, período literário, principais obras e algumas frases marcantes:

Período Literário:
José de Alencar foi uma figura importante do romantismo brasileiro, um movimento literário que floresceu no Brasil durante o século XIX. O romantismo brasileiro estava preocupado com a expressão emocional, a exaltação da natureza e do indivíduo, bem como com temas nacionais e históricos.

Principais Obras:

  1. “O Guarani” (1857): Este romance é uma das obras mais célebres de José de Alencar. Ele narra a história de amor entre Peri, um índio guarani, e Cecília, uma jovem europeia. O livro é considerado um marco da literatura romântica brasileira e aborda temas como a miscigenação e a luta entre índios e colonizadores.

  2. “Iracema” (1865): Outro romance muito conhecido de Alencar, “Iracema” explora a história de amor entre a índia Iracema e o colonizador português Martim. O livro é ambientado na época da colonização do Brasil e é famoso por sua linguagem poética e evocativa.

  3. “Senhora” (1875): Este romance aborda questões sociais e econômicas do Brasil do século XIX, enquanto narra a história de Aurélia, uma mulher que busca vingança contra seu antigo noivo.

Frases Marcantes:
José de Alencar também é conhecido por suas frases impactantes e poéticas. Algumas delas incluem:

  1. “O verdadeiro homem é o que procede da natureza; o homem fabricado é o que se contradiz a si mesmo.”

  2. “Ame-se muito, com toda a alma. Mas que esse amor não o impeça de amar a todos os homens, mesmo os que o ofendam.”

  3. “Quem cai sete vezes, levanta-se oito.”

Questão 98 – Caderno azul – 2º  dia do Enem 2012

“Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda, “um romancista que colecionava desafetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando o Brasil”. Assim era José de Alencar (1829-1877), o conhecido autor de O guarani e Iracema, tido como o pai do romance no Brasil. Além de criar clássicos da literatura brasileira com temas nativistas, indianistas e históricos, ele foi também folhetinista, diretor de jornal, autor de peças de teatro, advogado, deputado federal e até ministro da Justiça. Para ajudar na descoberta das múltiplas facetas desse personagem do século XIX, parte de seu acervo inédito será digitalizada.

História Viva, n. 99, 2011.

Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alencar e da futura digitalização de sua obra, depreende-se que

  1. a digitalização dos textos é importante para que os leitores possam compreender seus romances.
  2. o conhecido autor de O guarani e Iracema foi importante porque deixou uma vasta obra literária com temática atemporal.
  3. a divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digitalização, demonstra sua importância para a história do Brasil Imperial.
  4. a digitalização dos textos de José de Alencar terá importante papel na preservação da memória linguística e da identidade nacional.
  5. o grande romancista José de Alencar é importante porque se destacou por sua temática indianista.

Aluísio Azevedo



Aluísio Azevedo (1857-1913) foi um importante escritor brasileiro conhecido por suas contribuições ao naturalismo na literatura brasileira. Aqui está um breve resumo de sua vida, período literário, principais obras e algumas frases marcantes:

Período Literário:
Aluísio Azevedo fez parte do movimento literário conhecido como Naturalismo, que teve seu auge no Brasil na segunda metade do século XIX. O Naturalismo é caracterizado por uma abordagem mais objetiva e científica da literatura, enfatizando a influência do meio ambiente e da hereditariedade sobre o comportamento humano.

Principais Obras:

  1. “O Mulato” (1881): Este é o romance de estreia de Aluísio Azevedo e é frequentemente considerado uma das obras pioneiras do naturalismo no Brasil. O livro aborda questões de preconceito racial e conflitos culturais em uma sociedade multirracial.

  2. “O Cortiço” (1890): Esta é uma de suas obras mais conhecidas e é uma crítica social contundente que retrata a vida miserável e as lutas dos habitantes de um cortiço no Rio de Janeiro. O romance explora questões de sexualidade, ganância e decadência moral.

  3. “Casa de Pensão” (1884): Neste romance, Aluísio Azevedo descreve a vida em uma pensão no Rio de Janeiro e examina a psicologia dos personagens em um ambiente fechado.

Questão 125 da prova cinza do segundo dia do Enem 2014 Segunda Aplicação

O mulato

 Ana Rosa cresceu; aprendera de cor a gramática do Sotero dos Reis; lera alguma coisa; sabia rudimentos de francês e tocava modinhas sentimentais ao violão e ao piano. Não era estúpida; tinha a intuição perfeita da virtude, um modo bonito, e por vezes lamentara não ser mais instruída. Conhecia muitos trabalhos de agulha; bordava como poucas, e dispunha de uma gargantazinha de contralto que fazia gosto de ouvir.

 Uma só palavra boiava à superfície dos seus pensamentos: “Mulato”. E crescia, crescia, transformandose em tenebrosa nuvem, que escondia todo o seu passado. Ideia parasita, que estrangulava todas as outras ideias.

 — Mulato!

 Esta só palavra explicava-lhe agora todos os mesquinhos escrúpulos, que a sociedade do Maranhão usara para com ele. Explicava tudo: a frieza de certas famílias a quem visitara; as reticências dos que lhe falavam de seus antepassados; a reserva e a cautela dos que, em sua presença, discutiam questões de raça e de sangue.

AZEVEDO, A. O Mulato. São Paulo: Ática, 1996 (fragmento).

O texto de Aluísio Azevedo é representativo do Naturalismo, vigente no final do século XIX. Nesse fragmento, o narrador expressa fidelidade ao discurso naturalista, pois

  1. relaciona a posição social a padrões de comportamento e à condição de raça.
  2. apresenta os homens e as mulheres melhores do que eram no século XIX.
  3. mostra a pouca cultura feminina e a distribuição de saberes entre homens e mulheres.
  4. ilustra os diferentes modos que um indivíduo tinha de ascender socialmente.
  5. critica a educação oferecida às mulheres e os maus-tratos dispensados aos negros.


Clarice Lispector




Clarice Lispector (1920-1977) foi uma escritora brasileira de origem ucraniana que deixou uma marca única na literatura brasileira. Aqui está um breve resumo de sua vida, período literário, principais obras e algumas frases marcantes:

Período Literário:
Clarice Lispector é frequentemente associada ao movimento literário do “terceiro momento do Modernismo” no Brasil, também conhecido como “Geração de 45”. Ela é considerada uma das precursoras da literatura contemporânea no país. Sua obra é marcada pela exploração da interioridade humana, a introspecção e a linguagem poética, uma literatura muito intimista.

Principais Obras:

  1. “Perto do Coração Selvagem” (1943): Este é o romance de estreia de Clarice Lispector e já demonstra sua capacidade de mergulhar profundamente nas complexidades da mente e das emoções humanas.

  2. “A Hora da Estrela” (1977): Este é um de seus romances mais conhecidos, narrando a história de Macabéa, uma nordestina desfavorecida que vive no Rio de Janeiro. O livro é uma reflexão sobre a vida e a pobreza, bem como uma meditação sobre a condição humana.

  3. “A Paixão Segundo G.H.” (1964): Neste livro, Clarice Lispector explora a jornada interior de uma mulher que, ao matar uma barata, se vê diante de uma experiência mística e transcendentale.

Veja também: + Teste: quais dessas frases verdadeiramente são da Clarice Lispector

Frases Marcantes:
Clarice Lispector é conhecida por sua prosa poética e profundidade filosófica. Algumas de suas frases marcantes incluem:

  1. “Escrever é uma maldição.  Mas maldição que salva.”

  2. Vida é o desejo de continuar vivendo e viva é aquela coisa que vai morrer. A vida serve é para se morrer dela.
  3. “Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.”

Questão 124 – Caderno azul – 2º dia do Enem 2013

Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.

[…]

Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da pré-história já havia os monstros apocalípticos? Se esta história não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos – sou eu que escrevo o que estou escrevendo.

[…] Felicidade? Nunca vi palavra mais doida, inventada pelas nordestinas que andam por aí aos montes.

Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado de uma visão gradual – há dois anos e meio venho aos poucos descobrindo os porquês. É visão da iminência de. De quê? Quem sabe se mais tarde saberei. Como que estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. Só não início pelo fim que justificaria o começo – como a morte parece dizer sobre a vida – porque preciso registrar os fatos antecedentes.

LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro:  Rocco, 1998 (fragmento).

A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a trajetória literária de Clarice Lispector, culminada com a obra A hora da estrela, de 1977, ano da morte da escritora. 

Nesse fragmento, nota-se essa peculiaridade porque o narrador:

a) observa os acontecimentos que narra sob uma ótica distante, sendo indiferente aos fatos e às personagens.

b) relata a história sem ter tido a preocupação de investigar os motivos que levaram aos eventos que a compõem.

c) revela-se um sujeito que reflete sobre questões existenciais e sobre a construção do discurso.

d) admite a dificuldade de escrever uma história em razão da complexidade para escolher as palavras exatas.

e) propõe-se a discutir questões de natureza filosófica e metafísica, incomuns na narrativa de ficção.


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Manuel Bandeira




Manuel Bandeira (1886-1968) foi um renomado poeta brasileiro que desempenhou um papel fundamental na literatura brasileira do século XX. Aqui está um breve resumo de sua vida, período literário, principais obras e algumas frases marcantes:

Período Literário:
Manuel Bandeira é frequentemente associado à primeira fase do Modernismo no Brasil, que se iniciou na década de 1920. O Modernismo representou uma ruptura com as tradições literárias anteriores e enfatizou a liberdade criativa, a experimentação e a valorização da cultura popular.

Principais Obras:

  1. “Carnaval” (1919): Este é o primeiro livro de Manuel Bandeira, e nele, ele já demonstra sua capacidade de experimentar com a linguagem e explorar temas cotidianos e urbanos.

  2. “Libertinagem” (1930): Este livro é uma coletânea de poemas que refletem a visão lírica de Bandeira sobre a vida, o amor, a morte e a efemeridade do tempo. É uma das obras mais conhecidas do autor.

  3. “Estrela da Manhã” (1936): Neste livro, Bandeira aborda questões existenciais e filosóficas, explorando temas como a fugacidade da vida e a busca pelo sentido da existência.

Frases Marcantes:
Manuel Bandeira é conhecido por sua poesia introspectiva e sua habilidade em transmitir sentimentos e reflexões humanas profundas. Uma de suas frases marcantes é\;

  1. “Vou-me embora pra Pasárgada, lá sou amigo do rei.”

Questão 114 – Caderno azul – 2º Dia do Enem 2016 – Segunda Aplicação

Poema tirado de uma notícia de jornal

João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número.
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira: poesias reunidas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980.

No poema de Manuel Bandeira, há uma ressignificação de elementos da função referencial da linguagem pela

  1. atribuição de título ao texto com base em uma notícia veiculada em jornal.
  2. utilização de frases curtas, características de textos do gênero jornalístico.
  3. indicação de nomes de lugares como garantia da veracidade da cena narrada.
  4. enumeração de ações, com foco nos eventos acontecidos à personagem do texto.
  5. apresentação de elementos próprios da noticia, tais como quem, onde, quando e o quê.


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Ferreira Gullar




Ferreira Gullar (1930-2016) foi um proeminente poeta, crítico de arte e ensaísta brasileiro que teve um impacto significativo na literatura e na cultura do Brasil. Aqui está um breve resumo de sua vida, período literário, principais obras e algumas frases marcantes:

Período Literário:

Ferreira Gullar foi uma figura importante na poesia brasileira do século XX. Ele se destacou no contexto da Geração de 1945, que representou uma transição do modernismo para uma poesia mais reflexiva e lírica. Mais tarde, ele se aproximou do movimento conhecido como “Neoconcretismo,” que buscava uma expressão mais subjetiva e experimental na arte.

Principais Obras:

  1. “A Luta Corporal” (1954): Este é o primeiro livro de poesia de Ferreira Gullar e é frequentemente associado ao início da Geração de 1945. O livro aborda questões existenciais e a luta do indivíduo com o mundo.

  2. “Poema Sujo” (1976): Considerada uma das obras-primas de Gullar, “Poema Sujo” é um poema longo e autobiográfico que aborda suas memórias, experiências e reflexões sobre a vida e a sociedade brasileira. É uma das obras mais influentes da poesia contemporânea brasileira.

Confira um exemplo de questão em que Ferreira Gullar foi citado no Enem:

(Enem – 2010)

Ferreira Gullar, um dos grandes poetas brasileiros da atualidade, é autor de “Bicho urbano”, poema sobre sua relação com as pequenas e grandes cidades.

BICHO URBANO

Se disser que prefiro morar em Pirapemas

ou em outra qualquer pequena cidade do país

estou mentindo

ainda que lá se possa de manhã

lavar o rosto no orvalho

e o pão preserve aquele branco

sabor de alvorada.


A natureza me assusta.

Com seus matos sombrios suas águas

suas aves que são como aparições

me assusta quase tanto quanto

esse abismo

de gases e de estrelas

aberto sob minha cabeça.

(GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Rio de Janeiro, José Olympio Editora, 1991.)

Embora não opte por viver numa pequena cidade, o poeta reconhece elementos de valor no cotidiano das pequenas comunidades. Para expressar a relação do homem com alguns desses elementos, ele recorre à sinestesia, construção de linguagem em que se mesclam impressões sensoriais diversas. Assinale a opção em que se observa esse recurso.

a) “e o pão preserve aquele branco / sabor de alvorada.”

b) “ainda que lá se possa de manhã / lavar o rosto no orvalho”

c) “A natureza me assusta / Com seus matos sombrios suas águas”

d) “suas aves que são como aparições / me assusta quase tanto quanto”

e) “me assusta quase tanto quanto / esse abismo / de gases e de estrelas”

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Cecília Meireles




Cecília Meireles (1901-1964) foi uma proeminente poetisa, professora e jornalista brasileira que desempenhou um papel importante na literatura do século XX no Brasil. Aqui está um breve resumo de sua vida, período literário, principais obras e algumas frases marcantes:

Período Literário:
Cecília Meireles fez parte do Modernismo no Brasil, mas sua poesia é frequentemente associada à segunda fase do Modernismo, conhecida como “Geração de 30”. Essa fase trouxe uma abordagem mais madura e intimista à poesia, caracterizada por uma linguagem lírica e profunda.

Principais Obras:

  1. “Espectro” (1919): Este é o primeiro livro de poesia de Cecília Meireles, publicado quando ela tinha apenas 18 anos. O livro reflete a influência do simbolismo em sua poesia inicial.

  2. “Mar Absoluto” (1945): Esta é uma das obras mais importantes de Cecília Meireles, na qual ela explora temas como a existência, o amor, a espiritualidade e a busca pelo transcendental. É uma das coleções de poesia mais conhecidas da autora.

  3. “Viagem” (1939): Neste livro, Cecília Meireles aborda temas relacionados à jornada da vida, à passagem do tempo e à descoberta do eu interior.

Leia também: + Dia das mulheres: conheça 10 personalidades que marcaram a literatura

Frases Marcantes:

Cecília Meireles é conhecida por sua poesia lírica e profundamente reflexiva. Algumas de suas frases marcantes incluem:

  1. “O essencial é saber ver, saber ver sem estar pensando, saber ver quando se vê, e nem pensar quando se vê, nem ver quando se pensa.”

  2. “Há certos momentos, em que não pensamos em nada, não queremos nada: só queremos olhar.”

  3. “Palavras esquecidas, olvidos no vento, serão palavras dispersas, mais não se sabe onde, se é que em algum momento chegaram a ser alguma coisa.”

Questão 99 da prova azul do segundo dia do Enem 2015

Cântico VI

Tu tens um medo de
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.

MEIRELES, C. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 1963 (fragmento).

A poesia de Cecília Meireles revela concepções sobre o homem em seu aspecto existencial. Em Cântico VI, o eu lírico exorta seu interlocutor a perceber, como inerente à condição humana,

  1. a sublimação espiritual graças ao poder de se emocionar.
  2. o desalento irremediável em face do cotidiano repetitivo.
  3. o questionamento cético sobre o rumo das atitudes humanas.
  4. a vontade inconsciente de perpetuar-se em estado adolescente.
  5. um receio ancestral de confrontar a imprevisibilidade das coisas.


Oswald de Andrade




Oswald de Andrade (1890-1954) foi um influente escritor, poeta e ensaísta brasileiro que desempenhou um papel fundamental na literatura e na cultura brasileira do século XX. Aqui está um breve resumo de sua vida, período literário, principais obras e algumas frases marcantes:

Período Literário:
Oswald de Andrade é frequentemente associado ao Modernismo no Brasil, sendo uma das figuras centrais desse movimento literário e cultural que surgiu na década de 1920. Ele foi um dos principais líderes do Modernismo no Brasil e participou ativamente das transformações artísticas e culturais dessa época.

Principais Obras:

  1. “Manifesto Antropófago” (1928): Este manifesto é uma das obras mais conhecidas de Oswald de Andrade e representa um marco no Modernismo brasileiro. No manifesto, ele defende a ideia de “antropofagia cultural,” sugerindo que os artistas brasileiros deveriam absorver e reinterpretar elementos da cultura estrangeira de uma maneira original e autêntica.

  2. “Serafim Ponte Grande” (1933): Este é um romance satírico e surrealista que mistura elementos de ficção e ensaio. O livro é uma sátira à sociedade e à cultura brasileira da época.

  3. “Memórias Sentimentais de João Miramar” (1924): Este romance é uma obra importante no Modernismo brasileiro e apresenta uma narrativa fragmentada e inovadora, explorando a subjetividade do protagonista.

Frases Marcantes:
Oswald de Andrade é conhecido por suas declarações provocadoras e suas frases marcantes. Uma dela é a famosa:

  1. “Tupi or not tupi: that is the question.

Questão 129 – Caderno azul – 2º dia do Enem 2013




O poema de Oswald de Andrade remonta à ideia de que a brasilidade está relacionada ao futebol. Quanto à questão da identidade nacional, as anotações em torno dos versos constituem

  1. direcionamentos possíveis para uma leitura crítica de dados histórico-culturais.
  2. forma clássica da construção poética brasileira.
  3. rejeição à ideia do Brasil como o país do futebol.
  4. intervenções de um leitor estrangeiro no exercício de leitura poética.
  5. lembretes de palavras tipicamente brasileiras substitutivas das originais.

Veja também: + Semana de arte moderna de 1922: veja como o tema pode ser cobrado no Enem

Luís Fernando Veríssimo




Luis Fernando Verissimo é um escritor, cronista e humorista brasileiro nascido em 1936. Ele é conhecido por sua prosa leve, irônica e humorística, que aborda temas do cotidiano, da política e da sociedade brasileira. Aqui está um breve resumo de sua vida, período literário, principais obras e algumas frases marcantes:

Período Literário:
Luis Fernando Verissimo é associado principalmente à literatura contemporânea brasileira, que abrange um período amplo que inclui a segunda metade do século XX e o início do século XXI. Ele se destacou como um autor contemporâneo que explorou questões sociais e culturais em seu trabalho, muitas vezes com um toque de humor ácido.

Principais Obras:
Luis Fernando Verissimo é um autor prolífico, com uma grande variedade de obras. Algumas de suas obras mais conhecidas incluem:

  1. “Comédias para Se Ler na Escola” (2001): Este é um livro de crônicas que aborda questões da vida cotidiana com humor e ironia.

  2. “O Analista de Bagé” (1981): Este livro é uma coletânea de crônicas que apresenta o personagem “Analista de Bagé,” um psicanalista gaúcho que lida com seus pacientes de uma maneira única e divertida.

  3. “As Cobras” (1995): Nesta obra, Verissimo apresenta uma série de contos curtos e satíricos que exploram as complexidades das relações humanas.

Frases Marcantes:
Luis Fernando Verissimo é conhecido por suas frases espirituosas e observações aguçadas. Alguns exemplos de frases marcantes incluem:

  1. “A crônica é a literatura pregada na vida.”

  2. “Escrever é fazer terapia sem gastar dinheiro.”

  3. “O humor é a grande dádiva de Deus, porque a vida é trágica e ele nos dá a oportunidade de nos distanciarmos dela.”

O autor foi citado algumas vezes no Enem,inclusive na edição de 2022.  Veja: 

Questão 12 – Caderno azul – 1º dia do Enem 2022

Papos

— Me disseram…
— Disseram-me.
— Hein?
— O correto é “disseram-me”. Não “me disseram”.
— Eu falo como quero. E te digo mais… Ou é “digo-te”?
— O quê?
— Digo-te que você…
— O “te” e o “você” não combinam.
— Lhe digo?
— Também não. O que você ia me dizer?
— Que você está sendo grosseiro, pedante e chato.

[…]
— Dispenso as suas correções. Vê se esquece-me. Falo como bem entender. Mais uma correção e eu…
— O quê?
— O mato.
— Que mato?
— Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te. Ouviu bem? Pois esqueça-o e para-te. Pronome no lugar certo é elitismo!
— Se você prefere falar errado…
— Falo como todo mundo fala. O importante é me entenderem. Ou entenderem-me?

VERISSIMO, L. F. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 (adaptado).

Nesse texto, o uso da norma-padrão defendido por um dos personagens torna-se inadequado em razão do(a)

  1. falta de compreensão causada pelo choque entre gerações.
  2. contexto de comunicação em que a conversa se dá.
  3. grau de polidez distinto entre os interlocutores.
  4. diferença de escolaridade entre os falantes.
  5. nível social dos participantes da situação.

Confira também: + Arte literária: conheça os principais gêneros, autores e influências
+ 9 obras da literatura brasileira que foram adaptadas para o cinema

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