Veja modelo de redação nota mil do Enem 2020

O tema de redação do Enem 2020 foi "O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira"; confira o modelo de redação da coordenadora de Redação do Curso Poliedro, Fabiula Neubern

No primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, além das 90 questões de Linguagens e Ciências Humanas, o candidato também tinha como parte da prova desenvolver uma redação dissertativa-argumentativa com a seguinte proposta “o estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira.”

Segundo os relatos dos inscritos, o tema escolhido foi uma surpresa agradável e permitiu com que a proximidade com a temática facilitasse a produção da redação.

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redação nota mil enem 2020

A divulgação do resultado final e da nota da produção escrita será divulgada apenas em 29 de março. Porém, caso você tenha alguma dúvida sobre qual seria o melhor caminho para conquistar uma boa avaliação, a Revista Quero pediu à Fabiula Neubern, coordenadora de redação do Curso Poliedro, escrever um modelo de redação nota mil do Enem 2020

Para isso, Fabiula simulou as orientações passadas aos alunos sobre a melhor forma para organizar a redação e produzí-la em tempo hábil no Enem. A coordenadora fez o texto em 1h30 e cumpriu as seguintes etapas desenvolvimento: 

  1. Leitura do tema e anotação das primeiras ideias;
  2. Planejamento textual;
  3. Rascunho;
  4. Revisão; e
  5. Digitação.

Quer garantir a nota mil na redação do Enem? Então, confira tudo o que você precisa saber sobre a estrutura do texto, os critérios avaliativos e as dicas para ir bem na prova: Redação do Enem: tudo o que você precisa saber

 Confira abaixo o modelo de redação nota mil do Enem 2020:

Na obra intitulada Sociedade do Cansaço, o filósofo Byung-Chul Han analisa a contemporaneidade e uma de suas marcas principais: a exaustão oriunda de uma cultura da alta performance e da produtividade que produz ausência de saúde mental. Nesse sentido, a autocobrança por desempenho e felicidade desse modelo seriam responsáveis por um estado constante de sofrimento psíquico. Porém, quando a sociedade não compreende esse contexto, desemboca numa cultura que estigmatiza doenças mentais como consequência de desinformação e preconceito os quais criam barreiras para que esse modelo seja repensado e, ao mesmo tempo, impede que aqueles que precisam de tratamento recebam a atenção devida e o respeito necessário.

Esse modelo de vida que se exaure em cobrança é alimentado pelas redes sociais. Assim, os feeds estão repletos de sorrisos e prazer, ao passo que a realidade de muitos está cheia de angústia, ansiedade e dor. Esse imperativo da felicidade, conjugado à falta de informação e preconceito a respeito das diferenças entre o sofrimento humano e as doenças mentais fazem com que muitos que precisam de tratamento não procurem ajuda, pois são vistos como “frescurentos” e “fracos”. Enquanto isso, alimenta também a negligência e a precariedade das políticas de tratamento.

Além disso, tal estigmatização é agravada pelo descaso governamental. O corte de verbas destinadas aos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) recentemente noticiado é uma validação institucional do desprezo pelas pessoas psicoatípicas. Nesse contexto, há 11,5 milhões de brasileiros depressivos, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, os quais precisam de ajuda, mas acabam tendo sua inserção social ainda mais comprometida. Dessa forma, o abandono do Estado endossa discursos capacitistas, responsáveis por taxar essas pessoas de “loucas”, “retardadas”, entre outros exemplos do uso da língua, que reforçam esse preconceito.

Portanto, é fundamental que o estigma relacionado às doenças mentais existente na sociedade brasileira seja combatido. Nesse sentido, de imediato, o Governo Federal deve retomar as verbas às Caps e aprofundar as políticas públicas de tratamento das doenças mentais. Além disso, as escolas, em todos os níveis, ou seja, do ensino infantil ao universitário, devem promover o acolhimento e o mapeamento do tema, por meio de uma educação crítica e informativa a respeito do que é sofrimento e do que é doença. Isso pode acontecer em palestras, que expliquem o capacitismo, rodas de conversa para diferenciar terapia, voltada ao sofrimento, e programas de tratamento psiquiátrico, voltados ao controle das doenças, por exemplo. Somente assim será possível oferecer ajuda a quem precisa, combater a estigmatização e repensar nosso modelo de vida, analisado por Byung-Chul Han, que cada vez mais nos torna doentes.

Fabiula ainda ressalta que, para que o candidato do Enem consiga uma boa nota na redação, é essencial que ele destaque os elementos avaliados em cada uma das cinco competências utilizadas pelos corretores, são eles:

  1. Compreender a proposta de redação e o gênero textual exigido: adequação ao tipo dissertativo-argumentativo e ao tema com a utilização das palavras-chave (estigma/doenças mentais/sociedade/brasileira) em mais de um momento do texto; 
  2. Presença de repertório utilizado em diversos níveis: referência superficial ao corte de verbas das Caps, uso do termo capacitismo como integrante da argumentação (uso mediano) e referência ao livro Sociedade do Cansaço que caracterizou um uso mais produtivo por ser pertinente ao tema e atuar como contexto e base para a análise; 

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Desenvolvimento argumentativo organizado: ou seja, há correspondência entre a tese e a análise explicada, exemplificada e comprovada no segundo e terceiro parágrafos; (tese = “…quando a sociedade não compreende esse contexto, desemboca numa cultura que estigmatiza doenças mentais como consequência de desinformação e preconceito os quais criam barreiras para que esse modelo seja repensado e, ao mesmo tempo, impede que aqueles que precisam de tratamento recebam a atenção devida e o respeito necessário.”); 

  • Demonstrar conhecimento de mecanismos linguísticos: inserção recorrente de elementos coesivos intra e interparágrafos;
  • Proposta de intervenção: sugerir uma intervenção relacionada ao desenvolvimento argumentativo e que apresenta todos os elementos constitutivos: agente, ação, modo, finalidade e detalhamento).
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