10 profissões com maior diferença salarial entre homens e mulheres
As profissões ligadas ao comércio, mercado empresarial e financeiro são as que mais possuem diferenças salariais entre homens e mulheres; veja lista de todas
Atualizado em 05/03/24
O Dia Internacional da Mulher é celebrado no dia oito de março e, justamente pela data, o terceiro mês do ano é conhecido por muitas pessoas como o mês das mulheres.
Além da celebração, a data também promove a reflexão sobre a busca e construção de um futuro mais igualitário entre homens e mulheres. Um dos tópicos de destaque no caminho para a igualdade é a diferença salarial no mercado de trabalho. Em pleno século 21, ainda há disparidade entre os homens e mulheres quando o assunto é a remuneração.
Por isso, a Revista Quero divulgou, neste mês, o texto sobre 10 profissões com a maior diferença salarial entre homens e mulheres.
O levantamento foi realizado de acordo com os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), referente a 2021, observando as profissões presentes no Guia de Profissões, da Quero Bolsa.
Além da média salarial de homens e mulheres, o levantamento aponta a diferença média – em porcentagem – entre os salários. Para todas as 10 profissões listadas, os homens possuem médias salariais superiores em comparação às médias salariais das mulheres.
Antes de conhecer as 10 profissões com maiores diferenças salariais entre homens e mulheres, é importante conhecer a origem dessa questão e quais são os principais fatores que influenciam essa disparidade.
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Origem histórica da diferença salarial entre homens e mulheres
Desde os primórdios das civilizações modernas, onde as atividades eram divididas por gênero, as sementes deste desequilíbrio já eram plantadas. Dadas as particularidades, as origens dessa disparidade estão profundamente enraizadas nos papéis sociais, valores e estruturas sociais.
A visão histórica de homens enquanto “provedores” e mulheres resguardadas ao espaço doméstico, até as revoluções industriais, onde elas entraram no mercado de trabalho em grande número, mas em posições subalternas e menos remuneradas, é um exemplo destas raízes.
Mesmo com a revolução feminista e a popularização de movimentos pelos direitos das mulheres, que trouxeram, no último século, diversos avanços, a desigualdade salarial ainda persiste.
Entender essa trajetória e começar a desvendar as complexas camadas que compõem este desafio e, assim, buscar ativamente soluções mais eficazes para esta questão deve ser uma preocupação de toda a sociedade.
Recentemente, avanços legais têm sido sancionados em busca da equidade salarial. No Brasil, está em vigor desde 04 de julho de 2023, a Lei 14.611, de 2023 teve origem no PL 1.085/2023.
Essa importante conquista busca assegurar a igualdade salarial entre indivíduos que desempenham as mesmas funções ocupando os mesmos cargos, estabelecendo mecanismo de punição das empresas que tiverem em seus quadros casos de diferença salarial entre homens e mulheres, por exemplo.
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Fatores que influenciam a diferença salarial
A diferença salarial entre homens e mulheres é fomentada por diversos fatores, educacionais e sociais, que atravessam constantemente, de maneira diferente, os gêneros.
É comum, por exemplo, surgirem afirmações de que as mulheres tendem a investir menos em suas carreiras. No entanto, ao analisar tal ponto a partir de dados, é possível perceber que essa percepção não tem fundamento.
Mulheres, frequentemente, igualam ou superam os homens em termos de formação acadêmica. O que ocorre é uma subvalorização do potencial feminino, mesmo quando qualificado.
Outro fator que precisa ser observado é a discriminação de gênero. Infelizmente, ela ainda é uma realidade, que se manifesta de maneiras sutis e explícitas. Uma mulher pode ser preterida em uma promoção ou receber um salário inicial inferior ao de um colega masculino na mesma função.
Fator que contribui para a ocorrência de situações vexatórios e de discriminação, muitas empresas ainda veem a mulher que tem interesse em ser ou é mãe como alguém menos disponível ou comprometida.
Além disso, ainda hoje, as mulheres muitas vezes carregam a maior parcela de responsabilidades domésticas, o que pode afetar suas trajetórias profissionais, dificultando sua inserção no mercado de trabalho.
Por mais que esses fatores estejam presentes em diversas frentes de trabalho, infelizmente, é possível verificar que a maior diferença salarial entre homens e mulheres está localizada em algumas profissões específicas.
Profissões com maior diferença salarial entre homens e mulheres
Conheça abaixo a lista com as 10 profissões onde a diferença salarial entre os gêneros é mais acentuada:
1) Trader (diferença média de salários de 31,57%)
O trader é um investidor do mercado financeiro. De acordo com a página da profissão, seu trabalho consiste em aproveitar-se da volatilidade desse mercado (ou seja, a frequência e intensidade das oscilações nos valores) para conseguir lucro.
Esses valores são referentes aos ativos, que são bens ou investimentos quaisquer na Bolsa. Esse profissional ajuda a manter a liquidez do mercado, que é a capacidade de transformar esses ativos em dinheiro. Assim sendo, o trader é importante para o mercado financeiro.
O levantamento feito com os dados do Caged em 2021 aponta uma diferença média de 31,57% entre os salários de homens e mulheres. Os homens que trabalham como trader possuem média salarial de R$5.278,13, enquanto as mulheres recebem um valor médio de R$2.745,20 nesta área.
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2) Profissional de gestão financeira (diferença média de salários de 29,87%)
Este profissional poderá atuar no acompanhamento dos resultados financeiros das empresas: gastos, lucro, investimentos, contas a pagar e a receber, folha de pagamentos Além disso, o tecnólogo em Gestão Financeira poderá atuar como assistente, analista, assessor ou consultor financeiro.
De acordo com os dados do Caged em 2021, a média salarial dos homens que são profissionais em Gestão Financeira é de R$7.270,68. Por outro lado, a média salarial das mulheres profissionais em Gestão Financeira, em 2021, é de R$3.926,18. De acordo com os índices, a diferença média entre os salários é de 29,87%.
3) Profissional de relações internacionais (diferença média de salários de 29.38%)
Este profissional está sempre atualizado sobre tópicos que envolvem os mercados e comércios de diversas localidades, questões culturais/geográficas e as possibilidades de negociações a partir das características de determinado Estado-nação.
No ano de 2021, a média salarial de homens profissionais nesta área foi R$ 6.990,43, enquanto a média salarial das mulheres apontou R$3.815.49. Por fim, a diferença média entre os salários de homens e mulheres, de acordo com o Caged, foi de 29.38%.
4) Empresário (diferença média de salários de 29.38%)
De acordo com a página da profissão, o empresário exerce profissionalmente uma atividade econômica (comerciais, industriais ou de serviços) com um mínimo de organização e de forma individual, produzindo ou fazendo circular bens ou serviços e gerando lucro.
Exclui-se desse conceito, contudo, o profissional que exerce uma atividade intelectual (científica, literária ou artística) como profissão, como o médico, escritor e dentista.
A média salarial de empresários no Brasil, em 2021, foi de R$11.896,70. Por outro lado, a média salarial de empresárias no ano passado foi de R$6.710,76, de acordo com o Caged. Por fim, a diferença média entre os salários foi indicada em 29,38%. A terceira maior disparidade sobre as médias salariais na lista de mais de 250 páginas de profissões da Quero Bolsa.
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5) Assistente pessoal (diferença média de salários de 24.09%)
O/A assistente pessoal é um(a) profissional cujas funções são de assessoria às mais diversas demandas no que se refere ao âmbito doméstico-familiar ou comercial.
Alguns exemplos de atividade deste profissional são: digitar e enviar documentos e e-mails, gerenciar o orçamento, manter estoques de equipamentos em dia, relatar problemas e preparar reuniões.
De acordo com os índices do Caged, em 2021, a média salarial dos homens nesta profissão foi de R$2921.98, enquanto as mulheres tiveram salário médio de R$1787.47. A diferença média entre os salários de homens e mulheres, que atuam como Assistente Pessoal, foi estimada em 24,09%
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6) Bibliotecário (diferença média de salários de 23,93%)
O bibliotecário realiza demandas administrativas como a organização de banco de dados ou organização de acervos físicos e virtuais. Sua responsabilidade pode abranger organização e catalogação de acervos de museus, editoras ou centros de documentação.
O Caged aponta que a média salarial de homens, que trabalham como bibliotecário, atingiu a marca de R$5.233,87. Por outro lado, as mulheres tiveram remuneração média de R$3212.34 e a diferença média entre os salários foi de 23.93%, em 2021.
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7) Meteorologista (diferença média de salários de 19,10%)
Este profissional tem conhecimento de estudos e/ou interpretação de dados sobre a temperatura, chuvas, umidade do ar e ventos, e da interpretação de imagens de radares e satélites.
O meteorologista é um profissional que está apto a previsão das condições atmosféricas. Você poderá ter mais informações sobre a atuação profissional do meteorologista na página da profissão.
A média dos salários de homens que trabalham com meteorologia foi de R$5.175,64, no ano de 2021. As mulheres profissionais da área de estudos meteorológicos tiveram remuneração média de R$3,515.95, segundo os índices do Caged sobre o ano de 2021. Além disso, a diferença média entre os salários registrados em 2021 foi de 19,10% a mais para os homens.
8) Zootecnista (diferença média de salários de 18,86%)
O zootecnista, profissional formado em Zootecnia, está habilitado ao trabalho em situações referentes à criação de rebanhos de bois, aves, cabras, ovelhas, porcos e cavalos. Além disso, o profissional poderá desempenhar suas funções em setores como gestão, consultoria e planejamento agropecuário.
Em 2021, o Caged aponta que a média salarial dos homens que trabalham como zootecnista foi de R$2.449,38, enquanto as mulheres tiveram salário médio de R$1.671,97. Em conclusão, a diferença média dos salários registrados no Caged, para esta profissão, foi de 18,86% a mais para os homens.
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9) Bancário (diferença média de salários de 18,16%)
O bancário é um profissional administrativo responsável pelas rotinas de pagamentos, saques, atendimento ao cliente, aconselhamento financeiro, análise de empréstimos e crédito e venda de produtos, como planos de capitalização, investimentos, seguros e consórcios.
O Caged apontou que os homens desta área profissional receberam, em média, R$3.608,85 e as mulheres tiveram média salarial de R$2.499,38. Por fim, o órgão responsável pelo levantamento expôs a diferença média entre salários de homens e mulheres em índice de 18,16%
10) Profissional de comércio exterior (diferença média de salários de 18,13%)
O/A profissional de Comércio Exterior está apto(a) ao trabalho com operações de comércio internacional de produtos e serviços. Este profissional poderá atuar em demandas sobre importação e possui conhecimento para traçar planos de exportação.
O profissional também poderá trabalhar com despacho e legislação aduaneira, gestão de logística, seguros e operações de comércio exterior.
Sobre esta área de atuação profissional, o Caged apontou a média salarial dos homens no valor de R$4.980,16, enquanto a média das mulheres foi estimada em R$3.451,37. Além disso, a diferença média entre salários de homens e mulheres têm índice de 18,13%, de acordo com a órgão.
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Soluções para diminuir a diferença salarial entre homens e mulheres
Após conferir a origem histórica desta questão e as 10 profissões onde essa diferença é mais acentuada, torna-se imperativo buscar soluções em direção à igualdade. Felizmente, várias iniciativas, tanto no setor público quanto no privado, já estão em andamento e vem contribuindo para a igualdade salarial.
Diversos países, como o Brasil, adotaram legislações rigorosas em prol da igualdade salarial e têm visto uma redução significativa na disparidade entre gêneros. Políticas públicas também desempenham um papel crucial, incentivando empresas a adotar práticas justas e transparentes.
Muitas empresas, inclusive de natureza privada, reconheceram que promover a igualdade salarial não é apenas uma questão ética, mas também uma decisão inteligente de negócios.
Empresas líderes estão realizando auditorias salariais, estabelecendo programas de mentorias para mulheres e criando políticas de contratação mais equitativas. Essa onda de mudança, proveniente do mercado, é mais uma sinalização de um futuro menos desigual.
Além disso, é importante ressaltar que toda grande transformação começa com a educação. Ao capacitar as novas gerações com conhecimento e consciência sobre a desigualdade salarial, instigasse um desejo de mudança.
A formação contínua e os programas de capacitação podem ajudar as mulheres a fortalecerem suas posições no mercado de trabalho.
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Casos notórios de desigualdade salarial entre homens e mulheres
Nos últimos anos, alguns casos de diferença salarial baseada no gênero ganharam destaque mundial, servindo como alerta e catalisadores para mudanças.
Um destes casos ocorreu em Hollywood. A atriz Michelle Williams recebeu uma quantia significativamente menor que seu co-estrela masculino, Mark Wahlberg, pelas refilmagens do filme “Todo o Dinheiro do Mundo”. A discrepância salarial ganhou as manchetes, ilustrando a desigualdade que persiste mesmo nos escalões mais altos da indústria do entretenimento.
No mundo corporativo, a disparidade salarial entre CEOs também vem, corriqueiramente, à tona. Em estudos recentes, foi constatado que mulheres CEOs, em média, ganham menos do que seus pares masculinos, mesmo liderando empresas de porte e relevância semelhantes.
Outros casos de grande repercussão podem ser observados no esporte. As jogadoras da seleção feminina de futebol dos EUA iniciaram uma batalha legal contra a federação nacional, exigindo salários equiparados aos dos jogadores masculinos, apesar de suas conquistas expressivas e relevância internacional.
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Como investir em educação pode diminuir diferenças de gênero e mudar o futuro?
Por mais absurdo que seja, a diferença salarial entre homens e mulheres é uma questão com origens históricas que pode ser até os desafios atuais e vai muito além da remuneração. Ela é um reflexo da misoginia que está presente em todos os organismos sociais e que deve ser combatida com afinco por toda a sociedade.
No entanto, mais do que entender o problema, é vital tomar medidas proativas. A igualdade salarial não beneficia apenas as mulheres, mas toda a sociedade, gerando uma economia mais forte, famílias mais unidas e indivíduos mais realizados.
Uma das ferramentas que pode acelerar e ser motor desta mudança é a educação, uma das ferramentas mais poderosas para combater essa desigualdade. Por meio dela, é possível quebrar paradigmas e construir um futuro com mais igualdade.
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