A celulose é um homopolissacarídeo - estrutura formada por mais de 10 monossacarídeos iguais - estrutural, formada por mais de 10.000 unidades fundamentais de um mesmo monômero, que no caso da celulose, são monossacarídeos de glicose ligados entre si, formando uma estrutura polimérica.
Celulose formada por vários monômeros de glicose A glicose é um monossacarídeo que pode apresentar duas estruturas com a mesma fórmula molecular (C6H12O6), sendo, portanto, um isômero, e as duas estruturas formadas são enantiômeros, já que uma se comporta como imagem espelho da outra (uma estrutura é idêntica ao reflexo da molécula visto do espelho, por exemplo, onde o eixo simétrico está invertido).
Para fins didáticos, estabeleceu-se a nomenclatura dos enantiômeros de glicose, levando em conta a direção da luz polarizada desviada quando incidida sobre a molécula. Dessa forma, a glicose pode ser:
- D-glicose: aquela glicose que desvia a luz polarizada para a direita;
- L-glicose: a glicose que desvia a luz polarizada para a esquerda.
A celulose é um homopolissacarídeo formado apenas por D-glicoses ligadas entre si por meio de uma ligação covalente específica, chamada de ligação glicosídica. A ligação glicosídica é uma ligação de condensação entre dois sacarídeos. A ligação resumidamente se inicia por meio da interação do grupo hidroxila (OH) de um carboidrato com um hidrogênio (H) de outro.
O oxigênio, por ser muito eletronegativo, acaba "puxando" o hidrogênio do outro sacarídeo para si, resultando em uma molécula de água (H2O) muito mais estável que o sacarídeo completo. A molécula de água se separa, e os dois sacarídeos iniciais ficam, portanto, carentes de ligação (ambos precisam formar alguma ligação para se estabilizarem). Dessa forma, o oxigênio do sacarídeo que teve seu hidrogênio perdido se liga ao carbono do sacarídeo que teve seu grupo hidroxila perdido. Esse processo também é chamado de síntese por desidratação, já que a formação do polímero só ocorre por meio da formação e separação de uma molécula de água.
Estrutura cíclica da D-glicose formando a estrutura polimérica da celulose. A região entre duas estruturas marcadas pelo oxigênio (O) é onde ocorreu a ligação glicosídica
No caso da celulose, cada molécula de D-glicose presente se liga por uma ligação glicosídica do tipo β1 → 4 (o oxigênio β1 de uma D-glicose se liga no carbono 4 de outra D-glicose). Esse tipo específico de ligação é importante para compreender a incapacidade que alguns organismos apresentam de digerir a celulose.
Além das ligações glicosídicas, os monômeros de D-glicose interagem entre si formando ligações de hidrogênio, deixando a estrutura ainda mais rígida, fibrosa e insolúvel em água, característica fundamental da molécula.
A celulose, ao contrário da maioria dos polissacarídeos que são formados no Retículo Endoplasmático ou no Complexo Golgiense, é formada em um complexo enzimático fixado na membrana plasmática interna da célula do vegetal e, posteriormente, transportada para o outro lado da membrana plasmática para formar a parede celular do vegetal.
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