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Max Weber: quem foi e a sociologia compreensiva

Sociologia - Manual do Enem
Natália Cruz Publicado por Natália Cruz
 -  Última atualização: 4/8/2025

Introdução

Juntamente com Émile Durkheim e Karl Marx, o alemão Max Weber é considerado um dos pais fundadores da sociologia, por sistematizar e organizar o pensamento e estudos sobre a sociedade, organização social e política, influenciados pelo pensamento e estudos de Auguste Comte

Nascido em 1864, na Alemanha, Max Weber é considerado, ao lado de Karl Marx, Émile Durkheim e Auguste Comte, um dos nomes mais importantes da Sociologia Clássica.

Weber viveu e desenvolveu suas obras no período pós unificação alemã, finalizado-as em 1871, no contexto de fortalecimento e crescimento - tanto do povo alemão quanto da economia capitalista instaurada no país.

Tal como Marx, Max Weber desenvolveu trabalhos em uma série de áreas como: Filosofia, Economia, Política e Direito. No entanto, foi o fundador de uma nova corrente de pensamento sociológico, a sociologia compreensiva, que deu lugar a uma nova forma de encarar os estudos da sociedade, até então influenciados pelo positivismo comteano e durkheimiano.

A sociologia é concebida por Max Weber como a ciência que tem como objeto a realidade infinita, na qual existem tipos ideais que servem como modelos para a interpretação dos acontecimentos sociais que serão analisados.

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Índice

Max Weber: saiba sua teoria e o que defendia 

Antes de mais nada, é sempre importante pontuar que nem sempre os pensadores possuem uma única teoria e com Weber não foi diferente, por isso, muitas vezes é importante reconhecer que há um conjunto de teorias que marcam a obra e o desenvolvimento das ideias do autor. Dentre tantas teorias desenvolvidas, no entanto, é possível que uma ou algumas sejam mais relevantes que outras.

Dito isso, vamos entender o conceito que figura entre as mais importantes contribuições weberianas para a sociologia: a ação social.  Para Weber, um dos papéis do sociólogo seria compreender de que maneira as crenças, valores, ideias e ações implicam direta ou indiretamente nas mudanças sociais. As ações sociais são feitas, portanto, com um objetivo, com uma finalidade. Em resumo, a ação social é tudo aquilo que os indivíduos fazem, toda a ação racional ou irracional que possui uma finalidade.

Weber determinou a existência de quatro tipos de ação social:

  • Ação racional com relação a fins.
  • Ação racional com relação a valores.
  • Ação irracional afetiva.
  • Ação irracional tradicional.

Faz também parte das teorias weberianas o que o autor chama de racionalização do mundo social. Weber preocupa-se em compreender as maneiras pelas quais o uso do pensamento e decisões racionais impactam na formação dos Estados e na organização política, social e econômica. O sociólogo também divide em quatro os tipos de racionalidade, que serão detalhadas mais adiante.

  • Racionalidade formal.
  • Racionalidade substantiva.
  • Racionalidade finalística.
  • Racionalidade quanto a valores.

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Biografia: quem foi Max Weber? 

Karl Emil Maximilian Weber, nascido em Munique, Alemanha, em 1864, foi sociólogo, jurista e economista. Weber nasceu em uma família economicamente estável, e por isso, pode dedicar-se aos estudos. Além da estabilidade econômica, a família de Weber seguia rigidamente os preceitos do protestantismo. A rígida educação religiosa fez com que Weber publicasse em 1905 a obra A ética protestante e o espírito capitalista, em que associa o protestantismo à consolidação do capitalismo em regiões que adotaram as religiões luteranas pós contrarreforma.

Na juventude, Max Weber presenciou a unificação alemã e o rápido processo de industrialização do país recém unificado. Foi nesse novo contexto político, social e econômico que Weber iniciou seus estudos jurídicos e econômicos e aprofundou suas teses e conceitos sociológicos. Os anos de dedicação garantiram a Weber a vaga de professor nas universidades de Freiburg, em 1894 e de Heidelberg em 1896. 

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Mapa da Alemanha.

Primeiros trabalhos

Os primeiros trabalhos acadêmicos de Max Weber foram voltados para a área do Direito e da História Econômica. Em 1889, ele concluiu seu doutorado com uma tese sobre as sociedades comerciais na Idade Média, investigando as origens do capitalismo a partir de fontes históricas e jurídicas. Esse interesse pelas relações entre economia e organização social marcou toda a sua trajetória intelectual.

No início da carreira, Weber atuou como professor de Direito e Economia nas universidades de Berlim, Freiburg e Heidelberg. Nessa fase, dedicou-se a pesquisas sobre a história agrária da Roma Antiga e sobre a evolução das instituições econômicas na Europa. Esses estudos o levaram a desenvolver uma visão crítica sobre as explicações puramente econômicas dos fenômenos sociais, como as propostas pelo marxismo.

Em 1895, Weber publicou um importante ensaio sobre a “questão agrária” na Alemanha, analisando as condições sociais dos trabalhadores rurais e a estrutura fundiária do país. O texto foi bem recebido e projetou seu nome no meio acadêmico.

Esses primeiros trabalhos mostram que, antes de se tornar um dos principais nomes da Sociologia, Weber já investigava a interação entre instituições, cultura e economia. Essa base teórica serviu de apoio para o desenvolvimento da sociologia compreensiva, que ele estruturaria nos anos seguintes.

Max Weber e a Sociologia

A sociologia weberiana é marcada pela proposta de compreender o sentido das ações sociais. Para Max Weber, o papel do sociólogo é interpretar os significados que os indivíduos atribuem às suas ações, levando em conta o contexto histórico, cultural e social em que estão inseridos. Essa abordagem ficou conhecida como sociologia compreensiva.

Weber definiu a ação social como qualquer comportamento humano que considere a presença e a conduta de outras pessoas. Com base nisso, ele desenvolveu quatro tipos ideais de ação social:

  • Racional com relação a fins, orientada por objetivos específicos;

  • Racional com relação a valores, guiada por princípios éticos ou morais;

  • Afetiva, motivada por emoções;

  • Tradicional, baseada em costumes e hábitos.

Esses tipos ideais não descrevem a realidade de forma exata, mas servem como ferramentas analíticas para comparar e entender as ações sociais em diferentes contextos.

Outro ponto central da sociologia weberiana é a análise dos tipos de dominação legítima: tradicional, carismática e racional-legal. Essa tipologia ajuda a explicar como o poder se organiza nas sociedades e como as pessoas o reconhecem como legítimo.

Weber também aplicou sua abordagem à análise das relações entre religião e economia, política e burocracia, contribuindo para a compreensão de fenômenos sociais complexos. Sua obra destaca a importância da neutralidade valorativa e do rigor metodológico na pesquisa sociológica.

A sociologia weberiana é uma das bases do pensamento sociológico contemporâneo e é frequentemente cobrada em provas como o Enem e vestibulares de todo o país.

Qual foi o principal objetivo de Max Weber

Ao desenvolver suas teorias, é possível perceber que o principal objetivo de Weber era estudar as relações existentes entre indivíduos, a formação de Estados nacionais, a organização e consolidação de regimes e sistemas políticos e as mudanças causadas na sociedade pós Revolução Industrial e fortalecimento do capitalismo

Vale destacar que o fortalecimento do capitalismo também envolve muitos outros autores, entre eles o Adam Smith. Para consolidar seus estudos  e compreender os temas que abordou, Weber usou as ações sociais e a racionalidade ou irracionalidade do agir dos indivíduos.

Contexto histórico

Max Weber nasceu em 1864, na Alemanha, e desenvolveu sua obra em um período de intensas transformações políticas, econômicas e sociais na Europa. A Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, já havia alterado profundamente a estrutura das sociedades europeias, promovendo o crescimento das cidades, o avanço do capitalismo e o fortalecimento da burguesia.

No final do século XIX e início do século XX, a Alemanha passava por um processo de unificação nacional, liderado pelo Império Alemão sob o comando de Otto von Bismarck. Esse período foi marcado pela consolidação do Estado moderno, pelo avanço da burocracia e pelo aumento das tensões políticas e sociais, com o surgimento de movimentos operários e de ideias socialistas.

No campo intelectual, o pensamento científico ganhava força, e as ciências sociais começavam a se consolidar como áreas autônomas. Weber participou ativamente desse processo, buscando distinguir a Sociologia das ciências naturais por meio de uma metodologia própria, voltada à compreensão do sentido das ações humanas.

Além disso, Weber viveu a Primeira Guerra Mundial (1914–1918) e suas consequências. O conflito e a crise política que se seguiu na Alemanha influenciaram suas reflexões sobre o poder, o Estado e a racionalização da vida social. Sua produção teórica dialoga com esse contexto de instabilidade e transformação, procurando entender como as instituições modernas funcionam e como os indivíduos se orientam em um mundo cada vez mais racionalizado.

O contexto histórico em que Weber escreveu ajuda a compreender por que sua obra se concentrou na análise das ações sociais, da autoridade e da modernidade, temas centrais para a Sociologia até os dias atuais.

Os tipos de ideias de Max Weber

Para que o sociólogo desenvolva suas pesquisas, principalmente quando há generalizações, Weber propõe a necessidade da criação de tipo ideal. O sociólogo define tipo ideal como a criação de um conjunto de características para que se possa construir um todo tangível, um tipo, que será útil para as observações.

O que Max Weber defendia

Levando em consideração os conceitos das ações sociais, é possível dizer que Max Weber defendia que a partir do uso das ações sociais, os indivíduos poderiam modificar a sociedade, a política, as relações sociais e as organizações institucionais e governamentais. Weber também defendia a organização social racional e organizada.

As principais características do pensamento de Max Weber

A sociologia weberiana possui algumas importantes características e particularidades. Entre elas, é possível afirmar que as relações entre indivíduos e instituições se dão basicamente a partir das ações sociais racionais ou irracionais.  A organização racional e eficiente de espaços e atividades coletivas também é uma importante característica do pensamento weberiano.

Influências de Max Weber

Entre os autores e conceitos que influenciam Weber, pode se destacar o idealismo de Immanuel Kant, a crítica científica desenvolvida por Nietzsche, as observações desenvolvidas por Alexis de Tocqueville e os textos reformistas de Lutero. No Brasil, a obra de Weber influencia a construção do conceito de homem cordial, desenvolvido por Sérgio Buarque de Holanda.

As obras de Max Weber

 Abaixo estão algumas das principais obras escritas por Weber e suas principais características.

  • A ética protestante e o espírito capitalista (1905) - A obra analisa a formação e consolidação do capitalismo a partir das práticas protestantes.
    • Ciência e Política como Vocação (1919) - Conferências que tratam da diferenciação e ações na política e ciência.
  • Economia e sociedade (1922) - tratado de sociologia que define as diferentes formas de economia, dominação, religião e direito, a partir de um mesmo sistema conceitual.

A ética protestante e o espírito capitalista

A ética protestante e o espírito capitalista é uma das obras mais conhecidas de Max Weber. Publicada originalmente em 1905, essa pesquisa analisa a relação entre religião e economia, com foco no impacto das ideias protestantes sobre o desenvolvimento do capitalismo moderno na Europa Ocidental.

Weber argumenta que certos valores presentes no protestantismo, especialmente no calvinismo, contribuíram para a formação de uma mentalidade favorável ao trabalho disciplinado, à poupança e ao investimento racional. Esses valores formariam o que ele chamou de “espírito do capitalismo”, caracterizado pela busca sistemática de lucro e pela organização racional da atividade econômica.

Segundo Weber, a ética protestante valorizava o trabalho como uma forma de servir a Deus. No calvinismo, a ideia de predestinação gerava incerteza sobre a salvação, e o sucesso material passou a ser interpretado como um possível sinal da graça divina. Isso estimulava a dedicação ao trabalho, o controle dos gastos e o acúmulo de capital.

Diferente de Karl Marx, que explicava o capitalismo a partir das transformações nas relações de produção, Weber destacou o papel da cultura, das crenças e das ideias na formação das estruturas econômicas. Sua análise mostra como fatores simbólicos e religiosos podem influenciar o comportamento econômico de uma sociedade.

A ética protestante e o espírito do capitalismo é uma leitura recorrente em cursos de Ciências Humanas e aparece em questões do Enem e vestibulares que abordam a relação entre cultura, religião e economia.

Economia e Sociedade

Economia e Sociedade é a principal obra de Max Weber e uma das mais influentes da Sociologia. Publicada postumamente em 1922, a partir de manuscritos organizados por sua esposa, Marianne Weber, a obra reúne conceitos fundamentais da teoria sociológica weberiana, como ação social, dominação legítima, burocracia e racionalização.

No livro, Weber analisa como as ações individuais se articulam com as estruturas sociais, construindo uma base teórica para a sociologia compreensiva. Um dos pontos centrais da obra é a distinção entre diferentes tipos de dominação legítima:

  • Dominação tradicional, baseada em costumes e tradições;

  • Dominação carismática, baseada no carisma pessoal de um líder;

  • Dominação racional-legal, baseada em normas e leis impessoais, típica dos Estados modernos.

Weber também descreve o crescimento da burocracia como forma de organização administrativa racional, marcada pela hierarquia, especialização de funções e impessoalidade. Para ele, esse modelo burocrático é uma característica da modernidade e da racionalização da vida social.

Outro conceito importante em Economia e Sociedade é o de tipo ideal, uma construção teórica que serve como referência para compreender e comparar fenômenos sociais. Os tipos ideais não representam a realidade, mas ajudam a interpretá-la de forma sistemática.

A obra é extensa e aborda diversos temas, como religião, direito, economia e política. Por sua importância, Economia e Sociedade é frequentemente citado em questões de Sociologia no Enem e em vestibulares, principalmente nos tópicos relacionados a ação social, poder, Estado e modernidade.

A Sociologia Compreensiva

A sociologia compreensiva baseia-se na ideia de considerar a motivação dos indivíduos e grupos diante das ações sociais que praticam, levando em conta a sociedade em que vivem. A realidade social portanto, é o resultados das formas de relação entre os sujeitos.

É possível entender que as ações não têm sentido próprio, mas o sentido que nós atribuímos a elas. Weber usa também o estudo das sociedades romanas como forma de  compreender a edificação das bases da sociedade europeia. A interpretação do passado serve para a compreensão das mudanças.

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A objetividade do conhecimento

Max Weber defendia que a Sociologia deve buscar a objetividade na análise dos fenômenos sociais, mesmo reconhecendo que o pesquisador não é completamente neutro. Em seu ensaio “A objetividade do conhecimento nas Ciências Sociais e na Ciência Política”, publicado em 1904, Weber argumenta que o conhecimento sociológico deve ser construído com base em métodos rigorosos, capazes de afastar julgamentos de valor no processo de investigação.

Para ele, o cientista social parte de interesses culturais específicos que influenciam a escolha do tema de pesquisa, mas isso não significa que os resultados da análise devam ser subjetivos. O compromisso com a objetividade está na forma como o estudo é conduzido, com clareza metodológica, coerência lógica e fundamentação teórica.

Weber também propôs o conceito de “neutralidade valorativa”, que orienta o pesquisador a não impor suas opiniões pessoais durante a análise dos dados. Isso significa separar a análise científica das convicções políticas, religiosas ou morais, mesmo quando os temas estudados envolvem conflitos de valores.

A busca pela objetividade é uma das marcas da sociologia weberiana e teve grande impacto na consolidação da Sociologia como ciência. Esse princípio continua sendo discutido em diversas áreas das Ciências Humanas e é um tema importante para vestibulares e para o Enem, especialmente em questões que tratam do papel da ciência na compreensão da sociedade.

As ações sociais

Weber critica a teoria durkheimiana, que afirma que a ordem social sobrepõe-se aos indivíduos. Para o alemão, a sociedade só pode ser compreendida a partir das ações individuais que tendem a estabelecer relações com outras pessoas.

A esta ação que o indivíduo pratica orientando-se pela ação do outro, Max Weber deu o nome de ação social. As ações sociais podem ser de quatro tipos e o modo pelo qual os indivíduos agem podem depender da tradição, emoção ou interesses racionais.

  • Ação social tradicional: é determinada por costumes que podem ser familiares ou sociais.
  • Ação social afetiva: é determinada pelas emoções do indivíduo que a pratica.
  • Ação racional em relação a valores: se manifesta pela convicção racional em um determinado valor individual.
  • Ação racional em relação a fins: é determinada pela possibilidade de se alcançar um determinado objetivo de forma clara e direta.

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Racionalização do mundo social

A racionalização do trabalho e de várias esferas da vida são um dos traços mais marcantes do período vivido por Weber. O modelo capitalista e o avanço científico foram responsáveis por moldar o mundo de forma que todos os espaços coletivos sejam burocratizados.

A burocracia, em termos weberianos, significa que os espaços e atividades coletivas são organizados de maneira racional e eficiente.

Toda essa racionalização leva a sociedade ao que Max Weber chama de desencantamento do mundo, que acontece quando as formas religiosas e místicas de pensar perdem espaço para a racionalidade e burocratização.

Weber preocupa-se em tentar entender os processos pelos quais a racionalidade no pensamento impactou a vida, influenciando as organizações do Estado, as formas de governar, as relações culturais, sociais e individuais do sujeito moderno.

Weber também divide a racionalidade em quatro tipos:

  • Racionalidade formal: faz parte das relações estabelecidas no sistema jurídico e econômico moderno, no qual a forma de pensamento racional é formalizada e tida como necessária para atingir um fim determinado.
  • Racionalidade substantiva: considera o contexto social. A racionalidade refere-se à disposição dos valores que orientam o mundo social escolhido para estudo.
  • Racionalidade finalística: há análise racional dos meios, para que os fins desejados sejam alcançados.
  • Racionalidade quanto a valores: os valores individuais baseiam-se em valores, costumes e hábitos que nem sempre são completamente racionais, mas apenas reproduções de comportamentos costumeiros.

Nas sociedades, tanto as ações sociais quanto as racionalidades acontecem de forma concomitante. Max Weber, ao criar os tipo ideais, caracteriza essas ações e racionalidades de maneira ideal para que consiga melhor explicar tais conceitos.

Linha do tempo

  • 1864 – Nascimento de Max Weber em Erfurt, Alemanha

  • 1882 – Início dos estudos universitários em Direito na Universidade de Heidelberg

  • 1889 – Conclusão do doutorado com tese sobre sociedades comerciais na Idade Média

  • 1893 – Publicação de trabalhos iniciais sobre economia e história agrária

  • 1895 – Estudo sobre a questão agrária na Alemanha

  • 1904 – Publicação do ensaio “A objetividade do conhecimento nas Ciências Sociais e na Ciência Política”

  • 1905 – Publicação de A ética protestante e o espírito do capitalismo

  • 1914-1918 – Participação em conselhos governamentais durante a Primeira Guerra Mundial

  • 1918 – Envolvimento nos debates para a Constituição da República de Weimar

  • 1920 – Morte de Max Weber em Munique

  • 1922 – Publicação póstuma da obra Economia e Sociedade, organizada por sua esposa Marianne Weber

Essa cronologia reúne os principais marcos da vida e da produção acadêmica de Max Weber, que influenciaram o desenvolvimento da Sociologia moderna e continuam relevantes para os estudos sociais atuais.

Curiosidades sobre Max Weber

Além de suas contribuições para a Sociologia, Max Weber teve uma trajetória marcada por acontecimentos que ajudam a entender melhor seu pensamento e contexto de vida. A seguir, veja algumas curiosidades sobre o autor:

  • Formação interdisciplinar: Weber estudou Direito, Economia, História e Filosofia antes de se dedicar à Sociologia. Essa base ampla influenciou sua abordagem multidisciplinar na análise dos fenômenos sociais;

  • Envolvimento político: Durante a Primeira Guerra Mundial, Weber atuou como conselheiro do governo alemão e participou dos debates sobre a nova Constituição da República de Weimar. Suas ideias sobre dominação legítima e burocracia têm ligação direta com essa experiência;

  • Problemas de saúde mental: Após a morte de seu pai, Weber enfrentou um longo período de depressão e afastamento das atividades acadêmicas. Esse período durou cerca de cinco anos, mas, ao retornar, produziu algumas de suas obras mais importantes;

  • Obras publicadas postumamente: Grande parte dos textos mais conhecidos de Weber, como Economia e Sociedade, foi publicada apenas após sua morte, em 1920. A organização e divulgação de seus manuscritos ficaram a cargo de sua esposa, Marianne Weber, também socióloga;

  • Influência duradoura: Mesmo não tendo criado uma “escola” sociológica formal, Weber influenciou profundamente áreas como ciência política, administração pública e teoria social. Seu conceito de “tipo ideal”, por exemplo, é usado até hoje como ferramenta de análise.

Essas curiosidades mostram que a produção de Max Weber esteve diretamente conectada aos acontecimentos de sua época e às suas vivências pessoais, o que contribui para a riqueza de sua obra e para seu reconhecimento como um dos principais nomes da Sociologia.

Frases de Max Weber

Max Weber deixou reflexões importantes que ajudam a entender seu pensamento sociológico. Suas frases abordam temas como ação social, racionalidade, ética, política e ciência. Abaixo, veja algumas citações que representam ideias centrais de sua obra:

  • “A tarefa da Sociologia é interpretar a ação social e explicá-la causalmente em seu curso e em seus efeitos”. Nesta frase, Weber define o objetivo da Sociologia compreensiva, mostrando que entender os significados das ações é essencial para analisar os fenômenos sociais.

  • “A política é a aspiração à participação no poder ou à influência sobre a sua distribuição entre os Estados ou, dentro de um Estado, entre os grupos de homens". Em A política como vocação, Weber descreve a política como uma disputa por poder, o que ajuda a compreender suas análises sobre dominação e autoridade.

  • “O homem não teria alcançado o possível se, repetidas vezes, não tivesse tentado o impossível”.
    Esta frase expressa a importância da ação humana na transformação social, conectando-se à ideia de que os indivíduos dão sentido às suas ações.

  • “O destino do nosso tempo é a racionalização e a intelectualização, e, acima de tudo, o desencantamento do mundo”. Aqui, Weber resume uma de suas principais teses sobre a modernidade: a substituição de valores tradicionais por formas racionais e burocráticas de organização social.

Seguidores

Max Weber influenciou diversas correntes da Sociologia e das ciências sociais, apesar de não ter fundado uma escola formal. Seus seguidores e intérpretes ajudaram a consolidar e expandir suas ideias em diferentes áreas do conhecimento.

Entre os principais estudiosos que deram continuidade à obra de Weber estão autores como Talcott Parsons, que adaptou o conceito de ação social para a sociologia funcionalista, e Robert K. Merton, que trabalhou com tipologias weberianas para desenvolver a teoria da anomia. No Brasil, sociólogos como Florestan Fernandes dialogaram com o pensamento weberiano para analisar a realidade social do país.

Além disso, Weber influenciou disciplinas como ciência política, administração pública e economia, especialmente no estudo da burocracia e da racionalização. Seu conceito de dominação legítima também é amplamente utilizado para entender o exercício do poder em diferentes contextos.

A obra de Weber segue sendo estudada e debatida em universidades de todo o mundo, e suas teorias permanecem fundamentais para a análise sociológica contemporânea. 

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Exercício de fixação
Passo 1 de 3
ENEM/2015

A crescente intelectualização e racionalização não indicam um conhecimento maior e geral das condições sob as quais vivemos. Significa a crença em que, se quiséssemos, poderíamos ter esse conhecimento a qualquer momento. Não há forças misteriosas incalculáveis; podemos dominar todas as coisas pelo cálculo.

Tal como apresentada no texto, a proposição de Max Weber a respeito do processo de desencantamento do mundo evidencia o(a)

A progresso civilizatório como decorrência da expansão do industrialismo.
B extinção do pensamento mítico como um desdobramento do capitalismo.
C emancipação como consequência do processo de racionalização da vida.
D afastamento de crenças tradicionais como uma característica da modernidade.
E fim do monoteísmo como condição para a consolidação da ciência.
Conheça o autor
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Escrito por:
Natália Cruz

Formada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), tem pós-graduação em História da Arte pelo Claretiano e em História e Cultura afro-brasileira. Atualmente, é professora de História do COC Paulínia.

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