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Coronavírus no Enem: como o assunto pode cair em cada disciplina?

Veja o que você deve estudar sobre a covid-19 para mandar bem no Enem

Sem dúvidas, a grande atualidade de 2020 e dos próximos anos é pandemia de coronavírus. A doença covid-19, como já diz no nome, surgiu em 2019 na China. Por ser altamente contagiosa, em pouco tempo, a covid-19 se espalhou pelo mundo. Já são mais de três milhões de pessoas infectadas.

coronavírus enem

O novo coronavírus causa uma doença infecciosa que ataca as vias respiratórias e têm sintomas parecido com os da gripe. Em alguns casos, os pacientes não apresentam sintomas, mas, em outros, a doença evolui rapidamente para um quadro de pneumonia e leva à morte.

Os cientistas ainda não descobriram um remédio e uma vacina para combater a doença. A prevenção recomendada pelas autoridades de saúde é o isolamento social rigoroso.

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Personagem segurando um sino de notificações

Por ser um assunto que afeta a sociedade e a economia do mundo inteiro, incluindo o Brasil, a pandemia de covid-19 pode ser abordado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e outros vestibulares.

O tema tem características interdisciplinares que envolvem as quatro áreas do conhecimentos do Enem. Pensando nisso, a Revista Quero perguntou aos professores do Anglo Vestibulares como a pandemia de coronavírus pode ser abordada no exame em cada disciplina. Confira!

Linguagens e Códigos

Na prova de Linguagens e Código, coordenador de Linguagens Sério Paganim imagina três possíveis abordagens do assunto coronavírus:

1. Coronavírus como pano de fundo para questões de Linguagens
O professor acredita que a pandemia pode ser o tema dos mais diversos tipos de texto em questões clássicas sobre funções da linguagem, gêneros textuais e adjuntos adverbiais.

2. Análise de visões de mundo diferentes sobre o coronavírus
É comum que o Enem cobre exercícios de leitura e apreensão de sentido para a percepção de opiniões divergentes. A prova pode trazer um texto que defenda o uso da cloroquina como o remédio para combater a crise sanitária e outro que defenda o isolamento social como alternativa mais eficiente, por exemplo.

coronavirus enem

3. Questão sobre o vocabulário que se inova com palavras ligadas à pandemia

Paganim presume que possam haver questões a respeito da seleção lexical da pandemia, ou seja, das palavras que inundaram o cotidiano, como covid-19, cloroquina, quarentena e, até mesmo estrangeirismos, como lockdown, e do processo de formação e significado conceitual dessas palavras. Outra possibilidade é tratar sobre a sinonímia – palavras diferentes com significados semelhantes -, como quarentena, isolamento social e confinamento.

Leia: Esquenta Enem: O que mais cai na prova de Linguagens

Matemática

Não pense que um tema como o coronavírus não teria vez na prova de Matemática. O professor de Matemática Rodney Brazil afirma que a covid-19 pode cair no Enem em diferentes assuntos, principalmente naqueles que aparecem com frequência no exame, como geometria e porcentagem

Confira os assuntos apontados pelo professor Rodney e exemplos de como pode ser abordado na prova:

  • Função exponencial: problemas de modulação, análise do crescimento ou decrescimento da curva e logaritmos;

  • Progressão geométrica: análise do aumento do número de pessoas infectadas;

  • Porcentagem: análise percentual do número de pessoas infectadas, de óbitos, de pessoas curadas, de comparação entre os países;

  • Geometria espacial: análise da forma “esférica” do vírus;

  • Geometria analítica: distanciamento de pessoas em locais públicos;

  • Probabilidade e estatística: análises de casos de pessoas infectadas em relação à população total ou inferências acerca do extermínio da doença.

    Leia: Enem Matemática: 6 dicas de como estudar para essa prova

    Ciências Humanas

    Na prova que aborda as disciplinas História, Geografia, Filosofia e Sociologia, a pandemia pode suscitar diversos assuntos. Veja o que estudar para se manter preparado em cada uma dessas disciplinas!

    História

    A aposta dos professores Gianpaolo Dorigo e Augusto Silva é que a prova de História faça uma relação da pandemia atual com pandemias do passado, com destaque para a Peste Negra e a Gripe Espanhola. “Nesse sentido, é importante conhecer o contexto em que ocorreram essas duas pandemias”, destaca Gianpaolo, professor de História e Filosofia.

    No caso da Peste Negra, o professor Gianpaolo acredita que o Enem possa relacionar a pandemia à dinamização da grande rota comercial que ligava a Europa à Ásia, via mediterrâneo e rota da seda, ocorrida nos séculos finais da Idade Média. “Além do processo de urbanização do período, que resultou na construção de cidades ‘atravancadas’ com condições de higiene precárias, adequadas à expansão de doenças”, completa.

    De forma semelhante, a pandemia de Gripe Espanhola tem ligação com o contexto da Primeira Guerra Mundial, que promoveu uma ampla circulação de efetivos militares e refugiados no mundo todo, e com as condições insalubres das trincheiras.

    Veja: 8 semelhanças entre a covid-19 e a gripe espanhola

    Geografia

    Para a prova de Geografia, o professor Augusto Silva destaca as facetas da globalização. A atual fase da globalização favorece a circulação de pessoas em escala planetária, o que facilitou a rápida transmissão do coronavírus pelo mundo. 

    Mas, por outro lado, o fácil e rápido acesso aos meios de comunicação permitem agilizar os processos de contenção da pandemia. Indo na contramão da globalização, muitos países fecharam suas fronteiras na tentativa de conter o avanço da doença.

    Leia: Esquenta Enem: O que mais cai na prova de Ciências Humanas

    Outro ponto relevante é a chamada Geografia da Saúde – a área que associa os estudos da saúde aos espaços geográficos. Pois existem muitas relações entre a localização geográfica e o desenvolvimento de determinadas enfermidades. “Um exemplo é a transmissão da malária que é mais comum em áreas quentes e úmidas, típicas dos países localizados na zona intertropical”, exemplifica Augusto.

    Veja também: 9 epidemias que podem cair no Enem

    No caso da covid-19, sua origem se deu na China, país que se caracteriza pela grande concentração humana, ampla criação de animais, o que potencializa a mutação de vírus e a contaminação de seres humanos.

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    Filosofia e Sociologia

    Nas questões de Filosofia e Sociologia, os professores consideram que o pano de fundo seja as medidas de controle social estabelecidas na pandemia, como a restrição de circulação compulsória, o policiamento até com drones de vigilância urbana e as técnicas de reconhecimento facial.

    Para Gianpaolo, a situação remete aos conceitos de sociedade disciplinar expostos por Michel Foucault

    [Na sociedade disciplinar] ocorre a criação de mecanismos de controle e vigilância, promovendo a submissão aos poderes dominantes – e sociedade de controle, por Gilles Deleuze – na qual as normas disciplinares são expandidas para fora das instituições totais identificadas por Foucault (como prisão, escola e fábrica) e passam a valer para toda a sociedade”, explica o professor.

    Ciências da Natureza

    O professor de Biologia Marcelo Perrenoud considera que a pandemia dará um campo fértil para a elaboração de questões de Biologia, Física e Química no Enem e outros vestibulares deste ano. “Perguntas que utilizam gráficos e tabelas certamente aparecerão com uma frequência maior, principalmente na prova de Ciências da Natureza”, opina. 

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    Veja a aposta de temas dos professores em cada matéria!

    Biologia

    Aproveitando o tema coronavírus, o professor Marcelo acredita a prova de Biologia pode cobrar os seguintes assuntos e questões:

    • Características virais: questões sobre síntese proteica viral, os tipos de material genético e as formas de multiplicação em meio intracelular;

    • Propagação dos contaminados: questões envolvendo a disseminação viral, o tempo de incubação e o número de contaminados após uma viagem;

    • Características moleculares: questões sobre proteínas, lipídios e ácidos nucleicos, suas características químicas e moleculares, além de suas aplicações.

    O professor também recomenda a revisão de temas importantes que têm grandes chances de caírem. Confira o que é necessário estudar:

    Epidemiologia
    É importante saber a diferença entre endemia, epidemia e pandemia.

    Veja: O que é pandemia? Veja a diferença entre pandemia e epidemia

    Soro e vacina
    Nesse ponto, vale lembrar que a vacina é composta por antígenos mortos ou atenuados, que são capazes de gerar uma reação imunológica no organismo. Já o soro é composto por anticorpos específicos prontos. A vacina possui ação preventiva e o soro ação emergencial.

    Diferença entre vírus e bactérias
    “Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios, são acelulares e possuem DNA ou RNA como material genético. Já as bactérias são seres procariontes, unicelulares e possuem DNA e RNA em sua célula. Eles podem ou não causar doenças em humanos”, resume o professor. 

    Leia mais: Quais as diferenças entre doenças causadas por vírus e bactérias?

    Viroses e bacterioses
    É indicado estudar as características, métodos de tratamento e prevenção das principais doenças causadas por vírus (as viroses), como dengue, zica, covid-19, hepatite e aids, e bactérias (as bacterioses), como tétano, cólera, tuberculose e meningite. 

    Fisiologia humana
    O professor recomenda o estudo de toda fisiologia humana, com foco no sistema imunológico e no processo de produção de anticorpos pelos linfócitos. Marcelo supõe que apareçam questões sobre os órgãos afetados pela covid-19, principais sintomas e consequências ao organismo. 

    Física

    Em Física, o professor Madson Molina acredita que o tema fica fora de contexto e acha difícil que o Enem aborde algum exercício de Física sobre o coronavírus. A única aproximação possível que o professor imagina seria o funcionamento do ventilador pulmonar usado nos hospitais. 

    Química

    Na disciplina Química, o professor  Rodrigo Machado destaca a temática do álcool 70%, usado como antisséptico contra o vírus. Para ele, é importante saber entender três dúvidas básicas, respondidas pelo professor abaixo:

    Que álcool é esse?
    Na química, álcool é uma classe de substâncias orgânicas que têm uma hidroxila ligada a um carbono saturado. O álcool utilizado em combustíveis, bebidas alcoólicas e na ação antisséptica é um álcool específico, o etanol.

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    Por que álcool em gel e não líquido?
    Em 2013, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a comercialização de álcool líquido com concentração maior que 54%. Isso porque diminuindo a concentração de álcool na fórmula, menor o risco de acidentes domésticos. Apesar de também ser inflamatório, por ser um veículo mais viscoso que a água, o gel se espalha menos e reduz a chance de queimaduras. 

    Por que a concentração do álcool é 70%?
    A concentração de 70% é a ideal para que o álcool tenha tempo suficiente para entrar e desnaturar as proteínas do vírus e bactérias, causando sua desativação. Um álcool mais concentrado evapora antes de conseguir agir corretamente.

    Leia mais: Coronavírus: 7 dúvidas sobre o álcool em gel

    Redação

    Na tão esperada Redação, a possibilidade do tema coronavírus ser abordado não pode ser descartada. O professor Sérgio Paganim aconselha que os alunos, ao invés de tentar adivinhar temas, reflitam sobre diversos aspectos da crise sanitária.

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    A primeira possibilidade apontada pelo professor é a discussão das consequências da pandemia. Dentro desse ponto, pode-se refletir sobre as consequências psicológicas do isolamento e do medo do vírus, as consequentes mudanças na organização social e a os efeitos futuros da relação intensa com a tecnologia. 

    Outro ponto são as consequências econômicas, que reverberam na economia nacional e internacional, favorecem o endividamento de Estados e família e produzem efeitos negativos para a organização social. 

    Leia também: 8 temas de redação que podem cair no Enem 2020

    Há de se pensar também em como estarão as relações internacionais depois da pandemia, com o fechamento de fronteiras e interrupção do comércio, e no poder federal do Estado, que pode estar mais forte pós-pandemia ou enfraquecidos pela força dos poderes estaduais.

    A segunda possibilidade é a relação da pandemia com outros temas. Alguns exemplos de conexões são: liberdade, ciência, convivência e socialização, saúde pública e solidariedade.

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